Atalanta 0-1 Inter
Um dos caminhos para os troféus dos nerazzurri tinha-se fechado recentemente, depois da derrota frente ao Bolonha na meia-final da Supertaça Italiana, há nove dias, mas a equipa de Cristian Chivu mostrou desde cedo sinais de recuperação desse desaire. Apesar de defrontar uma Atalanta em boa forma, com três vitórias nos últimos quatro jogos, o Inter foi afirmando gradualmente o seu domínio numa primeira parte morna, com o guarda-redes da Dea, Marco Carnesecchi, a ser chamado a intervir para travar Marcus Thuram e Martínez.

O golo dos visitantes parecia inevitável e, aos 35 minutos, Thuram rematou de primeira com o pé direito, num lance brilhante que acabou por escapar às mãos de Carnesecchi. No entanto, o VAR interveio para anular o golo por fora de jogo, poupando a Atalanta. A equipa de Raffaele Palladino ofereceu muito pouco em termos ofensivos, não conseguindo qualquer remate enquadrado antes do intervalo, numa exibição cautelosa na primeira parte.
O jogo ganhou outra dinâmica após o intervalo, com a Atalanta a criar mais perigo no ataque. Éderson devia ter feito melhor ao cabecear por cima após um cruzamento de Charles De Ketelaere, enquanto o belga também viu um golo anulado por fora de jogo. Ainda assim, foi o Inter quem acabou por desbloquear o marcador, e de forma previsível: um passe errado de Berat Djimsiti, aos 65 minutos, ofereceu a bola a Pio Esposito, que serviu Martínez com um passe perfeito para uma finalização letal à queima-roupa.
Este foi o oitavo golo de Martínez frente à Atalanta e com o Inter a vencer em todas as quatro partidas anteriores em que o argentino marcou contra a Dea, a história parecia repetir-se. A equipa de Palladino ainda tentou reagir, mas o conjunto de Chivu manteve sempre um certo controlo do jogo e acabou por regressar a San Siro com os três pontos — embora Lazar Samardžić tenha falhado de forma incrível uma oportunidade clara já nos minutos finais.
No final, o Inter segurou a vantagem e somou a quarta vitória consecutiva no campeonato, afirmando-se como a equipa a bater à entrada para 2026. Já a Atalanta continua sem conseguir quebrar o seu jejum frente ao Inter, somando agora 16 jogos consecutivos sem vencer neste confronto (5 empates e 11 derrotas), vendo também interrompida de forma abrupta a sua série de três vitórias seguidas em todas as competições.
Cremonese 0-2 Nápoles
Depois do deslize em Údine, os azzurri apresentam-se no Zini com a confiança de quem acabou de erguer um troféu e transformam o entusiasmo da Supertaça numa vitória clara, nunca verdadeiramente posta em causa. Desde o apito inicial, a equipa de Conte dominou o jogo.

