"É meu dever transmitir a minha garra e a minha fome, criar este ambiente no balneário. O título que podíamos ter ganho, ganhámo-lo. Podemos desvalorizá-lo, mas um título é importante. Depois, há ainda a Taça de Itália. 80% dos golos que sofremos acontecem sempre, algo estranho que normalmente acontece uma vez por época. Estes momentos vão passar com trabalho", disse o treinador do AC Milan, Sérgio Conceição, na véspera do jogo com a Lazio, depois da derrota frente ao Bolonha que complicou a caminhada dos rossoneri para o objetivo da Liga dos Campeões.
"Estou aqui para dar corpo a este orgulho e a esta vontade de ganhar: sempre me habituei a ganhar desde criança. Agora coloco tudo isso aqui", acrescenta, "num grande e histórico clube. Mas eram outros tempos, quando o AC Milan tinha como objetivo ganhar a Liga dos Campeões e ganhou-a, com outros jogadores e num ambiente diferente. Mas a fome dos adeptos é sempre a mesma, para eles é importante ganhar independentemente de quem está cá".

"Não nos podemos agarrar a pequenas infelicidades, a vida é assim. Temos de trabalhar no que está mal e trazer resultados, não há outra forma. Temos de ganhar, ganhar, ganhar", explica Conceição.
"Sabemos da responsabilidade e do momento, temos consciência do que aconteceu, quer por erros nossos, quer por erros de alguém que não podemos controlar: o resultado foi mau. Eu não quero perder. A minha angústia", diz ele, "é a mesma angústia dos adeptos. Algumas explosões, algumas situações no final do jogo estão ligadas a isso e a esse desejo de ganhar".
O treinador dos Diavolo analisou depois a situação de João Félix, que tem estado impalpável nos últimos jogos: "O João aceita que tem de melhorar todos os dias, tem de ser mais decisivo: não pode estar longe do golo como está agora. Tem de fazer a diferença nos últimos trinta metros. Na minha opinião, por vezes, com a vontade de tocar na bola, desloca-se para zonas onde não é necessário: precisamos de um segundo avançado. Estamos a trabalhar nisso".