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CAN: A partir de agora, Costa do Marfim já "não tem medo de nada" no torneio

Torcida da Costa do Marfim após a classificação para a semifinal.
Torcida da Costa do Marfim após a classificação para a semifinal.SIA KAMBOU/AFP
Virtualmente afastada em todas as rondas, a Costa do Marfim tem arrancado forças da campanha milagrosa e "não teme nada" na corrida para ganhar a "sua" Taça das Nações Africanas, avisou um dos líderes do plantel, Seko Fofana. A meia-final contra a República Democrática do Congo está agendada para quarta-feira (20:00), em Abidjan.

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Esta moral de ferro "começou com Guiné Equatorial", indicou Seko Fofana, referindo-se à derrota humilhante por 4-0 que deixou alguns dos companheiros em lágrimas.

"Estávamos no fundo do poço. Tínhamos de esperar pelos jogos para ver se nos qualificávamos, o que acabou por acontecer, e agora não temos medo de nada", continuou o líder moral e técnico dos Elefantes.

Entre a noite desse fiasco, segunda-feira 22 de janeiro, e a noite de quarta-feira da mesma semana, os marfinenses assistiram aos últimos jogos da fase de grupos, um após o outro, na esperança de que outros terceiros classificados ficassem ainda pior que eles e, dessa forma, poderem qualificar-se. 

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Os marfinenses tinham apenas 3 pontos e uma diferença de golos negativa (-3). O Gana (2 pontos) ficou atrás deles nessa mesma noite. Na terça-feira, os terceiros classificados fizeram todos melhor do que a Laranja: a Guiné tinha 4 pontos, tal como a Namíbia. Mas na quarta-feira, no último jogo, Marrocos teve o bom senso de vencer a Zâmbia (1-0), que ficou em terceiro lugar do grupo com dois pontos. Bandeiras marroquinas floresceram em Abidjan...

Durante esses dois dias, "foi muito, muito difícil para nós", recordou Serge Aurier, "ficámos no hotel, a trepar as paredes, limitamo-nos a comer, fomos repescados, esperávamos pela vitória de Marrocos para podermos estar aqui".

Durante este período conturbado, os Elefantes ficaram também sem o seleccionador Jean-Louis Gasset, que foi substituído pelo adjunto Emerse Faé.

"Quando se é ressuscitado..."

"Eu acho que mentalmente, quando se é ressuscitado como nós fomos, não há mais nada que te assuste, tens que ir de cabeça", continuou Aurier, antigo jogador do PSG (2014-2017) e um dos chefes do balneário, o único campeão africano (2015) juntamente com Max-Alain Gradel.

Também nos oitavos de final, a Costa do Marfim esteve à beira da eliminação antes de se salvar no final, contra o Senegal, ao empatar nos minutos finais (1-1, 5-4 nas grandes penalidades). O mesmo aconteceu nos quartos de final contra o Mali (2-1, após prolongamento), em que jogaram mais de 75 minutos em inferioridade numérica após a expulsão de Odilon Kossounou.

"Quando o Mali falhou o penálti (Adama Noss Traoré, aos 17 minutos da primeira parte), todos tivemos essa força", descreveu Oumar Diakité, autor do golo da vitória no prolongamento.

"Eles marcaram o primeiro golo (Nené Dorgeles, aos 71), foi complicado para a cabeça, mas com a minha entrada, a de Simon Adingra (autor do golo do empate aos 90) e Sébastien Haller, dissemos para nós próprios: é possível fazer alguma coisa", continuou Diakité.

Até mesmo o seleccionador adversário admitiu: "Eles têm essa energia, e também é disso que se precisa no futebol, esse pouco de sorte. Eles merecem esta meia-final. Mas a verdade é que a Costa do Marfim evoluiu muito" disse Eric Chelle.

"Mesmo quando estamos em apuros e sofremos um golo, temos de continuar até ao apito do árbitro", acrescentou Seko Fofana.

"Passamos por momentos difíceis, principalmente depois do jogo contra a Guiné Equatorial, quando fomos insultados. Sentimo-nos sozinhos, mas conseguimos dar a volta por cima. Os campeões conseguem seguir em frente", concluiu.