A vantagem dos azzurri surge aos 13 minutos, com o ponta-de-lança dinamarquês Ramus Hojlund, bem colocado na área, a aproveitar um ressalto após remate de Spinazzola, desviado pela defesa, e a bater Audero à queima-roupa. Um golo que desbloqueou o encontro, mas que não satisfez as ambições do Nápoles, que continuou a pressionar sem dar espaço aos grigiorossi.
Aos 45 minutos, chegou o segundo: Politano cruzou com precisão, a bola sofreu um desvio de McTominay e sobra para Hojlund, completamente isolado. O número 19, novamente à boca da baliza, assina o seu segundo golo e fechou a primeira parte com o 2-0. Mais uma vez, a defesa da Cremonese foi surpreendida pelo físico e pela frieza do avançado.
A Cremonese, apesar de organizada e compacta, não conseguia ser incisiva nas saídas rápidas. Na segunda parte, a equipa de Conte mantém a mesma garra e lucidez que mostrou nos primeiros 45 minutos. O pressing ofensivo dos anfitriões existiu, mas era constante e previsível, enquanto os azzurri mostraram-se perfeitamente organizados a fechar espaços e a sair em velocidade. Aos 55 minutos, Sanabria tenta ganhar espaço na área, mas é travado por Milinkovic-Savic, que salva tudo com uma intervenção rápida e decisiva.
O jogo encaminhava-se para o fim, mas Hojlund, figura maior do encontro, não abrandou. Aos 50 minutos, após uma grande saída rápida, o avançado dinamarquês voltou a assustar Audero com um remate que sai ligeiramente ao lado. Vinte minutos depois, o ex-Atalanta e Manchester United voltou a ameaçar com um remate de pé esquerdo, obrigando novamente o guarda-redes adversário a aplicar-se.
A vitória certifica o grande momento de Hojlund, figura maior, e de um Nápoles que voltou a impor-se. Depois da derrota por 1-0 em Údine e das sete derrotas nas últimas nove deslocações, os azzurri reencontram o sorriso e uma importante solidez fora de casa.
AC Milan 3-0 Hellas Verona
Era preciso uma resposta, mais ainda do que uma vitória. Depois do desaire na Supertaça e da sensação de tarefa inacabada deixada pelo empate caseiro frente ao Sassuolo, o Milan voltou a San Siro com o peso das expectativas e a urgência de não perder terreno na luta pelo topo.

A crónica da primeira parte desenrola-se de acordo com um guião previsível, com o Milan a circular a bola no meio-campo sem conseguir encontrar os espaços certos para ferir. O Hellas Verona respondeu com uma retaguarda atenta e uma pressão constante que sufoca cada tentativa dos rossoneri. A intensidade não faltava, mas o equilíbrio imperava.
O jogo custava a arrancar e, enquanto o Milan tentava construir, faltava a velocidade necessária para romper. O ataque não encontra soluções, enquanto o Verona, eficaz a baixar o ritmo, limitou-se a defender sem nunca ameaçar verdadeiramente. Loftus-Cheek rematou de fora, mas um bloqueio desviou para canto e o duelo perdeu-se num beco sem saída de táticas e construções lentas.
No entanto, quando tudo parecia encaminhar-se para um final sem emoções, surgiu o inesperado. Aos 45+1 minutos, um canto de Luka Modric mudou tudo. O croata, com um cruzamento preciso da direita, encontra Adrien Rabiot, que de cabeça desvia a bola para Pulisic encostar ao segundo poste.
Embalado pela vantagem, o AC Milan entrou na segunda parte com outra atitude. A confiança aumentou, e o Verona, embora nunca tenha desistido, viu-se obrigado a suportar a pressão crescente. Não passam sequer dois minutos do recomeço até oferecer o segundo golo ao Milan: Nelsson, na área, comete um erro ao agarrar ostensivamente Nkunku. O árbitro não hesita: penálti para os anfitriões. O francês assumiu a marcação com determinação e apontou o primeiro golo na Serie A. A celebração com o balão diz tudo: um gesto que alivia um peso considerável, fazendo explodir de alegria os adeptos de San Siro.
O Milan estava lançado. Poucos minutos depois do penálti, Modric, inspirado como sempre, ganhou espaço à entrada da área e, com o pé esquerdo, tenta o remate ao primeiro poste. Montipò ainda desviou para o ferro, mas a bola permanece em jogo e fica a saltar mesmo sobre a linha de golo. Nkunku, sem hesitar, atira-se à bola solta e, com um remate forte, faz o 3-0. Foi o golpe final.
O AC Milan ainda esteve perto de dilatar o marcador por várias ocasiões até ao apito final, mas Montipò foi resolvendo os problemas. Desta forma, a turma de Allegri encerrou 2025 com uma vitória clara e convicente, confirmando-se como candidato. O Verona, por sua vez, pagou caro a fragilidade defensiva e mantém-se antepenúltimo. A manutenção continua a ser um objetivo distante e difícil.
