O caso chocou o país norte-americano quando se tornou público, em 2022, e levantou questões sobre a cultura tóxica do desporto nacional, bem como sobre o tratamento policial de casos deste tipo envolvendo celebridades.
Na abertura do julgamento em Londres, Ontário, Alex Formenton, Carter Hart, Dillon Dube, Michael McLeod e Cal Foote declararam-se inocentes, noticiaram os media locais.
Estes antigos membros da equipa júnior canadiana tinham sido acusados em janeiro de 2024 de agressão sexual por acontecimentos que remontam a 2018.
O julgamento de oito semanas teve início na terça-feira com a seleção do júri.
De acordo com documentos apresentados no âmbito de outro processo, desta vez em tribunal civil, a vítima explicou que tinha conhecido os jogadores num bar e que tinha ido com um deles para o seu quarto de hotel, onde tiveram relações sexuais consensuais.
No entanto, sem que ela soubesse, o jogador também convidou vários dos seus colegas de equipa para o quarto, onde alegadamente a agrediram e humilharam.
Ela apresentou uma queixa imediatamente após o incidente, mas o caso foi encerrado após uma investigação inicial em 2019. Foi reaberto depois de os meios de comunicação social terem revelado, em 2022, que a federação Hockey Canada tinha resolvido discretamente um processo civil apresentado pela vítima.
Em 2024, o chefe da polícia de Londres, Thai Truong, pediu desculpas publicamente à mulher.
"Não deviam ser precisos anos e anos para chegar a este resultado", afirmou.
O caso deu origem a audições parlamentares dos dirigentes do Hockey Canada, acusados de tentar encobrir o caso através de um acordo confidencial de vários milhões de dólares com a vítima.
Pouco depois, o presidente da federação foi obrigado a demitir-se e o financiamento público da instituição desportiva foi suspenso durante 10 meses pelo Governo canadiano.