Recorde as incidências da partida
A necessidade dos londrinos do norte em somar três pontos era ainda mais premente, uma vez que estavam a ocupar o 14.º lugar, e em Thomas Frank tinham um treinador que parecia estar a perder rapidamente o apoio dos adeptos dos Spurs.
Palace apostou em Mateta para liderar o ataque
O Palace vinha de uma fase positiva sob o comando de Oliver Glasner, embora a exibição na derrota por 4-1 frente ao Leeds United, em Elland Road, tenha deixado muito a desejar.
Por isso, era fundamental para os londrinos do sul repetir o triunfo por 2-0 no Tottenham Hotspur Stadium da época passada.
Com o autor dos dois golos desse jogo, Eberechi Eze, agora ao serviço do Arsenal, os Eagles viam em Jean-Philippe Mateta a principal esperança para continuar a causar estragos no ataque esta temporada.

Os sete golos do francês colocam-no na quinta posição dos melhores marcadores da Premier League em 2025, enquanto os Lillywhites também apresentavam um avançado com sete golos, Richarlison.
Em Selhurst Park, esta época, o Palace somava duas vitórias, quatro empates e duas derrotas em oito jogos, tentando pôr fim a uma sequência de três jogos sem vencer em casa para a Premier League, que durava desde 9 de novembro frente ao Brighton.
Os Spurs também atravessavam uma série de três jogos sem vencer fora, não conquistando os três pontos desde o encontro de 26 de outubro frente ao Everton, no Hill Dickinson Stadium.
Nas oito deslocações realizadas em 25/26, os londrinos do norte venceram quatro, empataram duas e perderam outras duas.
Início lento de ambas as equipas
Tanto Frank como Glasner efetuaram duas alterações nos onzes iniciais, com Kevin Danso e Richarlison a entrarem no Tottenham devido às suspensões de Xavier Simons e Cristian Romero, enquanto Jefferson Lerma e Justin Devenny foram titulares no Palace devido à lesão de Chris Richards e à saída de Eddie Nketiah.
A primeira intervenção de Danso foi ver o cartão amarelo, sendo o mais cedo mostrado (4 minutos e 37 segundos) a um jogador dos Spurs num dérbi londrino da Premier League desde Michael Dawson frente ao Charlton em dezembro de 2006 (3 minutos e 51 segundos).

O início do jogo foi bastante cauteloso de parte a parte, sem grandes lances de perigo nos primeiros 15 minutos, à exceção do remate bloqueado de Devenny e do disparo desenquadrado de Mateta.
Para preocupação de Frank, este foi o sétimo jogo da época em que o Tottenham não conseguiu realizar um único remate nos primeiros 20 minutos de uma partida da liga – o registo mais elevado da divisão, a par do Burnley.
Palace assume as rédeas mas Gray faz história
Com o Palace a pressionar mais, Devenny, Mateta, Yeremy Pino e Tyrick Mitchell tentaram a sua sorte, e os nove passes de rutura de Marc Guehi na primeira meia hora superaram o total da equipa dos Spurs (oito) até esse momento.
Com 40 minutos decorridos, os visitantes ainda não tinham feito qualquer remate enquadrado, mas dois minutos depois, Archie Gray aproveitou a confusão após um lance de bola parada e marcou de cabeça o seu primeiro golo sénior, ao 112.º jogo.
Com este feito, Gray (19 anos e 291 dias) tornou-se o inglês mais jovem a marcar pelo Tottenham na principal divisão inglesa desde Dele Alli em janeiro de 2016 (19 anos e 287 dias – também frente ao Crystal Palace).
Glasner também não precisaria de ser lembrado que o Palace não venceu nenhum dos últimos quatro jogos em que concedeu o primeiro golo na Premier League, desde o triunfo sobre o Wolverhampton a 20 de maio de 2025, nem que não conseguia virar um dérbi londrino na liga depois de estar a perder ao intervalo desde dezembro de 1992 (3-1 frente ao QPR).
Lances de bola parada continuam a ser um problema para os Eagles
Seis dos nove golos sofridos pelos londrinos do sul em dezembro na liga resultaram de lances de bola parada, incluindo os últimos seis consecutivos, o que revela uma verdadeira fragilidade a este nível.
Os Eagles voltaram a entrar melhor no início da segunda parte, com Devenny, Adam Wharton e Nathaniel Clyne a somarem pelo menos cinco toques na área do Tottenham.
Apesar da precisão coletiva de passe ter ficado pelos 79,2%, foi ainda assim bastante superior à dos adversários, que não passou dos 69,4%.
Os Spurs, por sua vez, destacaram-se nos aspetos mais físicos do jogo. Tanto Danso, como Rodrigo Bentancur e Richarlison participaram em pelo menos 15 duelos individuais, saindo vitoriosos na maioria deles.
Oportunidade desperdiçada
Os 68% de posse do Palace nos primeiros 15 minutos da segunda parte pouco se traduziram em perigo, o que gerou frustração nas bancadas de Selhurst Park.
O desequilíbrio ficou ainda mais evidente pelo facto de, aos 70 minutos, os anfitriões já terem somado 12 remates neste jogo, acima da sua média de 11,6 na Premier League, mas sem qualquer ocasião clara de golo - o maior número de tentativas sem uma grande oportunidade num jogo da principal divisão desde outubro de 2024 frente ao Nottingham Forest (20).
O Tottenham, por seu lado, não conseguiu qualquer remate desde o golo inaugural de Gray na primeira parte, sendo o disparo de Wilson Odobert aos 88 minutos, que embateu no ferro, o lance mais próximo de aumentar o marcador.
No final, Glasner verá este jogo como uma oportunidade desperdiçada.
O Palace teve mais passes (544, o seu máximo da época) do que os Spurs, dois terços da posse de bola, mais remates e mais dribles, mas ainda assim não conseguiu abalar um Tottenham abaixo do esperado, que agora viaja até ao antigo clube de Frank, o Brentford, para o próximo compromisso, no Dia de Ano Novo.

