Juventus 2-0 Udinese
O primeiro jogo dos oitavos de final da Taça de Itália terminou sob o domínio da Juventus, que assina uma exibição brilhante, madura e cheia de autoridade. A equipa de Luciano Spalletti, coesa e focada, derruba com aparente facilidade a Udinese de Kosta Runjaic, derrotada 2-0 por um autogolo e uma grande penalidade cometida por Palma, convertida por Locatelli.
Com este triunfo, os bianconeri garantem o acesso aos quartos de final, onde vão defrontar o vencedor do Atalanta e Génova, marcado para quarta-feira

Após o minuto de silêncio pela morte de Nicola Pietrangeli, o jogo ganhou ritmo de imediato. A Juventus, sem Vlahovic devido à grave lesão, apostou em Jonathan David para liderar o ataque: uma escolha forçada, mas que não abala a confiança da equipa.
Na verdade, o primeiro lance ofensivo é protagonizado pelo habitual Kenan Yildiz, que começa de forma fulgurante: aos 6 minutos, falha por pouco um cruzamento tenso de Cambiaso; aos 11, obriga Sava a uma defesa difícil após uma finta curta e um remate em arco à entrada da área. Aos 21', volta a assustar o Stadium com mais um remate que passa perto do poste direito do guarda-redes friulano. A Udinese observa, organizada mas demasiado passiva, enquanto a Juve cresce, avança no terreno, impõe ritmo e transmite confiança. É uma equipa que ocupa o relvado com naturalidade.
O golo surge, de facto, com a leveza típica das equipas que controlam o jogo. McKennie cruza com precisão, Palma tenta antecipar David mas acaba por desviar para a própria baliza: um autogolo infeliz, mas perfeitamente alinhado com o desenrolar do encontro. É o minuto 23, e está feito o 1-0.
A partir daí, o jogo é de sentido único. As estatísticas mostram uma Juventus dominante, com o bloco alto instalado no meio-campo da Udinese. Cambiaso destaca-se pela direita: primeiro um remate bloqueado na área, depois outro tiro travado, sempre com a sensação de que pode decidir o jogo a qualquer momento.
O encontro aquece definitivamente pouco depois da meia hora. Ehizibue descobre um espaço inesperado, faz um chapéu sublime e marca, mas a celebração dura apenas um instante: o extremo neerlandês estava claramente em fora de jogo. A Udinese acredita, o Stadium respira de alívio. Pouco depois, David assina uma verdadeira obra-prima: remate diagonal de ângulo impossível, bola ao canto, euforia nas bancadas... até que o árbitro assistente levanta a bandeirola. O VAR confirma o fora de jogo, embora subsistam dúvidas: as linhas parecem traçadas sobre o defesa errado, e fica a sensação de que o golo poderia ter sido validado.
A equipa de Spalletti supera rapidamente a frustração e tenta fechar a primeira parte ao ataque: Cambiaso e Kelly voltam a pressionar, os seus remates são novamente travados pela defesa friulana, mas a mensagem é clara. A Juve tem o jogo sob controlo. A Udinese resiste, luta, fecha-se, mas nunca consegue sair verdadeiramente do seu meio-campo.
A segunda parte começa com a Vecchia Signora a retomar exatamente de onde tinha parado: ritmo elevado, ideias claras e domínio mental quase absoluto do encontro. Os friulanos tentam, timidamente, aproximar-se da área adversária, com Zaniolo a construir aos 47 minutos uma jogada potente e limpa – ultrapassa dois jogadores da Juventus, remata forte de fora da área – mas a bola sai ao lado e Di Gregorio observa sem preocupações. A Juve, por seu lado, continua a criar perigo e a pressionar. Yildiz, fiel ao seu estilo, aos 54 minutos volta a tentar o seu remate em arco, desta vez ao lado, mas reafirma que o controlo do jogo permanece do lado dos bianconeri.
Os únicos momentos de apreensão vêm dos problemas físicos: primeiro Koop cai e fica algum tempo a queixar-se do ombro (regressando pouco depois), depois Gatti, aos 55 minutos, sente dores no joelho e é obrigado a sair. Locatelli entra para o seu lugar, alterando o esquema mas mantendo a intensidade da Juve. Runjaic responde com uma dupla substituição: saem Zarraga e Zaniolo, entram Miller e Iker Bravo, numa tentativa de dar frescura e imprevisibilidade à equipa.
Mas é sempre a Juventus a comandar o jogo. Aos 65 minutos, constrói uma jogada perfeita: David lança Cabal pela esquerda, cruzamento tenso do colombiano para McKennie, mas o remate do americano sai demasiado ao centro e Sava defende. A jogada, contudo, não termina aí: o VAR chama Fourneau, porque antes do cruzamento Palma – o mesmo do autogolo – pisa claramente Cabal. As imagens não deixam dúvidas. Penálti, cartão amarelo e mais uma noite para esquecer do defesa friulano.
Locatelli, que tinha entrado há poucos minutos, assume a marcação do penálti: corrida curta, remate seguro, Sava batido. É o 2-0 para a Juventus, o golpe que sela o jogo e a qualificação. O Stadium celebra – apesar do golo anulado a Openda no final –, e a equipa de Spalletti avança para os quartos de final.

