Pela primeira vez em algum tempo, o United vai começar o jogo à frente do City, que teve um mau início de época. De facto, os três pontos conquistados em nove disponíveis até ao momento constituem o pior arranque de sempre de Guardiola numa época da Premier League.
Irreconhecível
Se analisarmos os últimos 38 jogos do City, o equivalente a uma época completa da Premier League, é notória a sua falta de forma em comparação com as épocas anteriores. Na realidade, o City encontra-se na quarta posição com apenas 65 pontos - 19 atrás do Liverpool que, estatisticamente, tem sido a melhor equipa nos últimos 38 jogos.
Com Omar Marmoush a sofrer uma lesão no joelho durante o estágio do Egito o, os problemas dos sky blue agravam-se e é possível que o City tenha até 10 jogadores indisponíveis para o super domingo.
Além disso, em todo o tempo que Guardiola passou no Estádio Etihad, foi o Man Utd que infligiu um quarto das suas 16 derrotas em casa, incluindo um triunfo arrancado no último minuto em dezembro passado, quando Amad Diallo marcou o golo da vitória no final.
Equipas visitantes mais bem-sucedidas no dérbi na última década
Embora Pep só tenha perdido 49 dos seus 345 jogos na Premier League (247 vitórias e 49 empates), 22% dessas derrotas aconteceram desde o início de novembro passado (11).
Também é notável que, desde 2015/16, as equipas visitantes neste jogo tenham sido as mais bem sucedidas. A equipa da casa apenas venceu seis dos 20 jogos da primeira divisão inglesa (10 derrotas e quatro empates), sendo o Crystal Palace vs Liverpool o único jogo com mais vitórias fora (12) no mesmo período.
Enquanto o City perdeu o único jogo anterior da liga em casa esta época, o United conseguiu apenas um empate no único jogo fora. Os visitantes também não vencem fora de casa no campeonato desde 16 de março contra o Leicester City.
Uma vitória no domingo é, portanto, imperativa para ambas as equipas, embora por razões totalmente diferentes, e uma coisa que vai ocupar a mente de Ruben Amorim é se ele dá a Benjamin Sesko uma primeira titularidade com a camisola vermelha e se substitui Altay Bayindir pelo novo guarda-redes, Senne Lammens, uma vez que qualquer decisão pode muito bem ter um impacto no jogo para ambas as equipas.
Bayindir fora, Lammens dentro?
O que poderá influenciar esta última decisão para o português é o facto de Bayindir ter cometido um erro que levou a um golo a cada 430 minutos (todas as competições), o que é o máximo de qualquer guarda-redes da primeira divisão inglesa desde agosto de 2023.
Se Amorim decidir manter o internacional turco, devido à magnitude do jogo, o City poderá pensar muito bem se deve explorar a sua baliza nos cantos.
Isto porque Bayindir é conhecido por falhar neste tipo de lances de bola parada, e o xG dos anfitriões após cantos (8,9) só foi superado pelo Arsenal e pelo Crystal Palace na época passada.
Com a provável estreia de Gianluigi Donnarumma na baliza do City, esta poderá ser apenas a terceira vez na história da Premier League em que os dois clubes estreiam guarda-redes no mesmo jogo.
As duas ocasiões anteriores foram em abril de 1993 - Nottingham Forest (Andy Marriott) vs Spurs (Kevin Dearden) - e em maio de 2007 - Charlton Athletic (Darren Randolph) vs Liverpool (Daniele Padelli).
Pontos positivos para o United
Vale a pena salientar que Donnarumma, se for titular, poderá ser o mais ocupado dos dois guarda-redes, uma vez que, apesar de todas as críticas ao United de Amorim, o clube foi o que mais remates fez (58) na Premier League esta época - mais 14 do que qualquer outra equipa.
Desde 2017/18 que não se registavam mais remates nos três primeiros jogos de uma campanha da liga (60).
Amorim poderá também estar interessado em utilizar a capacidade de Bryan Mbeumo para chegar às costas de uma defesa do City que tem estado desorganizada em ocasiões notavelmente regulares esta época.
Bolas lançadas por cima têm sido um verdadeiro problema para a equipa de Guardiola e, como resultado, o City concedeu mais oportunidades (cinco) do que qualquer outra equipa da divisão em 2025/26. Na verdade, o United foi a equipa que mais correu (131) para trás da defesa adversária esta época, e Mbeumo foi o jogador que mais vezes fez esse tipo de movimento (54), apesar de ainda não ter aproveitado bem esse facto.
Bruno Fernandes também é suscetível de ter uma palavra a dizer no resultado deste jogo.
O capitão do United marcou nos últimos três triunfos sobre o City, tendo inclusive mantido a calma ao converter um penálti aos 88 minutos no Etihad na época passada, e é também o jogador que mais oportunidades criou (12) na Premier League esta época.
Outro duelo fascinante está, portanto, em perspetiva, sem nenhum favorito claro.
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