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“Era agora ou nunca”: Um ano dos diabos para Ruben Amorim no Manchester United

Ruben Amorim com Mbeumo e Matheus Cunha
Ruben Amorim com Mbeumo e Matheus CunhaMATT MCNULTY / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP

Este sábado passa um ano desde que Ruben Amorim foi oficializado como treinador do Manchester United. Chegou a Inglaterra 11 dias depois e só agora começa a ter alegrias.

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1 de novembro de 2024. Depois de vários rumores e muito fumo, viu-se o fogo. O Manchester United anunciou a contratação de Ruben Amorim, como sucessor de Erik ten Hag, com o pagamento de 11 milhões de euros ao Sporting e um contrato até 2027 para o treinador português.

Era agora ou nunca”, justificou Amorim após a vitória do Sporting diante do Estrela da Amadora, a 10.ª em 10 jornadas da Liga Portugal, a 14.ª em 16 jogos oficiais. Um murro no estômago para os adeptos leoninos que viam os sonhos do bicampeonato, prometido meses antes no Marquês, tornarem-se mais frágeis. Um momento de esperança para os do Manchester United que desde a saída de Sir Alex Ferguson, em 2013, estão numa travessia no deserto em busca do messias que os leve de novo à terra prometida.

Ideias fixas

Desconhecido da grande maioria do público inglês, Ruben Amorim chegou com um estilo vincado. O 3x4x3 era inegociável (pode ler aqui como era utilizado no Sporting). A ideia ia demorar tempo a assentar, o plantel não estava construído para ela, mas o objetivo sempre pareceu ser o longo prazo.

"Talvez seja verdade que se jogássemos em 4-4-2 teríamos vencido mais jogos. Mas sempre disse que tenho uma forma de jogar que vai demorar algum tempo, mas que no futuro será melhor", explicou recentemente.

O arranque pareceu dar esperança. Um empate com Ipswich Town e vitórias com Bodo/Glimt e Everton. Uma boa base, mas inconsistente foi o adjetivo da época 2024/25.

Rúben Amorim venceu Manchester City, empatou com o futuro campeão Liverpool e eliminou o Arsenal da Taça de Inglaterra nos primeiros três meses. Mas também tropeçou em casa do Wolverhampton, perdeu na receção ao Nottingham Forest e Bournemouth.

Mbeumo e Matheus Cunhas são armas de Ruben Amorim
Mbeumo e Matheus Cunhas são armas de Ruben AmorimOpta by Stats Perform, MATT MCNULTY / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP

O balão de ar europeu

Sem garantir pontos de forma consistente na Premier League, a Liga Europa ia-se apresentando como o escape. O Manchester United era um claro candidato a vencer a prova e pese embora as dificuldades para eliminar Real Sociedad e Lyon, chegou à final e abri uma porta para um primeiro troféu e os tão desejados milhões da Liga dos Campeões.

A descida ao inferno dos diabos

Contudo, a época termina num completo descalabro para o Manchester United. Só venceu uma das últimas seis jornadas e terminou no 15.º lugar com 43 pontos, mais perto do despromovido Leicester (25) do que do Chelsea (69), primeira equipa entre os quatro do topo.

E na final da Liga Europa, a primeira grande aposta do Manchester United de Amorim… nova queda. A derrota com o Tottenham fechou a porta da Liga dos Campeões, confirmou o primeiro grande falhanço e pela primeira vez aumentou a contestação das bancadas.

A nova época não permitiu descer a temperatura. Uma vitória em quatro jornadas, a eliminação na Taça da Liga diante do Grimsby, a confusão de sempre dos jogadores em relação ao sistema, o ar desolado no banco de suplentes. Quem apareceu como salvador dos diabos, não conseguiu sair do inferno onde se meteu.

Ruben Amorim desolado após nova derrota do Manchester United
Ruben Amorim desolado após nova derrota do Manchester UnitedSportimage, Sportimage Ltd / Alamy / Profimedia

Esperança

E numa altura em que saída começava a ser equacionada, um vislumbre do céu. Neste primeiro aniversário como treinador do Manchester United, Ruben Amorim está numa sequência de três vitórias consecutivas – Sunderland, Liverpool e Brighton -, algo que não acontecia desde janeiro – Rangers, Fulham e FCSB –, e ocupa o sexto lugar, com os mesmos pontos do Manchester City.

Aprendeu a ler os adversários, tornou a ideia mais flexível – simplificou a saída do guarda-redes, tornou o ataque mais direto e procurou arriscar menos perto da baliza –, aprendeu a utilizar melhor o plantel que tem à disposição e de repente reina o otimismo em Old Trafford. Há até que já comece a pensar em marcar barbeiro.

"Foi difícil, muito difícil, com momentos bons e momentos maus. Aprendi muitas coisas realmente importantes. Descobri que, mesmo nos momentos mais difíceis, consigo manter-me fiel às minhas convicções, e isso é algo que todos devem compreender. Hoje, a resposta é diferente da que daria há três semanas. Estar aqui é uma das maiores honras da minha vida e quero continuar aqui por muitos anos", assumiu em jeito de balanço.

Este sábado defronta o Nottingham Forest, a primeira equipa a vencer Ruben Amorim em Old Trafford. O teste ideal para confirmar que estes diabos vermelhos estão mesmo a sair do inferno.

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