Análise: Três pontos a retirar da derrota do Tottenham frente ao Nottingham Forest

Nottingham Forest venceu o Tottenham por 3-0
Nottingham Forest venceu o Tottenham por 3-0Darren Staples / AFP

O Tottenham voltou a perder na Premier League, este domingo, 14 de dezembro, desta vez no terreno do Nottingham Forest. Eis três pontos que retirámos deste encontro.

Recorde as incidências da partida

As coisas não estão nada fáceis para Thomas Frank e o Tottenham neste momento. A sua equipa precisava urgentemente de um bom resultado frente ao Nottingham Forest para aliviar a pressão, mas os Spurs acabaram derrotados.

Guglielmo Vicario não conquistou adeptos no lance do primeiro golo, ao entregar um passe arriscado ao jovem Archie Gray, permitindo a Ibrahim Sangaré antecipar-se e roubar a bola antes de assistir Callum Hudson-Odoi, que só teve de encostar para o golo.

O antigo extremo do Chelsea marcou também o segundo, embora, se disser que foi intencional, não está a ser honesto. Hudson-Odoi tentou cruzar para Igor Jesus, mas o lance apanhou Vicario completamente desprevenido e a bola acabou mesmo dentro da baliza.

Hudson-Odoi ainda assistiu para o terceiro do Forest, ao entregar a bola a Sangaré, que rematou com toda a força. Simples.

Pressão aumenta para Thomas Frank

Antes do jogo, Thomas Frank afirmava querer uma exibição "dominadora, agressiva, corajosa e ofensiva" da sua equipa. O que se viu foi precisamente o contrário. Os Spurs mostraram-se sem ideias, terminando o encontro com um xG de apenas 0,33.

O único remate enquadrado do Tottenham pertenceu a Gray, ainda na primeira parte, pouco depois do erro que originou o primeiro golo do Forest. A falta de iniciativa ofensiva deve preocupar seriamente Thomas Frank e os adeptos dos Spurs.

Randal Kolo Muani tentou assumir as despesas do ataque na segunda parte, driblando três defesas do Forest, mas contou com pouco apoio e a jogada acabou por se perder. Tem sido este o retrato da época do Tottenham.

Os adeptos continuam a exigir mais da sua equipa, como é natural. Resta saber se Frank ainda estará no comando para lhes dar essa resposta.

Alguns sinais da qualidade de Callum Hudson-Odoi

O extremo foi um dos melhores jovens a sair da formação do Chelsea, e o clube londrino chegou a recusar uma proposta de cerca de 85 milhões de euros do Bayern Munique há uns anos.

Agora, com 25 anos, já não se pode falar em ‘potencial’ – este é o momento. Os dois golos e a assistência são os destaques óbvios, mas a exibição global de Hudson-Odoi foi das melhores que lhe vimos esta época.

Hudson-Odoi terminou o jogo com duas oportunidades criadas, sete toques na área adversária e dois dribles bem-sucedidos. Pedro Porro nunca conseguiu travá-lo ao longo do encontro.

Parece que temos estado eternamente à espera de ver o verdadeiro Hudson-Odoi. As lesões e a irregularidade podem ter-nos privado de um extremo inglês de topo, mas continua a ter capacidade para aparecer de vez em quando, como demonstrou aqui.

Uma tarde difícil para Archie Gray

Na tentativa de dar mais progressão ao meio-campo, Thomas Frank tem apostado em Gray ao lado de Rodrigo Bentancur ou João Palhinha, ambos conhecidos por não acelerarem muito a construção, nos últimos três jogos.

A atitude foi a correta, pediu a bola, inclusive na jogada do primeiro golo do Forest, mas a execução não acompanhou. Os seus números ofensivos não foram maus, com uma taxa de passes certos de 87%, mas foi o trabalho defensivo que o comprometeu.

Visivelmente empenhado em compensar o erro, Gray andou pelo relvado sem critério, lançando-se em entradas precipitadas e, na maioria das vezes, fora de posição, permitindo ao Forest jogar pelo centro com demasiada facilidade.