Análise: Os números por trás do duelo no topo da tabela entre Chelsea e Aston Villa

Marc Cucurella, do Chelsea, e Morgan Rogers, do Aston Villa, disputam a bola
Marc Cucurella, do Chelsea, e Morgan Rogers, do Aston Villa, disputam a bolaNeal Simpson/Sportsphoto/APL / Mary Evans Picture Library / Profimedia

Um dos jogos mais aguardados do período festivo deverá ser quando o Chelsea receber o Aston Villa em Stamford Bridge.

Acompanhe as incidências do encontro

Apesar de não ser tradicionalmente considerado um clássico da Premier League, o momento de forma das duas equipas promete um espetáculo emocionante.

Villa procura igualar recorde histórico

Quando a equipa de Unai Emery derrotou o Manchester United no último jogo, os Villans alcançaram a sua décima vitória consecutiva em todas as competições.

Um triunfo no Oeste de Londres pode igualar o recorde absoluto do clube de 11 vitórias seguidas, marca que já foi atingida por duas vezes, em setembro de 1897 e março de 1914.

Se conseguirem esse feito, terão a oportunidade de o ultrapassar frente ao Arsenal três dias depois, podendo até igualar os londrinos em pontos.

Não se deve esquecer que o Villa é um dos dois únicos clubes que já venceram os Gunners esta época, com um triunfo por 2-1 no início do mês. Fechar dezembro com mais uma vitória sobre eles teria um sabor especial.

Chelsea em queda

De qualquer forma, a vitória sobre os Red Devils consolidou o Villa no terceiro lugar da tabela, apenas três pontos atrás dos líderes do Norte de Londres e sete à frente dos Blues, que ocupam a quarta posição.

Se o Liverpool vencer o lanterna-vermelha Wolverhampton Wanderers num dos jogos antecipados de sábado, o Chelsea pode mesmo cair para o quinto lugar antes de a bola começar a rolar em Stamford Bridge.

A forma do Chelsea
A forma do ChelseaFlashscore

A equipa de Enzo Maresca tem de estar atenta para não prolongar a má fase recente. Com apenas duas vitórias nos últimos sete jogos em todas as competições, os londrinos atravessam um período complicado.

As palavras enigmáticas do seu treinador após o triunfo sobre o Everton só alimentaram os rumores de que poderá estar a pensar numa saída em breve. Não é, de todo, a melhor preparação para uma das fases mais exigentes da época.

"As últimas 48 horas foram as piores desde que cheguei ao clube porque muita gente não me apoiou a mim nem à equipa", afirmou.

Ambas as equipas podem ter seis ausências

Conseguir um empate a 2-2 no terreno do Newcastle, que atravessa um bom momento, depois de estar a perder por 2-0 ainda na primeira parte, mostra que os Blues têm capacidade de luta para disputar cada vitória, e Emery também sabe que, se quiser igualar o recorde de vitórias consecutivas do clube, a sua equipa terá de se esforçar ao máximo.

No que toca a ausências, ambas as equipas podem apresentar-se sem seis jogadores.

Os anfitriões não poderão contar com Dário Essugo, Romeo Lavia ou Levi Colwill, enquanto Mykhailo Mudryk continua suspenso. Liam Delap e Estêvão vão ainda ser avaliados à última hora.

O Villa tem Evann Vidjannagni Guessand na Taça das Nações Africanas, Jadon Sancho não pode defrontar o seu clube de origem, enquanto Pau Torres, Tyrone Mings e Ross Barkley só deverão regressar no jogo com o Arsenal, a 30 de dezembro.

Haverá ainda um teste físico de última hora para Harvey Elliott, que poderá falhar a partida caso não esteja a 100%.

Villa sem golos nas duas últimas visitas a Stamford Bridge

Os visitantes não marcaram nas duas últimas deslocações a Stamford Bridge, tendo perdido uma (3-0) e empatado a outra (0-0), embora essa derrota, em dezembro de 2024, seja a única nas últimas quatro visitas.

A última vitória do Villa na Premier League em Stamford Bridge foi em setembro de 2023 e, tendo em conta que o Chelsea também venceu dois dos últimos três jogos em Villa Park, um triunfo dos midlanders já tarda.

Histórico recente de duelos
Histórico recente de duelosFlashscore

Nos últimos 15 confrontos, o Chelsea mantém a vantagem com sete vitórias, enquanto os Villans somam quatro triunfos e registam-se ainda quatro empates.

Espera-se golos de ambos os lados, já que os Blues só conseguiram manter a baliza inviolada em dois dos últimos sete jogos, e o Villa está ainda pior nesse aspeto, com apenas uma clean sheet nos últimos oito encontros.

Morgan Rogers atravessa uma época de sonho

Morgan Rogers tem sido claramente o principal destaque dos visitantes esta temporada, com os dois golos frente ao Manchester United a elevarem o seu total para sete, o melhor registo da equipa.

O internacional inglês também soma o maior número de remates (31), bem como o maior número de remates enquadrados (15).

O médio John McGinn não é propriamente conhecido pela criatividade, dada a sua vertente mais física; no entanto, o escocês já criou 22 oportunidades, sendo o melhor nesse capítulo, pelo que o Chelsea deve também estar atento ao número 7 do Villa.

Quando os Blues estão a jogar de forma mais solta, são os visitantes que têm de estar atentos, já que o Chelsea apresenta perigo ofensivo em todas as zonas do relvado.

O vice-capitão Enzo Fernández costuma dar o exemplo ao lado de Moises Caicedo, e os 32 remates totais e 15 enquadrados do argentino são ambos os melhores registos da sua equipa.

Os 27 lances de perigo criados por Pedro Neto superam qualquer outro colega e os seus cinco golos são o registo mais elevado, a par de João Pedro.

Pode surpreender alguns que o capitão e defesa, Reece James, seja quem mais assistências soma, o que mostra a necessidade do Villa não ceder espaço em nenhum dos corredores, já que Marc Cucurella também costuma subir pelo lado esquerdo.

Golos esperados

Os momentos em torno do intervalo podem ser decisivos, já que o Villa marca mais golos nos 15 minutos finais da primeira parte, enquanto o Chelsea faz a maioria dos seus nos 15 minutos iniciais da segunda metade.

Os visitantes ainda não perderam esta época sempre que marcaram primeiro, por isso o Chelsea precisa de entrar forte se quiser travar o bom momento do Villa.

Jason Pettigrove
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