Farioli elogia Famalicão, aborda mercado, miúdos e menos utilizados: "Prpic é um soldado"

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Farioli
FarioliPAULO NOVAIS/LUSA

Declarações do treinador do FC Porto, Francesco Farioli, na antevisão ao duelo com o Famalicão, a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal.

Acompanhe aqui as incidências e o relato do encontro

Reencontro após 0-1 em novembro: "Também jogamos com eles na pré-época, eles conhecem-nos bem e nós a eles, é algo que temos de ter em consideração. Vai ser um jogo de mata-mata. Espero que sejam mais agressivos do que foram para o campeonato, porque habitualmente é uma equipa com mais percentagem de recuperações de bola, espero que venham com a atitude normal deles. Vai ser um jogo duro".

Mora e Gabri Veiga titulares: "É uma possibilidade, não lhe direi a percentagem. Todas as opções são possíveis, o Rodrigo (Mora) já jogou como número 8, número 10, falso 9 e nas alas. É possível que jogue desde início ou que entre durante o jogo, temos que estar abertos a todas as possibilidades".

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Elogios após a primeira parte em Famalicão: "Consigo imaginar que para eles, tal como para nós, é um objetivo chegar à final e ganhar a competição. É uma equipa que, antes do nosso jogo em novembro, apreciei como estavam organizados taticamente através do trabalho do treinador. É claro o que querem fazer com e sem a bola. Sobre o jogo, vai depender da sua abordagem, como vão querer jogar no Dragão, se vão ser corajosos e pressionar mais acima ou se vão esperar um pouco mais abaixo. De acordo com o plano deles, temos de encontrar a solução e o plano ideal para ver como o jogo pode começar e continuar durante os 90 minutos regulamentares ou mais". 

Gestão física: "Não vou entrar nos detalhes individuais porque não é disso que se trata. É uma questão de gerir uma época longa, repito-me a dizer que num clube destas dimensões queremos chegar à reta final de todas as competições e lutar por todas elas, para isso precisamos de ganhar jogos e precisamos de gerir, mas não demasiado, porque precisamos de ter um onze competitivo. O nosso plantel é muito equilibrado, exceto nas posições onde tivemos duas lesões e perdemos dois jogadores importantes (Nehuén Pérez e Luuk de Jong).

De resto, não temos tido grandes problemas, claro que numca época longa temos um toque aqui ou ali... Em geral, temos uma boa capacidade de jogadores prontos para jogar, há umas semanas era de 92%, é um dado incrível se tivermos em conta o nosso calendário e o facto de o FC Porto ter disputado o Mundial de Clubes. É uma boa oportunidade para alterar jogadores, gerir o grupo desta forma, fazer poucas ou muitas mudanças de acordo com as necessidades. Mas tudo tem a ver com a forma como o jogador está a treinar na semana e a confiança que me dá para mudar o onze inicial. Para continuar a melhorar na jornada em que estamos, isso vai ser um grande fator".

Prpic e Kiwior como dupla: "Não sou fã de dois defesas centrais esquerdinos ao mesmo tempo, talvez seja uma imagem mental que tenho na cabeça, mas essa é uma possibilidade que estamos a considerar. Até porque no próximo jogo (para o campeonato), o Bednarek está suspenso. Já referi as várias possibilidades de atuar ali, como o Pablo Rosario. Tudo isto são possibilidades, o Dominik (Prpic) está a jogar menos que o Kiwior, mas sempre que está no campo tem atuado bem, é adorado pelos adeptos pelo seu carácter, é um soldado. Por isso, estou certo que vai ter novamente uma oportunidade em breve e está preparado para defender a equipa".

João Teixeira perto da equipa principal: "Da minha parte, quero ver o que acontece na equipa B e nos sub-19. É algo que costumava fazer no passado e é um tema sensível dentro do clube. Desenvolver talento jovem é vital para o clube, porque oferece futuro. Estamos ligados nesta parte, seguimos de perto essas atividades, temos pessoas na equipa técnica que são a ligação de informação sobre os jogadores que sobem e que descem entre equipas. Estou muito impressionado com o João, tem um perfil muito interessante, é um médio centro com boa capacidade técnica e capacidades físicas de um jogador da ala, porque é muito explosivo. Tem muita coisa.

As últimas temporadas de João Teixeira
As últimas temporadas de João TeixeiraFlashscore

Depois, se o João, o Bernardo (Lima) e outros jogadores que estão a sonhar com a equipa principal, há algo muito claro para nós: precisam de trabalhar, de nos ajudar quando estão connosco para treinarmos de certa forma e de serem o exemplo quando voltam à sua equipa. Isto é muito exigente. Quero destacar a evolução do Angel Alarcón desde o início da época: veio, não estava preparado para o nosso ritmo, enviei-o para a segunda equipa ao fim de um dia. Depois, senti que a sua oportunidade podia surgir e, numa semana, não conseguem imaginar o clique mental que deu. Hoje é, definitivamente, alguém que pode ajudar a equipa, com grande impacto de início ou a entrar no jogo e agora todas as coisas estão alinhadas para ter uma carreira brilhante".

Possibilidade de enfrentar o Benfica dá outra motivação?: "Não, a motivação é seguir em frente. Se queremos chegar à final e celebrar a Taça em maio, temos de ganhar jogos. Até lá vamos enfrentar as melhores equipas da competição. O jogo de amanhã é o mais competitivo (dos oitavos de final), acho que merece muita atenção e a atitude correta". 

Comprar no mercado de janeiro é obrigatório?: "Sobre esta parte, repito os números que falei anteriormente. Temos mais de 90% dos jogadores preparados para jogar e isso é mérito dos jogadores, da equipa de performance e da recuperação da equipa médica. São três elementos que contribuem para o sucesso. As lesões do Pérez e do De Jong foram de contacto e foram muitos importantes, a do Gabri Veiga foi também de contacto, quando fazes tantos jogos, até uma pequena lesão pode fazer com que falhes dois ou três jogos porque não há tempo de recuperação.

Estamos a trabalhar para perceber o que podemos fazer de acordo com as nossas possibilidades. Queremos tornar a equipa mais forte e mais equilibrada em certas posições. E não esquecer a realidade que estamos onde estamos graças aos jogadores que temos cá no Olival, isso para mim é algo que não podemos esquecer e é uma mensagem para quem quer vir. Precisam de vir com a mentalidade certa, com o desejo de ajudar, colocar os interesses do clube acima dos pessoais e se tudo isso estiver bem, ter as qualidades e características certas para ajudar a equipa até ao fim".

Substituições pensadas antes do jogo: "Uma das minhas responsabilidades é ter uma visão que vai para lá do jogo de amanhã. Gosto de ter a perceção dos próximos quatro ou cinco jogos para perceber como posso gerir a fadiga física e mental, gosto e quero ter jogadores frescos nas pernas e na cabeça e com a fome certa para competir. Depois, para estar neste mood preciamos de ter um grupo de jogadores que percebe o que estamos a fazer, que aceita algumas das minhas decisões e que me deixe confortável a pensar a longo prazo.

Fazemos plano A, B e C e geralmente o que acontece é o plano D porque há um castigo, ou uma lesão, o que quer que seja. Quando mudamos uma peça do puzzle, muda o resto. É sempre melhor ter mais que um plano e se for preciso adaptar adaptamos.Mas nesta grande visão, o zoom está no jogo de amanhã e no jogo seguinte e colocar o esforço máximo para o que está à nossa frente. Para ganharmos jogos a este nível, requer muita atenção aos pequenos detalhes e temos que estar frescos e afinados em cada decisão".