"É disto que os atletas e os adeptos do atletismo precisam e têm estado à espera", afirmou o antigo velocista americano de 57 anos, que foi quatro vezes campeão olímpico durante a sua carreira de sucesso.
Proporcionar mais espetáculo e chegar a novos públicos tem sido a obsessão do Presidente do Atletismo Mundial, Sebastian Coe, que continuará a ter o seu circuito de encontros da Liga Diamante como um pilar antes do seu grande evento do ano, o Campeonato do Mundo de Atletismo em Tóquio, em setembro.
"A inovação é sempre bem-vinda. Aceito sempre as contribuições externas. Se a maré subir, todos beneficiaremos", disse Coe, sem perder a sua auréola de cavalheiro britânico, sobre este novo circuito, teoricamente rival do seu.
Prémio recorde em dinheiro
Para já, parece que a Liga de Diamante tem argumentos desportivos de sobra para não tremer perante o Grand Slam de Pista.
De abril a agosto, terá 15 etapas na Europa, América, Ásia e África, enquanto o recém-criado circuito, de abril a junho, terá apenas quatro eventos, todos na América (Kingston, Miami, Filadélfia, Los Angeles).
No início de maio, a etapa de Miami coincidirá com uma da Liga Diamante, a que está prevista em Suzhou (China).
O Grand Slam Track centra-se nas provas de pista, que considera mais espectaculares, enquanto a Liga Diamante inclui também competições de saltos e lançamentos, seguindo a tradição do atletismo.
Como principal atração, o novo circuito oferecerá prémios monetários nunca antes vistos no atletismo, mais de 95.000 euros por vencedor em cada prova. O prize money anual global é de quase 12 milhões de euros.
Uma soma que a Liga Diamante não pode alcançar, apesar de ter decidido aumentar o seu prize money para mais de 8,5 milhões de euros para toda a época, um recorde na sua história.
Perfil dos EUA
Nos últimos meses, o Grand Slam Track tem vindo a revelar os nomes das estrelas que conseguiu atrair, principalmente dos Estados Unidos, como os campeões olímpicos Sydney McLaughlin-Levrone (400m barreiras), Gabby Thomas (200m), Quincy Hall (400m) e Cole Hocker (1500m).
Os velocistas Fred Kerley e Kenny Bednarek também embarcaram nesta aventura, mas outros nomes ainda não foram confirmados. Noah Lyles e Sha'Carri Richardson, particularmente cobiçados pelo seu impacto mediático, estão, por enquanto, de fora.
Entre os atletas latino-americanos confirmados estão a dominicana Marileidy Paulino, campeã olímpica dos 400 m, e outros nomes de peso como o brasileiro Alison dos Santos, a porto-riquenha Jasmine Camacho-Quinn e o guatemalteco Luis Grijalva.
"O público vai gostar deste novo formato, mal posso esperar por lá estar", disse Dos Santos.
Campeonato da Europa em 2026
Perante estes movimentos no tabuleiro, o atletismo mundial não está parado.
Depois de ter privilegiado duelos inéditos como a corrida de 100 metros entre o corredor de obstáculos Warholm e o saltador com vara Armand Duplantis no último encontro em Zurique ou de ter incorporado nos últimos anos uma linguagem "made in USA" na apresentação das provas ao mais puro estilo NBA ou de combate de boxe, a organização continua a pensar em como rejuvenescer o seu famoso desporto.
O Ultimate Championship, um novo evento que se realizará todos os anos pares a partir de 2026, foi dotado de pouco mais de 9,5 milhões de euros. Cada vencedor receberá cerca de 142.000 euros, "o maior montante alguma vez oferecido no atletismo".
"Queremos oferecer aos nossos adeptos um atletismo como nunca viram antes, com os melhores a competirem entre si num festival de desporto cheio de paixão, som, luz e inovação", prometeu Coe no lançamento público da sua nova criatura, no final de novembro.