Mais

Exclusivo com Luis Alberto: "Quero aproveitar o momento no Catar, não penso em voltar a Espanha"

Luis Alberto conversa com o Flashscore
Luis Alberto conversa com o FlashscoreFoto por MARCO LUZZANI / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP, Flashscore

Luis Alberto, atualmente jogador do Al-Duhail, do Catar, e antigo médio de clubes como Liverpool e Lazio, falou ao Flashscore sobre a sua vida no Médio Oriente e recordou a longa carreira no futebol europeu.

Acompanhe o Al-Duhail no Flashscore

O médio-ofensivo espanhol está há mais de um ano no Catar, longe dos grandes holofotes da Serie A, onde esteve oito temporadas consecutivas após ter sido transferido pelo conjunto de Anfield. Antes disso, Luis Alberto defendeu as cores do Sevilha, da equipa B do Barcelona, do Málaga e do Deportivo da Corunha.

- Depois de oito temporadas em Roma, na Lazio, quais foram as primeiras impressões da liga do Catar (QSL) e o que mais gosta?

Foi um pouco difícil tomar a decisão porque estive oito anos em minha casa, em Roma, por isso foi um impacto diferente. Mas há uma boa organização. Ainda há coisas a melhorar. Estamos habituados a ver todos os estádios cheios e isso foi o mais difícil de aceitar desde o início, mas a liga está a crescer pouco a pouco e penso que vai atingir um nível muito mais alto.

- Quais são os seus objetivos? Têm uma equipa forte, com Verratti, Piatek e você.

Sabemos que temos uma boa equipa. Temos o Marco (Verratti), que para mim ainda pode estar entre os melhores médios do mundo. É um jogador fora de série. É verdade que não começámos bem a liga, mas com o último voltámos a entrar um pouco na luta. Temos outro jogo importante contra o Al-Gharafa e sabemos que, se o ganharmos, podemos lutar pela QSL, que no fim é o objetivo e o mais importante.

- Na sua opinião, qual foi a maior mudança cultural e desportiva após mais de 10 anos na Europa ao chegar ao Catar?

É uma mudança radical. O nível futebolístico, sendo realista, não é o mesmo. Por ser um país um pouco mais pequeno, é difícil encontrar muitos jogadores de nível muito alto aqui. Mas pouco a pouco, com os profissionais e os projetos que estão a ser feitos, está a melhorar. E penso que com o tempo se verá. Neste momento tudo tem um percurso e um período de melhoria. Penso que em dois ou três anos veremos onde pode chegar a liga do Catar.

Os números de Luis Alberto
Os números de Luis AlbertoFlashscore

Simone Inzaghi, "um pai dentro do balneário"

- Passou os seus melhores anos na Lazio. O que recorda com especial carinho da sua etapa na Serie A?

Tenho muito boas recordações. O segundo ano foi extraordinário porque consegui marcar muitos golos ao jogar praticamente como avançado, foi diferente. Mas se tiver de escolher algo em específico, fico com a temporada 2019/2020 até à chegada da COVID. Divertíamo-nos a treinar e a jogar, e tínhamos um grupo magnífico.

Quase conseguimos lutar pelo Scudetto, o que para a Lazio é muito difícil porque em Itália há equipas que estão acima em termos salariais, como o Inter, o Milan, a Juve e muitos mais. E a verdade é que pudemos competir e divertir-nos, que foi o melhor. Tínhamos uma excelente equipa técnica e um grupo humano muito bom. Penso que nesse ano, até ao azar da chegada da COVID, pudemos lutar pelo Scudetto, o que foi extraordinário.

- Na Lazio trabalhou com Inzaghi, que depois ganhou o Scudetto no Inter. Como foi estar com ele?

Foi uma experiência. No início também foi difícil para ele porque era a sua primeira oportunidade como treinador. Não é o mesmo que agora, certamente, porque melhorou imenso, mas foi extraordinário. O Simone, além de ser treinador, é uma pessoa muito próxima; tenta ajudar em tudo o que pode e, para nós, mais do que um treinador, era como um pai dentro do balneário. Apoiava-nos sempre acima de tudo, e foi uma experiência belíssima. Graças a isso, ainda podemos manter relação.

Luis Alberto conversou com o Flashscore em Doha
Luis Alberto conversou com o Flashscore em DohaFlashscore

Luis Alberto já não pensa na La Roja

- Jogou pela seleção espanhola, vê-se com opções de poder voltar?

Não, é preciso ser realista. Tive a oportunidade de regressar em 2019, mas não pude jogar. Penso que já têm um grupo jovem que está definido para o Mundial, mesmo que mudem alguns jogadores. Voltar é praticamente impossível. Nada é 100% certo, mas penso que já é um passo ao lado, claramente.

- Acha que a sua última experiência como futebolista será no Catar ou vai retirar-se em Espanha?

Não sei neste momento. Uma vez que dei o passo de estar aqui, foi para continuar a tentar divertir-me o máximo de tempo possível. Digo sempre que, enquanto o corpo me disser que estou bem fisicamente, vou tentar jogar o máximo de tempo que puder porque o sonho que tinha desde criança era ser futebolista. Não vou pensar em voltar a Espanha, vou aproveitar o momento. Vou tentar fazer os melhores anos e, possivelmente, prolongar tudo o que puder. Como te digo, quero divertir-me e não pensar em retirar-me já.