A noite do passado domingo vai ficar para sempre marcada na NHL. Com 31 anos, Alex Ovechkin marcou pelos Washington Capitals aos New York Islanders e chegou ao golo 895 na carreira, um novo máximo no principal campeonato de hóquei no gelo no mundo.
Com este registo, o russo ultrapassou os 894 golos marcados por Wayne Gretzky, figura incontornável deste desporto, que detinha o recorde desde 29 de março de 1999 e poucos achavam que ia ser superado.
O feito foi amplamente celebrado em Nova Iorque, mas fica marcado por um asterisco que ganha outra preponderância no atual contexto geopolítico. Alex Ovechkin é um apoiante convicto de Vladmir Putin e faz questão de o demonstrar nas redes sociais, onde aparece ao lado do presidente da Federação Russa na foto de perfil do instagram.
Em 2022, após a invasão da Ucrânia, o jogador foi pouco expansivo a comentar o assunto e nunca criticou abertamente a ação russa. Limitou-se a dizer que não queria ver ninguém morto e que “tudo vai acabar rápido e vamos viver num mundo bom”, sem renegar Putin: “É o meu presidente, mas não tenho nada a ver com política, sou um atleta”.

O amigo de Trump
O então detentor do recorde também tinha vivido nos últimos anos com um asterisco. Conhecido como O Grande, Gretzky é uma figura legendária do hóquei no gelo, mas a ligação ao Donald Trump fez dele uma pessoa non grata, sobretudo entre os compatriotas canadianos.
Gretzky esteve presente na festa da noite da eleição de Donald Trump e marcou presença na tomada de posse. De resto, o antigo hoquista terá sido mesmo sugerido pelo atual presidente dos Estados Unidos como um possível governador do Canadá se o país fosse anexado pelo vizinho. Esteve a assistir ao jogo do recorde com Kash Patel, recentemente apontado como diretor do FBI por Trump
O facto de nunca se ter pronunciado contra o amigo, que fala abertamente do fim da independência do Canadá levou mesmo a uma ação inusitada, já que a estátua que tem à porta do pavilhão dos Edmonton Oilers foi alvo de um ataque com fezes e que deixaram um cheiro nauseabundo por todo o recinto.
Dois nomes que vão ficar para sempre na história do hóquei no gelo e da NHL, mas cujas carreiras ficam marcadas pelas afinidades políticas que não se coíbem de demonstrar.