Como será escolhida a nova direção transitória?
Nessa reunião, os 90 membros da assembleia votarão uma comissão diretiva provisória. Poderão ser apresentadas diferentes listas e, mesmo que haja apenas uma, ela precisará do apoio da maioria para ser aprovada.
Entre os nomes que circulam está Sergio Constantino, atual dirigente, que não renunciou e que já havia participado nas eleições vencidas por Marcelo Moretti em 2023.
Para integrar esta comissão de emergência devem ser cumpridas três condições:
- Ter pelo menos cinco anos de antiguidade como sócio.
- Que ao mandato de Moretti reste mais de seis meses de duração.
- Não ter contribuído para a acefalia por meio de renúncia.
Paradoxalmente, o próprio Moretti poderia fazer parte deste órgão, já que cumpre os requisitos.
Duas possibilidades para o futuro
Uma vez nomeada a nova direção provisória, a Assembleia deverá definir qual rumo o clube tomará:
1. Completar o mandato de Moretti até 2027.
2. Convocar eleições antecipadas, com um prazo mínimo de 90 dias (a alternativa mais forte é que sejam realizadas em 120 dias).
A decisão final ficará nas mãos da Assembleia, como esclareceu o secretário-geral, Martín Cigna, em conferência de imprensa: "Nós apenas informamos, mas o caminho é definido pelos representantes".
Quem não poderá participar do processo
Há um grupo de dirigentes que estão automaticamente excluídos da transição, pois apresentaram a sua renúncia. Entre eles estão Julio Lopardo, que exerceu a presidência durante a licença de Moretti, além de Andrés Terzano, Uriel Barros, Leandro Goroyesky, Soledad Boufflet, Juan Sagardoy, Pablo García Lago, Belén Lugones, Marcelo Culotta, Agustina Nordenstrom, Leonardo Virardi e o próprio Cigna.
Pressões políticas e pedidos de eleições
A crise também abriu uma forte disputa política interna. Diferentes agrupações já começaram a movimentar-se para ganhar espaço. Uma das vozes mais firmes foi a de César Francis (Volver a San Lorenzo), que pediu publicamente nas redes sociais que sejam convocadas eleições em 21 de dezembro: “Nada de remendos nem improvisos. O único válido é votar”.
O pano de fundo do escândalo
A queda de Moretti foi precipitada após a divulgação da câmera oculta, em que aparecia a receber uma suposta propina vinculada à contratação de um jovem atleta. Apesar de ter regressado ao clube após tirar licença, a pressão política e institucional acabou por colocar um ponto final na sua gestão.
O que vem a seguir
Nos próximos dias, a Assembleia do San Lorenzo deverá tomar decisões fundamentais para encaminhar a vida institucional do clube. O Ciclón vive horas decisivas: definir se haverá eleições antecipadas ou se a nova direção interina completará o mandato será determinante para iniciar a reconstrução política, após um dos momentos mais sombrios da sua história recente.