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UEFA vai "consultar" intervenientes sobre a realização de jogos da Serie A e LaLiga no estrangeiro

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Foto ilustrativaDOMENIC AQUILINA/NurPhoto via AFP
A UEFA vai "consultar" os intervenientes do futebol europeu sobre o pedido da La Liga e da Serie A de deslocalizarem dois jogos do campeonato para os Estados Unidos e a Austrália, uma potencial estreia mundial muito criticada, anunciou o organismo esta quinta-feira.

Reunido em Tirana, o comité executivo do organismo europeu "examinou os pedidos" apresentados pelas federações espanhola e italiana para realizar o Villarreal-Barcelona, a 20 de dezembro, em Miami, e o AC Milan-Como, no início de fevereiro de 2026, em Perth.

No entanto, "antes de tomar uma decisão final", a UEFA vai "lançar uma série de consultas com todas as partes interessadas no futebol europeu, incluindo os adeptos", cujos representantes se opõem claramente a este projeto.

"Há muitas questões a resolver", afirmou a organização num comunicado, reconhecendo no entanto que "esta é uma questão importante e de interesse crescente".

Na semana passada, o chefe da UEFA, Aleksander Ceferin, admitiu ao jornal Politico que a sua margem de manobra era limitada, uma vez que a FIFA foi forçada em maio - na sequência de um acordo legal com o gigante dos direitos de transmissão de futebol Relevent Sports - a rever as regras que proíbem a realização de jogos da liga no estrangeiro.

"Não estamos satisfeitos (com os planos de deslocalização), mas não temos muita margem de manobra do ponto de vista legal se as duas federações concordarem", resumiu o executivo esloveno.

Num comunicado separado, a associação de defesa dos adeptos, a Football Supporters Europe (FSE) "congratulou-se" com a disponibilidade da UEFA para dialogar, reiterando a sua posição expressa na passada quarta-feira num texto assinado por mais de 430 grupos de adeptos de 25 países.

"O futebol europeu pertence aos nossos estádios, às nossas cidades, às nossas comunidades: um jogo doméstico no estrangeiro já é um jogo a mais", escreveu a FSE, uma posição semelhante à do comissário europeu do Desporto, Glenn Micallef.

Perante a procura de novos mercados - e, para o Milan-Como, a impossibilidade de utilizar o estádio de San Siro, mobilizado no início de fevereiro para a cerimónia de abertura dos Jogos de inverno - os adeptos denunciam uma aberração logística e ambiental, bem como uma violação da equidade desportiva garantida pelos jogos em casa e fora.