Serie A não vai parar antes dos play-offs do Mundial: "O calendário está sobrecarregado"

Gabriele Gravina
Gabriele Gravina DOMENICO CIPPITELLI / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

O presidente da FIGC, Grabiele Gravina, pronunciou-se também sobre a possibilidade de se demitir em caso de não apuramento: "Não existe nenhuma norma que o exija, vamos ao Mundial e a questão não se coloca".

Março ainda está longe, mas todos – dos jogadores ao selecionador, passando pelos dirigentes da federação – já pensam no play-off que decidirá se a Itália estará ou não presente no Mundial do próximo verão.

Primeiro a Irlanda do Norte em casa, depois uma deslocação ao País de Gales ou à Bósnia são os obstáculos dos azzurri que, depois de duas edições ausentes, não se podem dar ao luxo de falhar novamente.

O ambiente é de acerto de contas, entre a impossibilidade de adiar a jornada da Serie A antes do play-off e a sombra de uma eventual demissão do presidente da federação caso a Itália falhe mais uma vez o Mundial.

"Mas não existe nenhuma norma que o diga", respondeu o n.º 1 da FIGC, Gabriele Gravina, a quem lhe perguntou se o destino da federação estava diretamente ligado ao da seleção nacional.

O calendário de Itália
O calendário de ItáliaFlashscore

"É um cenário mais apontado do exterior", acrescenta. "Já se falava disso depois do jogo com a Suíça, mas internamente existe um princípio democrático e a resposta foi 98,7% dos votos nas eleições. Há reflexões a fazer sobre as responsabilidades individuais, mas tomar decisões antecipadas é prematuro. Além disso, sou otimista, vamos ao Mundial e, por isso, a questão não se coloca".

O verdadeiro desafio para a federação e o selecionador é preparar o play-off da melhor forma possível, razão pela qual Gattuso tinha pedido o adiamento da jornada da Serie A antes do play-off. No entanto, tal solução é "inviável", pois o "calendário está sobrecarregado", afirmou Gravina.

Está a ser ponderado um estágio a meio de fevereiro "e estamos a organizar-nos para permitir ao selecionador, nos próximos meses, acompanhar os jogadores elegíveis, que não são assim tantos".

Uma forma de alargar a base futura de jogadores que poderão ser convocados pelo selecionador passa pela aprovação das licenças nacionais para a próxima época, cujo prazo final para apresentação da documentação de inscrição nos campeonatos será 22 de junho.

Novidade para o futuro dos clubes italianos

De acordo com o regulamento, a partir do próximo mercado de verão, o índice de custo do trabalho alargado passará do atual 0,8 para 0,7 (sob pena de bloqueio do mercado caso este critério não seja cumprido).

Mas a novidade aprovada em conselho prevê que, para os clubes da Serie A, o custo e os respetivos amortizações dos jogadores Sub-23 sejam excluídos do numerador. O objetivo da FIGC é valorizar o investimento nas academias e nos jogadores elegíveis para as seleções nacionais.

"É preciso uma mudança radical na cultura de investimento do futebol italiano", explica Gravina. "Atualmente as academias são vistas apenas como um custo, o que é errado. Vamos avaliar se este princípio, aplicado à Serie A para os Sub-23, será mantido ou se baixaremos o limite para os sub-21 na Serie B e C".

O objetivo final é levar os clubes a investir de forma diferente, apostando na ideia de que compensa mais investir num jovem italiano do que num jogador estrangeiro.