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Leila Pereira, presidente do Palmeiras: "Temos contas em dia e somos eliminados por clubes que não pagam a ninguém"

Leila Pereira, presidente do Palmeiras
Leila Pereira, presidente do PalmeirasCesar Greco/Palmeiras

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou esta segunda-feira que o futebol brasileiro “não tem futuro” sem fair play financeiro, pediu SAF para todos os clubes e disse que a eliminação do Alviverde diante do Corinthians — equipa que está com dívidas por contratações — foi “imoral”.

"Eu concordo com a ideia de alguns presidentes, que aqueles clubes, que compram jogadores e não pagam, não podem contratar novamente", disse Leila Pereira à chegada para a reunião sobre o tema na CBF.

"O Palmeiras é um clube que paga rigorosamente em dia clubes, profissionais, atletas, a gente não atrasa um dia. E, às vezes, nós somos eliminados por clubes que não pagam absolutamente ninguém", disparou Leila, em clara referência à derrota com o Corinthians nos oitavos de final da Taça do Brasil.

"Nada contra os outros clubes, o que eu vou falar é claro. O que o adepto quer são títulos, quer a classificação, mas no futuro essa conta vai chegar. Então, será bom para o futebol brasileiro ter essa moralização, porque é imoral que clubes que pagam em dia sejam prejudicados em detrimento de outros clubes que não pagam absolutamente ninguém", acrescentou.

"Sem a implementação de um fair play financeiro, acho que o futebol brasileiro não tem futuro. Principalmente a nossa tão sonhada liga", defendeu Leila Pereira.

"Eu sou a favor de dividir o bolo, temos que ter um campeonato mais igualitário, mas eu não vou dividir o bolo com clubes que não pagam ninguém. Não vou tirar do meu dinheiro para pagar clubes inadimplentes. Aí não dá”, acrescentou.

SAF no Palmeiras?

Eu acho que a grande solução dos clubes é virar SAF. Porque, com o dono, a responsabilidade é do dono. E esses clubes que são associativos, o presidente fica dois, três anos, eles querem ganhar todos os campeonatos e fazem a festa não pagando absolutamente ninguém, porque sabem que daqui a três anos ele vai sair e vai largar a 'bucha' para outro presidente", analisou a presidente do Palmeiras.

Leila Pereira também assegurou que o Palmeiras não vai transformar-se numa SAF na sua gestão, mas a transformação pode acontecer após 2027, o seu último ano de mandato.

A presidente ponderou, no entanto, que o Verdão "tem muitos donos" e acha difícil o clube virar uma Sociedade Anónima do Futebol (SAF).