O jovem de 19 anos teve um início de época atribulado. George parecia destinado a deixar o clube onde cresceu para rumar ao Fulham no último dia do mercado de transferências, numa tentativa de conseguir mais oportunidades na equipa principal, após as contratações de Jamie Gittens e Alejandro Garnacho.
Agora, soma mais participações em golos do que esses dois juntos e está a provar que Chelsea errou ao tentar dispensar um talento tão promissor da academia, a cada minuto que passa em campo.
Aparece nos grandes momentos
No final da época passada, o Chelsea não estava no seu melhor, mas conseguiu lutar pelos resultados e garantir um lugar no top quatro. Tudo poderia ter sido diferente se George não tivesse marcado frente ao Fulham.
A sequência do empate (2-2) contra o Ipswich no último jogo da Premier League, seguido pela derrota (2-1) na Liga Conferência frente ao Legia Varsóvia - a única na competição - levou adeptos e comentadores por todo o país a praticamente descartarem o Chelsea.
O Fulham adiantou-se logo aos 20 minutos por Alex Iwobi. O Chelsea continuou a pressionar, mas os anfitriões resistiram sem grandes dificuldades. Tudo mudou quando Enzo Maresca arriscou e lançou George em campo.
Cinco minutos após a entrada do extremo, rematou de longe e bateu Bernd Leno. O Chelsea ganhou confiança, e Pedro Neto acabaria por marcar o golo da vitória aos 90+3 minutos, mas George foi o verdadeiro catalisador, ao apontar, provavelmente, o golo mais importante da época para o Chelsea.
Esse foi o primeiro triunfo fora de casa do Chelsea desde o 4-3 frente ao Tottenham em dezembro, e a equipa venceria quatro dos últimos cinco jogos da Premier League, muito graças ao jovem George.
Recentemente, voltou a ser decisivo. O Chelsea estava irreconhecível frente ao Lincoln, da League One, no primeiro jogo da Taça da Liga, uma partida que deveria ter vencido sem dificuldades. Em vez disso, foi para o intervalo a perder por 1-0.
Precisando desesperadamente de um momento de inspiração, George assumiu as rédeas e, após a bola sobrar para ele, desviada por um defesa do Lincoln, rematou de primeira e, dois minutos depois do intervalo, restabeleceu a igualdade. Facundo Buonanotte marcou aos 50 minutos e ajudou a evitar um embaraço potencialmente grave para o Chelsea.
Mensagem aos outros talentos de Cobham
O Chelsea tem, provavelmente, a melhor academia do país, com o Manchester City a ser o outro grande candidato ao título nos últimos anos. Se pensarmos num jovem inglês da Premier League, é provável que tenha passado pelo clube.
Reece James, Trevoh Chalobah, Levi Colwill e agora Josh Acheampong são exemplos de jogadores que saíram de Cobham e se afirmaram como peças-chave sob o comando de Enzo Maresca, mas muitos outros foram vendidos, numa busca incessante por novas contratações.
O Chelsea gastou cerca de 200 milhões de euros em avançados este verão, mas, em todas as competições, George está a superar todos em golos. Talvez o novo e reluzente nem sempre seja melhor.
Maresca já mostrou estar mais do que disposto a dar oportunidades aos jovens da academia; foi ele quem lançou George na equipa principal, e ao reintegrar o extremo após quase sair, envia uma mensagem clara à próxima geração: se trabalharem o suficiente, terão a sua oportunidade.
Rio Ngumoha é um exemplo disso, saiu do Chelsea para o Liverpool em busca de um caminho mais direto para a equipa principal, e a aposta está a correr bem para o jovem de 17 anos. O clube espera que talentos como Shim Mheuka, Reggie Walsh e Ryan Kavuma-McQueen sigam o percurso de George.
George pode nunca vir a ser titular indiscutível no Chelsea, e é bem possível que acabe por sair, seja durante a época ou depois, mas a sua história nos últimos meses é a de um jovem que se recusa a desistir do seu sonho. O Chelsea tem a sorte de contar com jogadores jovens tão determinados; não os deve menosprezar.
