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O torneio continental foi conquistado no Al-Ahli numa época com uma dose de amargura, depois de ter sido afastado do plantel da liga saudita, deixando-o focado exclusivamente em fazer a diferença para o clube na competição internacional.
Apesar do título, a exclusão pode ter tido impacto na busca de Firmino por um novo rumo no Al-Sadd, ainda no mundo árabe, enquanto continua a sonhar com um regresso à seleção brasileira, com o Mundial de 2026 cada vez mais próximo.
Nesta entrevista exclusiva ao Flashscore, fruto de uma visita a Doha a convite da Qatar Stars League (QSL), Firmino fala das suas impressões sobre o país depois de jogar na Arábia Saudita, ligas com jogadores de renome internacional.
A sua passagem de sucesso pelo Liverpool, com o qual conquistou a Liga dos Campeões e a Premier League, foi recordada, com as memórias ainda vivas no coração do brasileiro, que tenta ajudar o Al-Sadd a sair do sétimo lugar da liga local. A sua última convocatória para a seleção foi em 2022, mas mantém a esperança de marcar presença no Mundial do próximo ano.
"Fui muito bem recebido no Catar"
- Jogou na Arábia Saudita e agora está no Catar. Como compara as ligas?
O futebol é um desporto muito forte em ambos os países, com adeptos que enchem os estádios. Isso diferencia-nos muito dos brasileiros, eles fazem o papel de 12.º jogador, sempre a gritar e a apoiar.
A cada época, o futebol no Catar cresce em termos de competitividade, o que me deixa muito feliz. Isso nota-se na presença de bons jogadores que jogaram na Europa e são referências tanto no Catar como na Arábia. Mas vejo que ainda há margem para a liga catari evoluir até atingir o mesmo nível da Europa e da liga saudita.
- O que o levou a aceitar o desafio de jogar no Catar e quais foram as suas primeiras impressões?
Estou num clube histórico, cheio de títulos, estar aqui é incrível e estou muito feliz. Fui muito bem recebido, uma das melhores receções que tive na minha carreira. Isso deixa-me muito feliz.
Firmino e o "sonho" da Liga dos Campeões
- Teve muito sucesso no Liverpool ao lado de Mané e Salah. Como é a vossa relação hoje?
Foram anos incríveis juntos, fizemos parte de uma equipa vencedora durante os oito anos em que lá estive, construímos uma bela história. Falamos de vez em quando. Sou muito grato por ter jogado ao lado destes dois craques.
- O que significou mais para si? Ganhar a Liga dos Campeões ou a Premier League?
A Liga dos Campeões é muito difícil de vencer, é um torneio com clubes extraordinários e é o auge a que todo o atleta quer chegar, juntamente com um Mundial. Todo o desportista sonha em ganhá-la, e eu realizei esse sonho. Estou muito grato por isso.
- Acompanha o Liverpool?
Sim, claro. O clube teve um bom início de época, agora sofreu uma quebra de forma, mas tenho a certeza de que em breve estará de volta à máxima força para competir por todos os troféus.
- O Liverpool tem agora dois avançados de topo: Isak e Ekitiké. Há até quem diga que Ekitiké é um possível sucessor de Firmino. O que pode dizer sobre eles?
Já provaram que são jogadores de topo. Não conhecia Ekitiké antes de se juntar ao Eintracht. Já mostrou o seu potencial com golos e exibições, e parece ter muita vontade de se tornar um jogador histórico para o clube. Desejo-lhes felicidades, é apenas o início da sua passagem pelo Liverpool.
Otimista para o Mundial-2026
- Que recordações tem de Jürgen Klopp? Acredita que ele voltará a treinar uma equipa?
Foi o melhor treinador que já tive. As recordações que guardo são incríveis. Estou grato por ter trabalhado ao lado dele, aprendi muito com ele e penso que consegui corresponder ao que ele esperava de mim. Penso que ele vai fazer uma pausa e voltar a treinar um clube. Se será o Liverpool, só ele poderá dizer.
- Jogou pela última vez pela seleção brasileira em 2022. Continua a querer ser convocado?
Quero voltar, mesmo jogando no Catar. Gostaria muito de voltar a vestir a camisola da seleção, vou lutar por isso e tenho fé que pode acontecer. Para isso, preciso de continuar a treinar e a jogar bem, manter-me em forma e dar o meu melhor pelo meu clube. Se tudo isso acontecer, tenho possibilidades.
- Tem contrato com o Al-Sadd até 2027, quando completará 36 anos. Este será o último clube da sua carreira? Ainda pensa em regressar à Europa ou terminar a carreira no Brasil?
É difícil dizer. Quero concentrar-me no meu clube e ajudar o máximo que puder com golos, títulos e assistências. Hoje só penso aqui, o amanhã pertence a Deus.