Recorde as incidências da partida
Na época passada, dizia-se que o catalão, que se destacou como jogador antes de se tornar um dos treinadores mais vitoriosos da cidade mediterrânica, tinha perdido parte do seu brilho, sobretudo depois de o Manchester City ter sido destronado.
Mas uma vitória 3-0 frente a um Liverpool ultrapassado - o clube que é o seu maior rival desde que chegou a Inglaterra em 2016 e que tinha acabado com o domínio do City na Premier League na época passada - provou que os rumores sobre o seu declínio eram claramente prematuros.
Com jogadores como Kevin De Bruyne, Kyle Walker e Ilkay Gundogan de saída e os recém-chegados a terem dificuldades em afirmar-se, parecia que o City estava em plena transição desde o último título da Premier League sob Guardiola em 2023/24.
Mesmo nesta época, perderam dois dos três primeiros jogos do campeonato, mas desde então venceram 11 dos últimos 14 encontros em todas as competições, com a única derrota a acontecer frente ao Aston Villa.
Não foi apenas o resultado que contou este domingo, quando Guardiola celebrou a sua 716.ª vitória como treinador.
O mais importante foi a forma: o controlo demonstrado perante os campeões em título. Erling Haaland esteve em grande plano, Phil Foden mostrou que recuperou a sua melhor forma e Jeremy Doku foi por vezes imparável, iluminando a tarde chuvosa com um terceiro golo magnífico que selou o triunfo.
O City conseguiu tudo isto sem o seu maestro do meio-campo, Rodri, que regressará após a pausa internacional. Não admira que Guardiola tenha saboreado os aplausos dos adeptos do City.
"Quero apenas agradecer aos jogadores, à equipa técnica por este presente", afirmou o antigo treinador do Barcelona e do Bayern Munique. "Orgulhoso por o ter conseguido aqui em Manchester com o meu City. Agora, descanso e voltamos com energia."
Guardiola conquistou 12 títulos de campeão e três Ligas dos Campeões, além de muitos outros troféus desde que começou como treinador da equipa B do Barcelona em 2007.
Depois deste jogo marcante no domingo, explicou que esses primeiros anos foram a base das dinastias que construiu na Catalunha, na Baviera e agora em Manchester.
"Acho que a minha passagem pelo Barcelona B é a base de muita coisa", confidenciou. "Permitiu-me perceber que era capaz e aprender imenso. Jamais esquecerei os rapazes dessa primeira época."
"Para mim, é muito especial chegar aos 1.000 jogos diante da minha família e especialmente frente ao Liverpool."
Guardiola disse sentir boas energias para esta temporada e, se a equipa mantiver a consistência demonstrada, estará bem posicionada na primavera que vem.
Se há alguém que sabe como alcançar a glória, é Guardiola, e não deixou de o recordar este domingo.
"A equipa que vence a Premier League é aquela que evolui mês após mês, e sente-se que o grupo continua a crescer. No fim, lutamos pelo título. Não é a equipa que lidera em setembro ou outubro que importa."
"Disse aos rapazes: ‘Não o façam hoje porque o Arsenal não venceu (sábado). Façam-no por nós, contra os campeões de Inglaterra. Mostrem-lhes que somos capazes de estar aqui‘. Hoje (ontem), penso que o provámos."
