Recorde as incidências da partida
As coisas não estão nada fáceis para Thomas Frank e o Tottenham neste momento. A sua equipa precisava urgentemente de um bom resultado frente ao Nottingham Forest para aliviar a pressão, mas os Spurs acabaram derrotados.
Guglielmo Vicario não conquistou adeptos no lance do primeiro golo, ao entregar um passe arriscado ao jovem Archie Gray, permitindo a Ibrahim Sangaré antecipar-se e roubar a bola antes de assistir Callum Hudson-Odoi, que só teve de encostar para o golo.
O antigo extremo do Chelsea marcou também o segundo, embora, se disser que foi intencional, não está a ser honesto. Hudson-Odoi tentou cruzar para Igor Jesus, mas o lance apanhou Vicario completamente desprevenido e a bola acabou mesmo dentro da baliza.
Hudson-Odoi ainda assistiu para o terceiro do Forest, ao entregar a bola a Sangaré, que rematou com toda a força. Simples.
Pressão aumenta para Thomas Frank
Antes do jogo, Thomas Frank afirmava querer uma exibição "dominadora, agressiva, corajosa e ofensiva" da sua equipa. O que se viu foi precisamente o contrário. Os Spurs mostraram-se sem ideias, terminando o encontro com um xG de apenas 0,33.
O único remate enquadrado do Tottenham pertenceu a Gray, ainda na primeira parte, pouco depois do erro que originou o primeiro golo do Forest. A falta de iniciativa ofensiva deve preocupar seriamente Thomas Frank e os adeptos dos Spurs.
Randal Kolo Muani tentou assumir as despesas do ataque na segunda parte, driblando três defesas do Forest, mas contou com pouco apoio e a jogada acabou por se perder. Tem sido este o retrato da época do Tottenham.
Os adeptos continuam a exigir mais da sua equipa, como é natural. Resta saber se Frank ainda estará no comando para lhes dar essa resposta.
Alguns sinais da qualidade de Callum Hudson-Odoi
O extremo foi um dos melhores jovens a sair da formação do Chelsea, e o clube londrino chegou a recusar uma proposta de cerca de 85 milhões de euros do Bayern Munique há uns anos.
Agora, com 25 anos, já não se pode falar em ‘potencial’ – este é o momento. Os dois golos e a assistência são os destaques óbvios, mas a exibição global de Hudson-Odoi foi das melhores que lhe vimos esta época.
Hudson-Odoi terminou o jogo com duas oportunidades criadas, sete toques na área adversária e dois dribles bem-sucedidos. Pedro Porro nunca conseguiu travá-lo ao longo do encontro.
Parece que temos estado eternamente à espera de ver o verdadeiro Hudson-Odoi. As lesões e a irregularidade podem ter-nos privado de um extremo inglês de topo, mas continua a ter capacidade para aparecer de vez em quando, como demonstrou aqui.
Uma tarde difícil para Archie Gray
Na tentativa de dar mais progressão ao meio-campo, Thomas Frank tem apostado em Gray ao lado de Rodrigo Bentancur ou João Palhinha, ambos conhecidos por não acelerarem muito a construção, nos últimos três jogos.
A atitude foi a correta, pediu a bola, inclusive na jogada do primeiro golo do Forest, mas a execução não acompanhou. Os seus números ofensivos não foram maus, com uma taxa de passes certos de 87%, mas foi o trabalho defensivo que o comprometeu.
Visivelmente empenhado em compensar o erro, Gray andou pelo relvado sem critério, lançando-se em entradas precipitadas e, na maioria das vezes, fora de posição, permitindo ao Forest jogar pelo centro com demasiada facilidade.
