Taça Intercontinental: Flamengo desafia Cruz Azul para superar trauma contra mexicanos

Flamengo, do experiente Danilo, chega ao Catar com moral para desafio contra mexicanos
Flamengo, do experiente Danilo, chega ao Catar com moral para desafio contra mexicanosGilvan de Souza/Flamengo

Brasil e México vão escrever mais um capítulo em sua rivalidade no futebol nesta quarta-feira, quando Flamengo e Cruz Azul se defrontarem nos quartos de final da Taça Intercontinental.

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Flamengo chega ao Catar como atual campeão da Libertadores e do Brasileirão, enquanto o Cruz Azul, atual vencedor da Liga dos Campeões da CONCACAF, foi eliminado do Campeonato Mexicano na semana passada, após perder na meia-final para o Tigres de Monterrey.

Este ano, o Flamengo, apesar de também ter conquistado a dobradinha no Brasil e na América do Sul, teve mais tempo para se preparar para a partida e tentará estender seu domínio nacional e regional por toda a América.

Para isso, terá que superar um histórico negativo contra clubes mexicanos em jogos oficiais: são três derrotas e apenas uma vitória em quatro confrontos, que resultaram em dois grandes traumas. 

Um deles foi a humilhante derrota nas quartos de final de 2008, por 3-0 em casa com o América em pleno Maracanã, após ter vencido o jogo da primeira mão por 4-2 no estádio Azteca. A outra foi em 2014, quando perdeu os dois jogos da fase de grupos com o León e acabou eliminado.

Esta será também a primeira vez que Flamengo e Cruz Azul se defrontam numa partida oficial: até o momento, disputaram três particulares (dois em 1985 e um em 1987), com um empate e duas vitórias para o Cruz Azul.

A grande incógnita do conjunto carioca é se Pedro, afastado dos relvados nos últimos meses devido a uma lesão, estará apto a retornar no Catar, após ter viajado com a equipa.

O técnico Filipe Luís elogiou bastante o adversário.

"O Cruz Azul é um conjunto muito competitivo e muito bem treinado. A liga mexicana é muito competitiva, disputada, com um poder financeiro muito grande. É uma equipe com bons jogadores, com muita qualidade, fisicamente muito forte. Defendem de uma forma muito agressiva, pressionam muito e tentam sempre ser protagonistas do jogo. Uma equipa que tenta roubar a bola e atacar o máximo possível. Pensamos o futebol da mesma forma, tentamos sempre pressionar e controlar o jogo, então vai ser uma partida muito disputada", analisou o técnico do Flamengo.

O Cruz Azul, por sua vez, não poderá contar com um de seus principais jogadores, o defesa Jesús Orozco, que se lesionou contra o Tigres.

Os celestes chegam com o técnico argentino Nicolás Larcamón sob forte pressão após a eliminação para o Tigres e os protestos da torcida exigindo sua demissão.

Falta de títulos

O domínio absoluto do México nos torneios da CONCACAF (os clubes mexicanos conquistaram 40 dos 62 títulos do continente) não se repetiu quando seus representantes competiram nos torneios da CONMEBOL, apesar de orçamentos avultados.

Sem nunca ter vencido a  Libertadores (perdeu três finais, incluindo a de 2001 para o Boca Juniors), apenas o Pachuca conseguiu conquistar um título em uma competição com conjuntos sul-americanos: a Sul-Americana de 2006 contra o Colo Colo, do Chile.

Na extinta Taça Interamericana, que colocava frente a frente o vencedor da Liga dos Campeões da CONCACAF e o campeão da Libertadores entre 1986 e 1997, o Club América, do México, levantou a taça duas vezes e o Pumas, uma.

Se considerarmos todos os confrontos entre clubes mexicanos e da CONMEBOL nas Libertadores, Sul-Americana, Recopa Sul-Americana e Mundial de Clubes, o histórico é de 42 vitórias brasileiras, 16 empates e 35 vitórias mexicanas.

A mais recente dessas vitórias foi a do Pachuca sobre o Botafogo no Mundial de Clubes do ano passado, quando o conjunto mexicano venceu o Botafogo por 3-0. O Botafogo havia viajado diretamente para o Catar de seu estádio após conquistar o título do Brasileirão, poucos dias depois da vitória na Libertadores.