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Exclusivo com Gary Pallister: A proposta saudita para Maguire e o arrependimento de ter deixado Old Trafford

Harry Maguire está em final de contrato com o Manchester United
Harry Maguire está em final de contrato com o Manchester UnitedNews Images, News Images LTD / Alamy / Profimedia

Gary Pallister, vencedor de uma dobradinha pelo Manchester United, compreende que Harry Maguire se sinta tentado pelas propostas da Liga Profissional Saudita.

Com o contrato a terminar no Manchester United em junho, Maguire tem propostas do Al Ettifaq e do Al Nassr de Cristiano Ronaldo, no valor de 500 mil euros por semana – líquidos.

Questionado sobre o que Maguire deveria fazer, o antigo central da seleção inglesa, Gary Pallister, disse ao Tribalfootball: "É uma decisão pessoal. Depende da forma como ele encara a situação. Nesta fase da carreira, é muito difícil recusar esse tipo de dinheiro, diria eu. Neste momento, ele está fora da equipa. O contrato está a chegar ao fim. Não sei se haverá conversas sobre uma renovação. Pensaria que já teriam iniciado esse processo."

"Mas, repare, o Harry Maguire nunca desiludiu o Manchester United. Sei que teve uma quebra de forma e que muitos lhe apontaram o dedo, sobretudo a comunicação social. Superou essa crise. Foi sempre um profissional exemplar. Penso que foi um dos nossos melhores jogadores na época passada, apesar de ter sido uma temporada muito difícil", acrescentou.

"Sabes sempre o que esperar do Harry. Se sair, acredito que todos lhe desejariam o melhor. Como disse, é muito complicado recusar uma proposta destas numa fase avançada da carreira, quando se começa a pensar na reforma e no que se vai ter de lado para viver sem o futebol", considerou Gary Pallister.

Porque decidi sair do United

Pallister deixou o United aos 33 anos, idade semelhante à de Maguire, para regressar a casa, ao Middlesbrough. Admite que voltou ao Teesside para jogar com regularidade, embora confesse alguns arrependimentos quanto a essa decisão.

"Acho que isso está sempre presente (querer jogar com regularidade). Ninguém gosta de ficar no banco a ver os outros jogar. Não é para isso que estamos ali. Nunca, nunca fiz isso. O Sir Alex (Ferguson) disse-me algo como: 'Talvez não jogues tantos jogos quanto gostarias na próxima época'. E deu-me a opção de sair ou ficar", explicou.

"Se não fosse o facto de o clube da minha terra me ter vindo buscar e de regressar ao Middlesbrough, provavelmente teria cumprido o último ano de contrato e depois saía a custo zero. Mas também não queria ficar frustrado no United sem jogar, porque durante nove anos estive habituado a ser titular", acrescentou Pallister.

Arrependimentos

"Tive de pesar tudo e tomar não só uma decisão emocional, mas também profissional. E decidi sair. Tenho arrependimentos? De certa forma. Gostava de ter ficado mais um ano. Obviamente, 1989 foi um ano excecional", assumiu.

"(Além disso) acabei por colocar pressão sobre mim próprio ao regressar ao Middlesbrough, porque pagaram mais por mim no regresso do que quando saí. Pagaram 2,3 milhões de libras (um recorde britânico para um defesa na altura) e venderam-me por 2,5 milhões, por isso... se tivesse saído a custo zero, talvez tivesse sido diferente e não teria sentido tanta pressão. Se tivesse esperado mais um ano, tudo teria sido diferente. Mas acabei por me pressionar no Middlesbrough para ter sucesso, o que por vezes acabou por me prejudicar um pouco", concluiu Gary Pallister.