Em entrevista à agência Lusa, dias depois da final perdida (3-0), Luís Conceição fez um balanço “extremamente positivo” da prestação lusa nas Filipinas, onde Portugal conseguiu atingir o seu primeiro objetivo, que era “chegar às medalhas”.
“Mas conseguimos fazê-lo com um futsal extremamente positivo, com um jogo positivo. Assim o fizemos na fase de grupos, depois, nos jogos a eliminar, nos quartos e nas meias, aparecemos assim também, muito fortes, com muita qualidade, com energia positiva”, considerou.
Na final, frente ao Brasil, que não perde há mais de três anos, Luís Conceição sabia que “não seria fácil, mas também não impossível”, frente a “uma seleção brasileira fortíssima, com muito talento, muita qualidade individual das suas atletas e fisicamente muito forte”.
“Fica-nos esta sensação, principalmente no jogo da final, se tivéssemos feito ali um golo, equilibrado (o encontro), se calhar quando há 1-0, se tivéssemos feito o um igual, acho que o Brasil ia tremer, porque estão habituadas a andar sempre confortáveis no jogo, sempre com resultados favoráveis e íamos criar-lhes ali algum desconforto”, afirmou.
Sem derrotas há mais de três anos, a seleção canarinha não é para o selecionador português imbatível, mas considera que é uma equipa a quem não se pode “oferecer nada”, sendo que, “se for um jogo com os menos erros possíveis”, Portugal pode equilibrar, até porque a “diferença já foi maior” entre as duas equipas.
“Os resultados sempre foram equilibrados, mas éramos nós, Portugal, a tentar defender com as armas todas, esperar que a santa (Ana) Catarina na baliza fosse defendendo e, depois ali, em alguns momentos de algumas transições, tentar fazer o golo. Hoje não, hoje conseguimos pressionar, conseguimos encostar o Brasil junto da baliza delas, sem problema nenhum. E os momentos do jogo estão muito mais equilibrados”, referiu.
Nesse futsal positivo que Portugal apresentou no Mundial, destaca-se o triunfo sobre a Argentina, por 7-1, nas meias-finais, que Luís Conceição acredita que “provavelmente foi o melhor jogo” como selecionador.
Das selecionadas para estar nas Filipinas, apenas quatro jogadoras já chegaram aos 30 anos, com destaque para a capitã Ana Azevedo (39) e a guarda-redes Ana Catarina (33), com Luís Conceição a deixar elogios às duas e a acreditar no futuro da seleção.
“A Ana Azevedo, claro que é a nossa líder, uma dos melhores do mundo. Provou neste Mundial que a idade é só número. Pela qualidade de jogo, pela prestação que ela tem em termos de rendimento desportivo, mesmo físico, dá um nível altíssimo. A Ana consegue, se ela quiser e se não tiver azar com as lesões, fazer o próximo Europeu com um grande nível. E depois é um ano de cada vez. A Ana Catarina é a posição mais específica, de guarda-redes, a melhor do mundo, sem dúvida nenhuma. E nestas grandes competições faz muita diferença ter a Ana Catarina na baliza”, afirmou.
Sobre o futuro, o selecionador vê “gente com muita qualidade, gente jovem”, até das seleções mais jovens, que “pode vir acrescentar, trazer mais qualidade, mais irreverência, juventude, com muita qualidade”.
