CAN-2025: Morena Ramoreboli, treinador do Botsuana, promete uma equipa para ficar na história

Morena Ramoreboli, treinador do Botsuana
Morena Ramoreboli, treinador do BotsuanaAYMAN AREF / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

O Botswana vai disputar apenas a sua segunda fase final da Taça das Nações Africanas quando viajar até Marrocos, tendo ultrapassado uma campanha de qualificação bastante exigente para o conseguir.

O treinador francês Didier Gomes da Rosa saiu após quatro dos seis jogos de qualificação para assumir funções num clube na Líbia, deixando o sul-africano Morena Ramoreboli como interino, encarregado de garantir o apuramento.

O técnico de 44 anos ganhou notoriedade ao levar o modesto Jwaneng Galaxy à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos em 2023 e, com muitos jogadores do seu clube na seleção, foi a escolha natural para os dois últimos jogos do grupo de qualificação, em que o Botsuana precisava de um empate fora frente ao poderoso Egito para garantir a qualificação – um resultado que poucos acreditavam ser possível. O 1-1 no Cairo foi suficiente para carimbar o passaporte.

“Sinceramente, antes de mais, quero dizer que foi exatamente como planeámos o jogo”, afirmou Ramoreboli ao Flashscore.

“Primeiro, sabíamos que eles iam querer ter posse de bola e, em segundo lugar, que iam mexer na equipa e colocar jogadores muito rápidos. Tivemos de simplificar a nossa abordagem e reforçar a defesa, conscientes de que assim poderíamos ter uma oportunidade. Fomos muito felizes ao marcar cedo, o que penso que nos ajudou a entrar melhor no jogo. Quando se marca cedo contra uma grande equipa, isso dá confiança aos jogadores. Ao intervalo, também foi fácil motivá-los, porque sabiam que tinham de aguentar 45 minutos para garantir a qualificação", explicou.

O Botsuana terminou em segundo lugar no grupo, apurando-se pela primeira vez desde a estreia na Taça das Nações Africanas em 2012, quando perdeu os três jogos frente ao Gana (0-1), Guiné (1-6) e Mali (1-2).

Ramoreboli foi confirmado como treinador principal em janeiro passado. Teve de fazer ajustes rápidos quando assumiu o comando.

“Não foi uma transição fácil, porque cada treinador tem as suas próprias táticas e convicções. Entrei numa equipa que tinha acabado de vencer dois jogos (frente à Líbia) a jogar em bloco baixo, conseguindo marcar dois golos e não concedeu nenhum. Esses dois jogos colocaram-nos numa posição de qualificação para a Taça das Nações Africanas. Senti que havia grandes expectativas em relação a mim, reuni-me com os jogadores para perceber o que se estava a passar", disse Ramoreboli ao Flashscore.

“Depois disso, disse a mim próprio: ‘sim, vou introduzir algumas mudanças, mas não vou alterar muito o que o treinador estava a fazer’. O que o treinador (Da Gomes Rosa) fez foi lançar as bases. Por isso, foi fácil gerir e controlar certos aspetos, mas, para ser honesto, não mudei muita coisa porque não queria começar algo novo, já que o que estava a ser feito estava a resultar", acrescentou.

Agora, espera abanar as águas em Marrocos, mesmo sabendo que poucos jogadores do Botsuana atuam fora do país.

“Acredito que, quando se compete numa fase final da Taça das Nações Africanas, ou quando se tem bons desempenhos em provas continentais, é aí que os clubes estrangeiros começam a olhar com mais atenção para o Botsuana. Neste momento, só temos quatro jogadores a atuar fora do país, todos no norte de África.  Se queremos aumentar o número de jogadores a sair, temos primeiro de garantir estabilidade nas nossas exibições e lutar sempre por lugares nas grandes competições. É assim que os olheiros vão aparecer”, explicou.

O Botsuana está inserido no Grupo D, juntamente com o Senegal, Benim e RD Congo, sendo que todas estas seleções representam grandes desafios à sua maneira.

“Estamos num grupo com equipas de grande experiência e competitividade. Conhecemos bem a história das seleções que estão connosco e sabemos como se comportaram em anteriores CAN”, afirmou Ramoreboli.

“O sorteio dá-nos a oportunidade de medir forças com as melhores equipas de África e não temos dúvidas do que somos capazes de fazer ou de como vamos atuar na competição. Temos de respeitar todos e sabemos que a nossa missão não será fácil, mas vamos lutar e dar o nosso melhor. Precisamos de deixar a nossa marca na CAN-2025. O objetivo é realizar boas exibições, dominar os jogos e alcançar resultados positivos. O sucesso será ser recordado como uma das equipas que lutou até ao fim e representou o Botsuana com orgulho", assumiu.

Ramoreboli deixou ainda uma mensagem aos adeptos, apelando ao seu apoio incondicional à equipa, independentemente do que acontecer em Marrocos.

“Os jogadores precisam do vosso apoio e confiança, sobretudo porque muitos deles jogam no campeonato local e vão defrontar adversários que costumavam ver na televisão. A energia positiva dos adeptos durante a qualificação impulsionou-nos e precisamos desse mesmo entusiasmo agora que vamos à CAN”, concluiu.