O Flamengo entrou em rota de colisão com os clubes da Libra ao obter uma ação liminar que bloqueou 77 milhões de reais (12,3 milhões de euros) referentes aos direitos de transmissão da Globo. Palmeiras, São Paulo, Santos, Atlético-MG e Red Bull Bragantino divulgaram notas de repúdio contra o Rubro-Negro neste sábado.
"A estratégia do clube carioca revela-se predatória e torpe, pois procura asfixiar financeiramente as demais instituições que constituem o bloco, algumas delas em situação de dificuldade, a fim de subjugá-las e extrair ainda mais benefícios individuais", disparou o Palmeiras.
O imbróglio acontece na fatia de 30% das receitas que é dividida conforme a audiência dos jogos de cada clube. O Flamengo não deseja cumprir o acordo assinado pela gestão anterior, de Rodolfo Landim, pois acredita que os valores não correspondem ao seu alcance.
"O objetivo é impedir que o Flamengo sofra prejuízos adicionais em razão do estabelecimento de critérios de divisão de receitas por audiência que não reconhecem o poder gerador de recursos financeiros pelo Flamengo", justificou o Rubro-Negro em nota oficial.
"Existe a previsão no Estatuto da LIBRA de um legítimo direito de veto (que cabe ao Flamengo e a todos os demais clubes), exigindo-se a aprovação unânime do critério de rateio dos valores devidos aos clubes a título de audiência", alega o Fla.
Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grémio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória são os clubes da Série A que compõem a Libra. O bloco também conta com Paysandu, Remo e Volta Redonda, da Série B; ABC, Brusque e Guarani, da C; e Sampaio Corrêa, da D.
Os cinco clubes que se manifestaram pregam o crescimento coletivo do futebol brasileiro e criticam a postura individualista da Direção rubro-negra. "Ou será que o Flamengo acredita que pode jogar competições sem adversários?", questionou o Santos.
"A conduta sorrateira e mesquinha da atual gestão do Flamengo mina a relação de confiança estabelecida entre os clubes e, por consequência, enfraquece todo o futebol brasileiro", declarou o Atlético-MG.
"A atual gestão do Flamengo parece não compreender que é responsável pelos contratos herdados. Até porque a enorme história do clube carioca foi construída ao longo dos anos, e não pelos atuais mandatários", afirmou o São Paulo.
Já o Bragantino garantiu que a divisão das receitas "foi acordada previamente de maneira legal entre os clubes" e acrescentou que "mudar a regra a meio do jogo desrespeita todos os esforços feitos, incluindo os da gestão anterior do próprio Flamengo, que assumiu esse compromisso".