O domingo foi marcado pelo dérbi do Norte de Londres. O último confronto, disputado em fevereiro, foi quase um dia sagrado para o Arsenal. Não só esmagaram os rivais da cidade por 5-0, como todo o futebol feminino celebrou – foi estabelecido um novo recorde de assistência no Emirates. Foi também o jogo em que a estrela inglesa Chloe Kelly fez os seus primeiros minutos pelas Gunners durante o período de empréstimo. Desde o verão, tornou-se contratação definitiva.
Apesar de o Tottenham ter recebido a partida, o favoritismo recaía sobre o Arsenal. As Spurs só conseguiram vencer as rivais do Norte de Londres uma vez – um triunfo apertado por 1-0 em 2023. De resto, o Arsenal somou nove vitórias e um empate. Nos últimos três duelos diretos, as Gunners não concederam qualquer golo ao Tottenham.
As Spurs escaparam por pouco à descida de divisão na época passada, mas muita coisa mudou desde então. Primeiro, houve uma mudança técnica, com o inglês Martin Ho a assumir o comando – um treinador com experiência no Manchester United. O ataque foi reforçado com a jovem avançada norueguesa Cathinka Tandberg, proveniente do Hammarby da Suécia. Apesar da idade, foi a melhor marcadora da última temporada da Damallsvenskan.
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As Gunners não atravessam o melhor momento. Apesar de serem as atuais campeãs da Liga dos Campeões, tanto a campanha interna como a europeia têm sido dececionantes. Depois de caírem na armadilha de Csaplar em Munique e deixarem escapar uma vantagem de 2-0 para uma derrota por 3-2 frente ao Bayern, enfrentam agora a segunda derrota na Liga dos Campeões. No campeonato, ocupam o quarto lugar, o que, neste momento, significaria mais uma época sem futebol europeu.
A equipa tem estado privada de Leah Williamson – líder do clube e da seleção, lesionada na final do Europeu e com regresso previsto apenas por altura do Natal. Williamson, capitã das Lionesses, está ligada ao Arsenal desde os nove anos e é uma das maiores referências do clube, pelo que a sua ausência é muito sentida. A capitã do clube, Kim Little, também está afastada devido a lesão.
A treinadora neerlandesa do Arsenal, Renée Slegers, ouviu os pedidos e críticas dos adeptos sobre o onze inicial inalterado e deu uma oportunidade rara à jovem média australiana Kyra Cooney-Cross. O jogo começou melhor para as anfitriãs, mas o Arsenal reagiu rapidamente e começou a pressionar, impulsionado pelo apoio dos seus adeptos, conhecidos pela sua paixão. Apesar de quatro remates enquadrados, a primeira parte terminou sem golos.
As estrelas não brilharam desta vez
Slegers fez uma substituição pouco habitual ainda na primeira parte, retirando a defesa irlandesa Katie McCabe após esta ver um cartão amarelo, e lançando a jovem avançada canadiana Olivia Smith. Embora o impacto de Smith tenha sido evidente, os seus esforços foram travados pela guarda-redes neerlandesa Kop.
Nem jogadoras como Alessia Russo – melhor marcadora da WSL na época passada e autora de um golo na final do Europeu – ou a avançada sueca Stina Blackstenius, cuja finalização decidiu a Liga dos Campeões, conseguiram fazer a diferença.
O Arsenal não conseguiu aproveitar o deslize do Manchester United, derrotado por 0-3 pelos rivais da cidade, nem o empate inesperado do Chelsea frente ao Liverpool, último classificado, e manteve-se na quarta posição. O Tottenham está logo atrás, o que é um feito para uma equipa que terminou apenas acima da linha de descida na época passada.
O Arsenal tem agora oportunidade de recuperar o ânimo na Liga dos Campeões, recebendo o Real Madrid no Emirates, antes de rapidamente virar atenções para o duelo da liga com o Liverpool. O empate no dérbi mantém o Arsenal em quarto e prolonga as dificuldades na Liga.
Mas há esperança: a próxima partida em casa frente ao Real Madrid pode devolver a confiança perdida – afinal, as Gunners protagonizaram uma reviravolta impressionante contra o mesmo adversário no Emirates na última vez, a caminho do título da Liga dos Campeões. Assim, a fase de outono da temporada permanece totalmente em aberto para as Gunners.
