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O triunfo da continuidade: Torreense volta a vencer Benfica e conquista a Supertaça

Atualizado
Jesi Rossman foi a melhor em campo com um golo e uma assistência
Jesi Rossman foi a melhor em campo com um golo e uma assistênciaTorreense/Opta by Stats Perform
O Torreense, vencedor da Taça de Portugal, parece ter encontrado a receita para travar o domínio nacional do pentacampeão da Liga BPI Benfica. Depois do triunfo no último jogo da época passada, o SCUT iniciou a nova campanha este domingo a vencer a Supertaça de Portugal com golos de Gerda Konst (12') e Jesi Rossman (36'), depois de Diana Silva ter colocado as águias na frente aos 30 segundos. A turma de Torres Vedras conquistou o segundo troféu da sua história.

Acompanhe aqui o relato do encontro

No primeiro onze da nova era das águias, o novo treinador Ivan Baptista apostou na titularidade dos reforços Diana Gomes e Diana Silva, enquanto Pauleta, Andrea Falcón, Andreia Norton e a recém-contratada Ana Borges estão de fora por lesão, com o onze a prestar homenagem às duas últimas antes do apito inicial. Já turma orientada por Gonçalo Nunes apostou na continuidade, promovendo a estreia de Gerda Konst no meio-campo, sendo que a autora do golo da vitória na Taça de Portugal, Salomé Pratt, estava no banco das encarnadas.

Reforços de luxo

Cumprido o minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente do elevador da Glória, em Lisboa, mal a bola começou a rolar houve golo do Benfica. Uma má abordagem de Catarina Pereira deixou a bola nos pés de Lúcia Alves à entrada da área, a portuguesa levantou para o remate de primeira e cruzado de Nicole Raysla que encontrou Diana Silva ao segundo poste. A antiga atacante do Sporting só teve de encostar para se estrear a marcar ao primeiro toque com a nova camisola.

Estreia em grande de Diana Silva
Estreia em grande de Diana SilvaRODRIGO ANTUNES/LUSA

Qualquer que fosse a estratégia de Gonçalo Nunes para a partida, ruiu ao fim de 30 segundos. Pouco depois, a atacante recebeu novo serviço de luxo de Lúcia Alves, mas dominou mal e Janny Belém saiu rápido para amarrar a bola. O SCUT reagiu com um remate de trivela de Bruna Ramos para boa estirada de Lena Pauels. Na sequência do pontapé de canto, Rossman insistiu com um cruzamento para a pequena área, onde apareceu de rompante Gerda Konst a cabecear para o empate. Mais uma estreia abençoada, agora para a médio ex-Racing Power.

Excelente primeira parte de Jesi Rossman com um golo e uma assistência
Excelente primeira parte de Jesi Rossman com um golo e uma assistênciaRODRIGO ANTUNES/LUSA

A igualdade abalou confiança das águias que começaram a acumular erros na zona de construção. Os lances de perigo voltaram a surgir de bola parada, quando Martin Lund surpreendeu para defesa muito apertada de Janny Belém. O que a guardiã brasileira conseguiu fazer, Pauels não conseguiu igualar 10 minutos depois. Paloma Lemos cobrou um canto de mangas arregaçadas em direção à baliza, a alemã não segurou o esférico e Jesi Rossman apareceu para empurrar para reviravolta.

Ainda antes do intervalo e precisamente da mesma zona, Lund repetiu a cobrança do livre de longa distância que apanhou Belém de surpresa, mas desta vez o esférico bateu na barra. As encarnadas ainda chegaram ao empate, mas o remate certeiro de Lúcia Alves foi anulado por fora de jogo de Diana Silva no início da jogada. Depois de uma boa entrada, as inspiradoras (nova alcunha imposta pelo próprio clube) ficaram demasiado dependentes de rasgos individuais e foram subjugadas pelo força do coletivo de Torres Vedras. 

Estatísticas ao intervalo
Estatísticas ao intervaloFlashscore

Maturidade e solidez para segurar a vantagem

No reatamento, Beatriz Cameirão tentou dar um grito de revolta com um remate fortíssimo para uma excelente defesa de Janny Belém. A toada esmoreceu até que Lúcia Alves teve que intervir para evitar o terceiro com um corte providencial. Gabriel Baptista procurou soluções no banco e lançou os pesos pesados Martín-Prieto, Caroline Moller (contratada ao Real Madrid) e a jovem promessa Carolina Tristão, de 16 anos. A dupla mais experiente esteve perto do empate, não fosse mais uma grande intervenção de Belém a travar o remate da espanhola.

À entrada para os últimos 20 minutos, Martin Lund ficou a centímetros do empate num livre que passou a rasar a trave. As águias lançaram a heróina torriense Salomé Prat para o último assalto, enquanto Ava Seelenfreund, Nicole Nunes, Rafaela Rufino e Daniuska Rodríguez foram a jogo no Torreense para suster a pressão. A recém-entrada venezuelana ficou muito perto de aumentar a vantagem na primeira vez que tocou na bola com um remate ao lado do poste.

As encarnadas montaram o cerco, mas tinham pouco discernimento e ainda menos acerto no último terço. Isso ficou demonstrado num lance em que Prat até apareceu em zona promissora, mas falhou o domínio da bola. O Torreense permitiu ao Benfica ficar com a bola, focando-se mais no controlo da profundidade e solidez dentro da grande área. Até ao apito final, que só surgiu ao fim de 12 minutos, não houve mais lances de perigo, exceto uma consulta VAR a um possível penálti para o Benfica, em que Catarina Campos julgou (e bem) haver falta ofensiva.

A segunda vitória na história do Torreense sobre o Benfica voltou a valer um troféu. Depois da conquista da Taça de Portugal na temporada passada, o SCUT, orientado por Gonçalo Nunes, começou esta campanha com o pé direito e a conquistar mais um troféu... o segundo depois da conquista no Jamor há apenas quatro meses!

Melhor em campo Flashscore: Jesi Rossman (Torreense).

Estatísticas no final da partida
Estatísticas no final da partidaFlashscore