Recorde as incidências da partida
Além de uma profundidade de planel renovada, que quase certamente ajudará os londrinos do norte a terminarem a campanha de 2025/26 de forma mais forte do que nas últimas temporadas, a equipa de Mikel Arteta também se manteve invicta nos seus últimos seis jogos da liga frente aos Reds.
Arsenal não tinha concedido um golo em 2025/26
Além disso, os visitantes de Anfield eram a única equipa da Premier League que não tinha concedido um golo esta época.
O Liverpool tinha deixado escapar uma vantagem de dois golos em ambos os seus jogos anteriores da liga em 2025/26, mas, para seu imenso crédito, conseguiu recuperar e vencer essas partidas.
Os anfitriões também estavam numa sequência invicta de 18 jogos em casa, enquanto o Arsenal tinha uma sequência invicta de 15 jogos fora do Emirates Stadium para defender.
Martin Odegaard estava no banco dos Gunners, e quando não foi titular pela sua equipa nos últimos sete jogos fora, o Arsenal tinha vencido apenas dois (3 empates, 2 derrotas) contra Southampton e Wolves.
Talvez surpreendentemente, o recém-contratado Eberechi Eze também começou no banco para a partida, que teve um ambiente eletrizante em Anfield antes mesmo de a bola rolar.
Segunda vez que o Liverpool não teve um inglês em campo
Foi a segunda vez esta temporada que o onze inicial do Liverpool numa partida da Premier League não contou com nenhum inglês. Isso iguala o número de vezes dos primeiros 1.266 jogos do clube na competição, entre 1992/93 e 2024/25.
O duelo de domingo estava, portanto, perfeitamente preparado para proporcionar um grande espetáculo.
O Arsenal começou com uma postura compacta e o seu trabalho foi constantemente ofensivo. No entanto, aos quatro minutos William Saliba teve de ser substituído por Cristhian Mosquera e o olhar preocupado de Arteta disse tudo.
Desde que Laurent Koscielny foi retirado aos quatro minutos de um jogo frente ao Everton, em novembro de 2012, o Arsenal não perdia um jogador tão cedo numa partida da Premier League.
Noni Madueke causou problemas iniciais ao Liverpool
Os visitantes pareciam vulneráveis quando Florian Wirtz aproveitou uma jogada desleixada, mas a incapacidade do Liverpool de construir algo de relevante a partir desse ataque inicial quase permitiu ao Arsenal criar perigo com um contra-ataque logo a seguir.
Com o primeiro quarto de hora a aproximar-se, os 70,1% de posse de bola dos anfitriões e mais do dobro dos passes de uma equipa reconhecida por essa capacidade evidenciavam que a equipa de Arne Slot adaptou-se muito mais rapidamente.
No entanto, os sete toques do Arsenal na área do Liverpool, em comparação com nenhum do outro lado, sugeriam que havia mais poder ofensivo por parte dos visitantes, com Noni Madueke a causar problemas a Milos Kerkez pelo lado esquerdo dos Reds e também obrigando Alisson Becker a esticar-se ao máximo para defender o seu remate - o primeiro enquadrado de ambas as equipas.
Em muitos aspetos, um meio-campo congestionado estava a limitar as oportunidades de ambos os lados e a levar as duas equipas a recorrerem ao jogo direto na maior parte do tempo.
Mikel Merino tinha vencido três dos seus quatro primeiros duelos individuais, enquanto Wirtz e Kerkez eram presenças ativas para o Liverpool, tendo ambos vencido 100% dos seus três duelos à beira dos 30 minutos de jogo.
Primeira parte sem qualidade
Declan Rice não vai querer rever o seu livre direto que foi parar às alturas do Kop, enquanto Viktor Gyokeres, de quem muito se espera, nem sequer completou um passe na primeira meia hora e só tocou na bola duas vezes.
Grande parte da primeira parte careceu da qualidade que este duelo tantas vezes proporcionou no passado, o que pode ser explicado pelo equilíbrio entre as duas equipas.
David Raya teve sorte que o seu mau passe não foi aproveitado à medida que o jogo começava a aquecer, e Madueke deveria ter inaugurado o marcador pouco depois, já que o Liverpool voltou a dar espaço ao extremo do Arsenal.
De forma incomum para os anfitriões, a sua distribuição geral de bola estava a ser péssima, apesar de ainda terem a maior fatia da posse, e os 60% de acerto de passes de Wirtz à medida que o jogo se aproximava do intervalo eram uma das principais razões para o Liverpool estar a ser dominado no meio-campo.
Quatro remates seguidos do Arsenal em quatro minutos no final da primeira parte foram um sinal positivo para Arteta, embora os londrinos não tenham conseguido criar perigo real com eles.
Menos remates do Liverpool desde outubro de 2021
O Arsenal não venceu nenhum dos últimos sete jogos da elite frente ao Liverpool que estavam 0-0 ao intervalo (4 empates, 3 derrotas), enquanto os Reds tentaram o menor número de remates na primeira parte de um jogo da Premier League em Anfield (2) desde outubro de 2021 frente ao Manchester City (1).
Assim, uma primeira parte sem golos não foi isenta de incidentes, mas também não foi o espetáculo que todos esperavam.
Quando o padrão da segunda parte começou a desenhar-se, as tentativas do Liverpool de jogar pelo centro foram novamente travadas por Merino e Martin Zubimendi, com a dupla a recuperar a posse em cinco ocasiões diferentes entre ambos.
O remate de longa distância de Ryan Gravenberch saiu sem perigo e Mo Salah foi anulado - apenas um toque na área do Arsenal foi tudo o que o Rei Egípcio conseguiu mostrar na sua primeira hora em campo -, deixando os anfitriões e o público agitados e frustrados.
Hugo Ekitiké parecia ter marcado o seu terceiro golo em três jogos da Premier League logo após a hora de jogo - um feito que nenhum jogador do Liverpool alguma vez conseguiu -, mas o fora de jogo negou aos anfitriões o tão importante primeiro golo.
Jogadas mais urgentes e Salah a levar a melhor sobre Riccardo Calafiori fizeram subir o volume no estádio, e isso foi o sinal para Arteta lançar Odegaard e Eze.
Szoboszlai decidiu com golaço de livre
Salah ainda não tinha tentado um remate ou criado uma oportunidade com 20 minutos para o fim, e sabia que nunca tinha começado um jogo da Premier League pelo Liverpool e terminado sem fazer ambas as coisas.
O Liverpool começava a ganhar vantagem em termos de ímpeto ofensivo, mas com muitos dos seus jogadores a registarem percentagens de passes completos no último terço a 50% ou menos, qualquer jogada promissora estava destinada a não resultar.
Declan Rice, o jogador do Arsenal com mais toques no jogo (75), foi um autêntico muro para os visitantes e, pelo menos, pôde sair de cabeça erguida.
A 12 minutos do fim, Ibrahima Konaté, que tinha estado impecável no jogo, com 43 passes completos em 43 tentados, teve de sair, e apenas quatro minutos depois um incrível livre de longa distância de Dominic Szoboszlai bateu David Raya por completo - o primeiro golo que o espanhol concedeu esta época.
Foi também o primeiro golo de livre direto marcado neste duelo da Premier League desde Philippe Coutinho, em agosto de 2016, e o 37.º jogo consecutivo do Liverpool na Premier League a marcar - a sua maior sequência de sempre de jogos seguidos a marcar na elite.
Isso só pareceu galvanizar os visitantes, que mais uma vez pressionaram os adversários com uma série de oportunidades no final.
Mas era tarde demais, e a espera por uma vitória do Arsenal em Anfield continua. 13 anos e a contar...
