Recorde as incidências da partida

O remate certeiro de Lino na saída de Bruno Ferreira fez explodir o grito da Nação, aliviando também o peso que recaía sobre os ombros do avançado do Flamengo. Contratação mais cara da história do clube carioca, o jogador não marcava desde o empate 2-2 com o São Paulo, a 5 de novembro, na 32.ª jornada do Brasileirão.
Com esta vitória, o Flamengo chegou aos 78 pontos e já não pode ser alcançado nem ultrapassado pelo Palmeiras, que venceu o Atlético-MG por 0-3, na Arena MRV, também na última madrugada. A equipa de Abel Ferreira segue na 2.ª posição, com 73 pontos.
Depois de 16 anos, o Rubro-Negro voltou a celebrar um título brasileiro no Maracanã, diante dos seus adeptos. A última conquista nacional do Flamengo no estádio tinha sido em 2009, quando bateu o Grémio e conquistou o hexa. Foi o primeiro título do clube na era dos pontos corridos.

Agora sob a batuta de Filipe Luís, uma referência do futebol mundial, a equipa carioca repetiu o mágico ano de 2019, quando também celebrou as conquistas da Libertadores e do Brasileirão.
Grande mentor de um Flamengo dominante, Filipe Luís tornou-se apenas o sexto treinador a somar no currículo o triplete - Taça do Brasil, Série A e Libertadores. Os outros são: Abel Ferreira, Felipão, António Lopes, Tite e Cuca.
O Flamengo não conquistava o Brasileirão desde 2020. Neste século, o Rubro-Negro venceu ainda em 2019 e 2009, além de outros quatro títulos nas edições de 1980, 1982, 1983, 1987 e 1992.
O melhor da América também é o melhor do Brasil
Apesar de um Ceará enrascado, a lutar pela sobrevivência na Série A, o Flamengo foi encaixando o seu jogo ao longo da primeira parte, até que Samuel Lino foi abençoado com o golo do título, a coroar a bela jogada de Carrascal.

Um título de uma equipa que sabe o que faz em campo, que vence os seus adversários não apenas pela qualidade e pela superioridade técnica, mas também pelo respeito que impõe diante de quem enfrenta. Quase como uma força intimidadora.
O Ceará, mesmo em desvantagem no marcador, defendeu-se como pôde, fechando os espaços do Rubro-Negro e abdicando por completo do ataque. A equipa comandada por Léo Condé praticamente não rematou à baliza, enquanto o gigante carioca, tetracampeão da Libertadores, desfilava o seu arsenal de suplentes de luxo. Um por um. Minuto a minuto.
A profundidade de um plantel com lastro, formado por campeões, pode até ter um preço elevado, mas cada cêntimo dos milhões investidos vale a pena. O Flamengo é a prova irrefutável desse processo. Não apenas pela sua condição financeira astronómica, mas pelo planeamento que o torna a maior equipa do Brasil e do continente em 2025.
