Recorde as incidências da partida

Castro iluminou o jogo com uma obra-prima aos 27 minutos, com um remate que gelou o Franchi e colocou um Bolonha cínico e brilhante na frente.
A Fiorentina teve dificuldades em reagir, esmagada pelas vaias do seu público, e na segunda parte correu o risco de cair quando Cambiaghi assinou o 0-2.
Mas o jogo transformou-se num turbilhão de episódios: golos anulados, advertências, VAR e dois penáltis que viraram a noite de pernas para o ar. Gudmundsson reabriu tudo, depois Kean, de penálti aos 90+2 minutos, completou uma reviravolta inesperada.
O 2-2 final premiou a coragem dos Viola e castigou a ligeireza dos vermelhos e azuis, senhores do campo mas incapazes de fechar as contas
Castro inventa, Franchi apita
A primeira parte foi intensa, por vezes nervosa, mas com apenas um verdadeiro fulgor: o de Castro, que aos 27 minutos assinou um golo cinematográfico e deu ao Bolonha a vantagem no Franchi.
Um remate perfeito à entrada da área, com a bola a passar por baixo da trave e De Gea a não se mexer. Foi a jogada que quebrou o equilíbrio após uma longa fase inicial de estudo, na qual a Fiorentina teve dificuldades para encontrar ritmo e precisão.
A reação dos Viola foi mais de raiva do que de ideias. Kean desperdiçou uma excelente oportunidade no contra-ataque, sozinho diante de Skorupski, mas o seu remate foi para fora, embora a ação estivesse em fora de jogo.
Pouco depois, Ranieri desperdiçou de forma clamorosa o golo do empate: sozinho à entrada da área, atirou por cima do remate preciso de Mandragora, confirmando o momento de confusão da equipa. O próprio Mandragora tentou redimir-se num livre, mas Skorupski bloqueou com segurança.
O público no estádio Franchi não perdoava: os assobios choviam sobre a Fiorentina, a quem faltava ritmo e ideias.
Dois penáltis e o caos
A segunda parte começou imediatamente com uma emoção. La Penna assinalou a marca de grande penalidade por uma alegada mão na área após um choque com Kean, mas o VAR chamou-o de volta: após alguns segundos de verificação, a grande penalidade foi anulada. O 0-1 manteve-se enquanto o barulho e a tensão no Franchi aumentavam.
O Bolonha, astuto e cínico, reagrupou-se e voltou a atacar. Aos 52 minutos, a combinação foi perfeita: Orsolini inventou, Holm rompeu pela direita e serviu Cambiaghi, que marcou o 0-2 em dois passos. O grito vermelho-azul misturou-se com o silêncio da curva roxa: o jogo parecia já estar escrito.
Pioli abanou a cabeça, depois mudou a cara da equipa. Entraram Fortini, Ndour e Dzeko para o lugar de Gosens, Mandragora e Fagioli. O ritmo acelerou, os Viola ripostaram. Aos 58 minutos, Kean teve uma boa oportunidade para inaugurar o marcador, mas Skorupski fechou o espelho com o reflexo de um guarda-redes de outrora. Pouco depois, chegou também um cartão amarelo para Gudmundsson, um sinal de que o jogo estava a aquecer.
Mais alterações se seguiram: Castro e Cambiaghi deram lugar a Dallinga e Rowe para o Bolonha, enquanto Nicolussi Caviglia saiu para a entrada de Sabiri, sob aplausos dos Franchi. E quando o Bolonha parecia estar a conseguir fechar o jogo, tudo aconteceu.
Aos 67 minutos, Dallinga marcou o terceiro, mas a alegria durou apenas alguns segundos: o VAR reconheceu um fora de jogo milimétrico de Orsolini no início da ação. Golo anulado, ficou 0-2.
A Fiorentina recuperou assim o ânimo. Aos 72 minutos, Holm, impecável até então, derrubou Fortini: o amarelo era inevitável. Daí nasceu uma longa e insistente ação, com a bola a saltitar na área até ao toque de mão de Ferguson. Era penálti claro. Gudmundsson foi glacial da marca de grande penalidade, batendo Skorupski e marcando o seu primeiro golo na Série A desta época.
O final foi uma tourada. A Fiorentina atirou o seu coração para cima do obstáculo e Holm, um dos melhores, estragou tudo para os Felsinei: uma intervenção tardia custou-lhe a segunda advertência e deixou a sua equipa em dez. Tensão muito elevada a partir desse momento, com Rowe a ser chamado ao banco - furioso e irritado - enquanto o staff violeta reformulava a equipa para os últimos minutos.
Quando tudo parecia terminado, eis que surgiu o imprevisível. Aos 90+2 minutos, um remate de Kean foi desviado com um braço por Bernardeschi: a segunda grande penalidade da noite. Desta vez, na marca de grande penalidade, foi o bombardeiro Vila, que não tremeu. Remate de pé direito, golo do 2-2.
Pioli pode sorrir: não há vitória, mas uma reação de carácter. O Bolonha, dominante durante uma hora, desperdiçou a oportunidade de fechar o jogo e regressou a casa com um ponto que cheira a arrependimento.

