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Análise: Os dados que contam a história da vitória do Manchester City no dérbi contra o United

Erling Haaland, do Manchester City, festeja depois de marcar contra o Manchester United
Erling Haaland, do Manchester City, festeja depois de marcar contra o Manchester UnitedADAM VAUGHAN / EPA / Profimedia
Pela primeira vez em muito tempo, um dérbi de Manchester começou com ambas as equipas na metade inferior da tabela.

Recorde as incidências da partida

O Manchester United encontrava-se no 11.º lugar com quatro pontos, enquanto o Manchester City estava no 16.º lugar com três pontos nos primeiros três jogos.

Por isso, os adeptos podiam esperar que o 197.º encontro entre os dois gigantes da Premier League fosse um pouco dececionante.

Donnarumma estreou-se e Sesko fez a sua primeira partida na Premier League

Antes do jogo, tudo se centrou na questão de saber se Ruben Amorim daria a Benjamin Sesko a sua primeira oportunidade como titular dos Red Devils na Premier League - o que aconteceu - e qual a equipa que Pep Guardiola iria colocar em campo, uma vez que tinha 11 jogadores lesionados - de longe o maior número de todas as equipas da Premier League.

Um dos titulares do City foi outro estreante, Gianluigi Donnarumma, naquele que foi o 600.º jogo de Pep como treinador na primeira divisão (445 vitórias, 85 empates e 69 derrotas). Curiosamente, só perdeu mais jogos da liga contra o Tottenham Hotspur (oito) do que contra o Manchester United (seis).

Os onzes iniciais
Os onzes iniciaisFlashscore

A partida também representou a primeira vez desde outubro de 2011, quando os Citizens venceram por 6-1 em Old Trafford, que tanto eles (25 anos e 224 dias) quanto o United (25 anos e 141 dias) escalaram um onze de dérbi com uma média de idade de 25 anos ou menos.

Erling Haaland, aos 17 segundos de jogo, rematou à baliza para fazer subir a adrenalina nas bancadas, depois de o anúncio da morte do pugilista e adepto do City, Ricky Hatton, ter já exaltado as emoções antes do jogo.

Foden abriu o marcador

Sesko obrigou Donnarumma a intervir e Amad Diallo quase conseguiu chegar a uma bola em profundidade, enquanto os visitantes tentavam ganhar terreno nas primeiras trocas de bola, que dominaram com 62,9% de posse.

Um meio-campo congestionado, mas em que Rodri ainda conseguiu 100% de acerto nos passes nos primeiros 15 minutos, viu as oportunidades serem escassas.

Foi preciso um excelente jogo de pés de Jeremy Doku para desestabilizar a defesa do United, e o seu cruzamento viu Phil Foden chegar sem marcação para marcar o seu primeiro golo pelo City desde janeiro, e o sétimo contra o United.

Só contra o Brighton (oito) é que marcou mais, e só Sergio Aguero e Wayne Rooney (ambos com oito) marcaram mais no dérbi de Manchester.

Vale a pena salientar que a equipa que tinha marcado primeiro no dérbi (apenas na Premier League) em três das últimas quatro ocasiões tinha perdido o jogo, com a vitória do City por 3-0 em outubro de 2023 a ser a exceção antes deste jogo.

O golo foi a deixa para algumas jogadas de passe cintilante e uma pressão consistente dos anfitriões, com Manuel Ugarte e Bruno Fernandes completamente dominados no meio-campo.

United não ofereceu nada no ataque

Aos 30 minutos de jogo, era evidente que o City estava mais forte, com 87,6% de eficácia de passe, o que corresponde ao estilo de jogo de Guardiola.

A equipa de Amorim não ofereceu qualquer perigo ofensivo nos primeiros 45 minutos, com o único remate de Sesko à baliza, e apenas seis toques na área do City, três dos quais da autoria de Patrick Dorgu.

Remates do Manchester United
Remates do Manchester UnitedOpta by Stats Perform

De facto, os cinco remates na primeira parte (quatro para o City, um para o United) são o segundo menor registo num dérbi de Manchester na Premier League (desde 2003/04), depois dos quatro de outubro de 2015.

O City também só tinha perdido um dos seus últimos 51 jogos em casa na Premier League em que liderava ao intervalo (44 vitórias e 6 derrotas), embora tenha sido contra os Red Devils neste mesmo confronto na época passada (1-2).

Haaland, o goleador supremo

O Manchester United começou a segunda parte com o pé direito, mas uma jogada inteligente dos anfitriões fez com que Haaland escapasse às garras de Luke Shaw e fizesse o segundo golo, com um belo remate. Com este golo, Guardiola atingiu um marco pessoal, pois foi o 1.500.º golo marcado por uma equipa sob a sua orientação.

Só os ferros salvaram os visitantes alguns minutos depois, quando o norueguês não conseguiu aproveitar uma confusão defensiva caótica do United.

Os Red Devils realmente só tiveram culpa no jogo de domingo. Na altura em que Haaland marcou, o United tinha feito 16 cruzamentos contra um do City, tinha feito mais 18 passes do que os anfitriões no último terço do campo e tinha ganho mais duelos.

A defesa espetacular de Donnarumma a Bryan Mbeumo, pouco depois, foi digna de registo, e Haaland não tardou a mostrar a importância da defesa quando teve liberdade no Estádio Etihad para marcar o terceiro golo do City.

Para colocar em perspetiva as 11 participações em golos de Haaland na Premier League contra o United (oito golos e três assistências) - o maior número contra qualquer equipa -, só Ryan Giggs (13) tem mais, e o ídolo do United participou em mais 23 dérbis.

Além disso, Alan Shearer (47 jogos) é o único jogador a ter alcançado 50 golos em casa na Premier League em menos jogos na história da competição do que os 50 jogos de Haaland.

Red Devils foram melhores na maioria dos aspetos

À medida que o jogo se aproximava do fim, o falhanço de Mbeumo a quatro metros de distância era indicativo do dia do United.

Um dia em que os Red Devils tiveram mais posse de bola (54,9% contra 45,1%), fizeram mais passes (487 contra 415), tiveram uma melhor precisão de passe (84,2% contra 82,4%), mais toques na área adversária (29 contra 26) e mais remates (13 contra 12).

O ímpeto ofensivo das duas equipas
O ímpeto ofensivo das duas equipasOpta by Stats Perform

Depois do terceiro golo, o City limitou-se a recuar e a conter o adversário.

Deixou que o United avançasse quando quisesse, sabendo que tinha qualidade suficiente na defesa para repelir os ataques esporádicos dos visitantes.

As estatísticas finais do jogo
As estatísticas finais do jogoOpta by Stats Perform

Apesar de não servir de consolo para os adeptos do United, o jogo teve aspetos positivos que podem ser úteis mais tarde na época.

Uma nota de destaque é o facto de não terem sido mostrados cartões pelo árbitro Anthony Taylor. É a primeira vez que tal acontece num dérbi de Manchester na Premier League, à 57.ª vez.

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