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A lesão de Ioannidis deixou a equipa principal do Sporting reduzida a apenas uma opção na frente de ataque. Luis Suárez, melhor marcador dos leões esta temporada, é o habitual titular e já provou que a confiança depositada pelos verde e brancos é justificada, mas por mais sede de minutos que tenha - até para provar que merece lugar nas escolhas da Colômbia para o Mundial-2026 -, também precisa de ser gerido, especialmente quando é o único avançado do plantel.
A pausa FIFA levou o cafetero a viagens longas e algum desgaste dentro de campo e, embora regresse sem golos, Rui Borges deve fazer uma gestão semelhante à que adotou na Taça da Liga, diante do Alverca, deixando o ex-Almeria fora do jogo com o Marinhense, marcado para sábado, da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. E é aqui que entra Rodrigo Ribeiro.

O avançado já foi utilizado na equipa principal esta época, precisamente no jogo diante dos ribatejanos, ao entrar na segunda parte dessa partida, e esteve no banco de suplentes com a Juventus, para a Liga dos Campeões, pelo que a janela da primeira equipa até tem aparecido, mas o jovem de 21 anos quer abrir definitivamente as portas de Alvalade e aproveitar a lesão de Ioannidis para provar o talento que lhe é apontado desde cedo.
Promessa chegou com alertas
Natural de Viana do Castelo, Rodrigo Ribeiro chegou ao Sporting em 2017, na altura com apenas 12 anos, para jogar nos infantis, destacando-se de imediato como um jogador com capacidade técnica para jogar no meio-campo e no ataque, na altura como extremo. O talento detetado desde cedo fez com que fosse saltando etapas na formação, onde jogou sempre um escalão acima, para se estrear, ainda com idade de juvenil, na equipa B dos leões.
Aos 16 anos, foi chamado por Ruben Amorim para trabalhar com a equipa principal e impressionou de imediato o então treinador do Sporting, que equacionou levá-lo ao Restelo para defrontar o Belenenses, também numa partida da Taça de Portugal.
"Vimos jogadores como o Rodrigo Ribeiro que é um miúdo de 16 anos muito novo. Tivemos esta oportunidade de o ver agora e é um miúdo cheio de talento", disse na altura o treinador do Sporting.

Numa altura em que Paulinho era a grande referência atacante do Sporting, Ruben Amorim continuou a seguir Rodrigo Ribeiro bem de perto.
O jovem treinou várias vezes com a equipa principal e foi convocado para defrontar o Manchester City, nos oitavos da Liga dos Campeões. Com os leões eliminados depois da derrota por 0-5 em Alvalade, fez, a 9 de março de 2022, a sua estreia na primeira equipa. Renato Veiga, atual defesa da seleção portuguesa e do Villarreal, também fez parte da convocatória, mas não saiu do banco.
"Estou muito feliz por me ter estreado, esperava isto há muito tempo. Nada está conquistado, é continuar a trabalhar", afirmou o avançado, então com 16 anos, no final do encontro.

A mentalidade estava certa e o jovem terá continuado a trabalhar para merecer oportunidades, sendo que, nessa época, voltou a jogar quatro vezes na equipa principal. A renovação contratual deu-se no final de 2022, meses depois de ter feito parte da lista de nomeados para o Golden Boy.
A crença no potencial de Rodrigo Ribeiro era grande, mas a janela para a equipa principal era cada vez mais curta: "Acredito mais nele do que ele próprio", disse o treinador do Sporting, quase meio ano depois, numa altura em que o avançado era o destaque dos leões na Youth League, onde marcou sete golos.
Certo é que, depois da estreia precoce, alguns jogos na equipa principal e presença assídua nas pré-épocas dos leões, Rodrigo Ribeiro nunca conseguiu abrir as portas de Alvalade e as decisões que se seguiram acabaram por não dar o rumo esperado à carreira do jovem formado em Alcochete.
Uma passagem estranha e curta pelo Nottingham Forest, por empréstimo com opção de compra, deu a entender que o tempo do avançado no Sporting podia ter chegado ao fim. Os Tricky Trees, na altura treinados por Nuno Espírito Santo, não avançaram para a aquisição do jogador e o internacional jovem português voltou a Alcochete, mas sem estadia duradoura.
Ainda sem Conrad Harder, o jovem começou a época 2024/25 com um estatuto que já conhecia, o de segundo avançado por apenas umas semanas. Utilizado na Supertaça e na primeira jornada da Liga Portugal, seguiu cedido para o AFS, numa experiência totalmente diferente, na qual raramente foi titular e apontou apenas um golo.
A reabertura da janela
A verdade é que, depois de duas experiências em contextos diferentes, Rodrigo Ribeiro cresceu e regressou ao clube com intenções de reabrir uma janela fechada com várias tábuas de madeira e aproveitou a subida da equipa B à Liga 2 para encontrar o espaço que há muito procurava de verde e branco.
No segundo escalão, apontou quatro golos em oito jogos, ficando a apenas dois de igualar o registo de 2022/23 na equipa secundária dos leões, que na altura jogava uma divisão abaixo.

Aos poucos, Rodrigo Ribeiro tem mostrado a qualidade técnica que lhe é reconhecida para combinar com os colegas e marcar golos de belo efeito, mostrando que, ao seu estilo, pode ser chamado com mais regularidade à equipa principal, especialmente agora que não há Ioannidis, e ser uma alternativa a Suárez.
Frente ao Marinhense, a janela vai abrir. Conseguirá Rodrigo Ribeiro encontrar finalmente o caminho para Alvalade?
