Apesar de ter passado pela famosa academia do Manchester City como médio centro e, por vezes, ofensivo, O’Reilly conquistou o lugar de lateral-esquerdo na equipa de Pep Guardiola.
A exibição do jovem de 20 anos na vitória por 1-2 do City frente ao Real Madrid, na Liga dos Campeões, na quarta-feira (10 de dezembro), veio reforçar essa ideia. Teve sorte no golo, estava no sítio certo à hora certa, mas esse não foi o único momento de destaque.
À entrada para o Mundial do próximo ano, o lado esquerdo da defesa é provavelmente a posição mais frágil de Inglaterra. Eis porque Thomas Tuchel deve apostar em O’Reilly como primeira opção para o maior torneio do futebol mundial.
Um dos jogadores mais regulares do City
O início de época do Manchester City foi estranho. Dependente de Erling Haaland, a equipa não parecia a mesma de outros anos, mesmo que continuasse a somar pontos e a manter o Arsenal, líder da Premier League, por perto.
Agora, o City parece ter ultrapassado a fase menos boa, e outros jogadores além de Haaland começam a assumir protagonismo. Rayan Ait-Nouri chegou do Wolverhampton no verão e esperava-se que fosse o titular na lateral esquerda.
O argelino começou à frente de O’Reilly nos primeiros quatro jogos da época, mas uma lesão abriu espaço ao jovem para mostrar o seu valor. Passados alguns meses, Ait-Nouri só foi titular em duas partidas em todas as competições.
Desde que entrou na equipa principal, os números de O’Reilly falam por si. Na Premier League, soma 35 desarmes, venceu 75 duelos com uma taxa de sucesso de 51,0%, e só foi ultrapassado em drible nove vezes, o que é excelente para um lateral-esquerdo.
Uma das suas melhores exibições foi na vitória por 3-0 frente ao Liverpool. Mohamed Salah não conseguiu ultrapassá-lo, não completando qualquer drible, algo que tem sido recorrente esta época.
Também é uma ameaça constante no ataque, com 39 toques na área adversária, 12 oportunidades criadas e 11 dribles bem-sucedidos em 14 jogos na Premier League, além de um golo e três assistências.
Quem mais está na corrida por Inglaterra?
Thomas Tuchel não tem muitas alternativas para o lado esquerdo da defesa. Luke Shaw, que foi a primeira escolha nos últimos torneios, perdeu rendimento e, apesar de parecer ter ultrapassado muitos dos seus problemas físicos, ainda não participou em qualquer estágio da seleção este ano.
Myles Lewis-Skelly era apontado como sucessor de Shaw, após uma época de estreia brilhante em 2024/25 no Arsenal, mas as oportunidades têm sido escassas desde que Riccardo Calafiori recuperou a forma, e Tuchel tem sido claro ao afirmar que não o convoca se não jogar.
A concorrência mais direta de O’Reilly é provavelmente Tino Livramento, do Newcastle. Embora seja lateral-direito de origem, pode jogar igualmente bem à esquerda e tem mais experiência na Premier League do que o jovem do Manchester City, apesar de alguns problemas físicos.
Contudo, os números de Livramento não se comparam aos de O’Reilly. O jogador do Newcastle soma 19 desarmes, venceu 41 duelos e, apesar de só ter sido ultrapassado em drible quatro vezes, jogou cerca de 300 minutos menos do que O’Reilly.
Thomas Tuchel já é admirador
Tuchel quis claramente observar O’Reilly de perto, convocando-o e dando-lhe as primeiras internacionalizações nas vitórias da qualificação para o Mundial-2026, frente à Albânia e à Sérvia, em que jogou os 90 minutos.
É certo que as qualificações para o Mundial já não são particularmente exigentes para Inglaterra, mas para um jovem de 20 anos a estrear-se na seleção, não se pode subestimar a importância do momento.
O’Reilly agarrou a oportunidade. Nos seus 180 minutos, fez três desarmes, venceu nove duelos com uma taxa de sucesso de 90%, e quatro duelos aéreos com 100% de sucesso, além de 117 passes certos e três toques na área adversária.
Foram exibições quase perfeitas do jovem do Manchester City.
Conclusão
Neste momento, O’Reilly destaca-se claramente entre as opções de Inglaterra para lateral-esquerdo, até fisicamente, já que mede 1,93 metros. Os seus números são superiores e, visualmente, nota-se que contribui mais.
Ainda falta disputar mais de meia época e muita coisa pode mudar em pouco tempo, mas, por agora, o lugar de O’Reilly no avião para o próximo verão parece garantido.