"Quando assumi (a equipa técnica) no ano passado, disse que os meus jogadores eram os melhores. Acredito de coração que são os melhores. O melhor plantel, os melhores jogadores, os melhores em cada posição (...), são os melhores em tudo", celebrou o jovem treinador, de 40 anos, em conferência de imprensa.
"Daqui a alguns anos vão perceber o que fizeram. São eternos no clube. São eternos, são gigantes, e estou muito orgulhoso", acrescentou no Maracanã, onde a sua equipa garantiu o título do Brasileirão com uma vitória por 1-0 frente ao Ceará, a uma jornada do fim.
Filipe Luis, que conquistou em 2025 a Supertaça do Brasil, o Campeonato Carioca, a Taça Libertadores e, agora, o Brasileirão, assumiu o comando do Fla em setembro do ano passado, sucedendo ao antigo selecionador brasileiro Tite. Após a sua retirada em 2023, esteve à frente das equipas de formação Sub-17 e Sub-20.
"A verdade é que estou muito feliz, ainda não acredito, porque já estou a pensar no próximo jogo. Tudo acontece muito depressa, não há muito tempo para festejar", continuou.
Na próxima semana terá de disputar a Taça Intercontinental.
O seu plantel interrompeu-o por alguns momentos na conferência de imprensa para celebrar ao seu lado, lançando-lhe o conteúdo de uma garrafa de espumante entre risos.
"Este grupo de jogadores fez história", insistiu.
Renovação?
O antigo lateral-esquerdo de grandes clubes europeus como Atlético de Madrid e Chelsea, assim como do Flamengo e da seleção do Brasil, manifestou o desejo de continuar no clube até cumprir o contrato em 2027.
No entanto, admitiu que "é complicado" permanecer muito tempo no banco de suplentes no Brasil.
"Se dependesse de mim, já estaria renovado, mas não depende só de mim. Claro que quero ficar, estou feliz e a minha família também, e tenho de conquistar o direito de me sentar nesta cadeira. Para isso trabalho todos os dias, muitas e muitas horas", afirmou.
"Vou continuar a fazê-lo enquanto me permitirem", prosseguiu.

Apenas outros três treinadores da Série A brasileira estão há mais de um ano no seu atual clube: Abel Ferreira (Palmeiras), Rogério Ceni (Bahia) e Léo Condé (Ceará).
"É difícil ter um trabalho duradouro aqui, pela pressão dos media, dos adeptos e interna, que faz com que os treinadores fiquem menos tempo, embora essa cultura esteja a mudar", analisou. "No Flamengo é ainda mais complicado. É praticamente uma trituradora de treinadores", afirmou.
Entre os seus títulos, com uma valorização crescente, a imprensa brasileira noticia que há interesse por parte da Europa.
"Muito difícil"
Para Filipe, "ser campeão brasileiro é muito difícil".
"É o campeonato mais exigente. Se jogares no Barcelona ou no Real Madrid durante cinco anos, certamente vais conquistar o campeonato espanhol, mas se jogares num clube aqui no Brasil, cinco anos não te garantem nada", explicou.
"Garantem-te lutar por títulos se estiveres no Flamengo ou no Palmeiras, mas o último título anterior do Fla foi em 2020, por isso é muito difícil vencer, e compreendo bem o quão difícil é também manter-se no cargo", sublinhou.
É o oitavo título da Série A do clube do Maracanã (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019, 2020 e 2025), o mais popular do Brasil. Igualou o Santos na lista de campeões históricos e só é superado pelo Palmeiras, que soma 12 conquistas.
