Análise: Três coisas a retirar do empate entre o Chelsea e o Arsenal

Reece James ao serviço do Chelsea
Reece James ao serviço do ChelseaJUSTIN TALLIS / AFP / AFP / Profimedia

O Chelsea deixou uma excelente imagem ao conseguir um empate 1-1 frente ao Arsenal, mesmo jogando com menos um jogador. Eis três lições que tirámos deste jogo.

Reveja aqui as principais incidências da partida

Foi o grande destaque do fim de semana e, apesar da deslocação do Arsenal a Stamford Bridge para defrontar o Chelsea ter terminado 1-1, deixando ambos os lados frustrados por não terem conquistado os três pontos, não faltou emoção.

O Chelsea ficou reduzido a dez jogadores aos 38 minutos, quando Moises Caicedo foi expulso após uma entrada absurda sobre Mikel Merino. A única dúvida neste lance é perceber porque razão Anthony Taylor achou adequado mostrar-lhe apenas o amarelo antes da intervenção do VAR.

Apesar da inferioridade numérica, o Chelsea adiantou-se no marcador de forma surpreendente, superando o Arsenal no seu próprio estilo, com Trevoh Chalobah a cabecear com precisão um canto cobrado por Reece James, batendo David Raya. Infelizmente para a equipa de Enzo Maresca, a vantagem durou pouco.

Merino restabeleceu a igualdade 11 minutos depois e foi assim que terminou o encontro. Por isso, aqui ficam três pontos a reter deste duelo tão interessante.

Será Reece James afinal um médio?

Antes do apito inicial, o jogo era apresentado como um duelo entre Moises Caicedo e Declan Rice. O jogador do Arsenal acabou por sair vencedor (por defeito), mas foi James quem realmente brilhou no meio-campo.

Não foi a primeira vez que Maresca o utilizou nessa posição - já tinha alinhado ao lado de Caicedo na vitória do Chelsea por 3-0 frente ao Barcelona na Liga dos Campeões a meio da semana - mas talvez tenha sido a sua melhor exibição nesse papel.

Com Caicedo expulso, James assumiu o lugar com grande competência. O internacional inglês terminou a noite com duas ocasiões criadas, venceu seis dos sete duelos e cinco dos seis duelos aéreos, além de ter feito a assistência para o golo de Chalobah. Demorou algum tempo, mas Maresca começa a conquistar os adeptos com esta aposta.

Uma oportunidade (quase) desperdiçada para Mikel Arteta

O espanhol foi criticado por comentadores e adeptos por “jogar com o travão de mão puxado” nos jogos do Arsenal frente aos rivais Liverpool e Manchester City no início da época, e essa ideia voltou a ganhar força depois deste encontro.

Talvez tenha sido algo exagerado nesses dois jogos, mas o Arsenal deveria ter saído de Stamford Bridge com os três pontos frente a dez adversários. Em vez disso, o Chelsea foi, em muitos momentos, a equipa mais perigosa, mesmo em inferioridade numérica durante quase uma hora.

Ainda assim, duvidamos que Arteta vá perder o sono esta noite, com a sua equipa a liderar a tabela da Premier League, cinco pontos à frente do segundo classificado, o Manchester City. Só terá de garantir que este não será um daqueles jogos que o Arsenal recorda com desilusão no final da época.

Robert Sanchez merece reconhecimento

Sanchez nunca foi propriamente um favorito dos adeptos desde que chegou ao Chelsea vindo do Brighton em 2023. Algumas exibições inseguras e erros de destaque fizeram com que muitos o descartassem, mas agora começa a provar que estavam errados.

O espanhol esteve brilhante frente ao Arsenal, mantendo o Chelsea na luta em vários momentos. Uma defesa instintiva a um remate rasteiro de Gabriel Martinelli, mesmo antes do intervalo, foi um dos destaques, mas o seu momento alto foi mesmo a dupla defesa já perto do fim, numa jogada em que ainda levou um pontapé de Viktor Gyökeres.

O Chelsea resistiu até agora à tentação de contratar um novo guarda-redes, recusando-se a pagar os 25 milhões de libras pedidos pelo AC Milan por Mike Maignan no verão, e isso parece ter dado a Sanchez uma dose extra de confiança, que está a retribuir em grande neste momento.