Como faz de quatro em quatro anos após os Jogos Olímpicos, a federação internacional apresenta novas regras destinadas a responder às numerosas críticas que lhe foram dirigidas pelos principais actores do judo nos últimos anos, a começar pela federação japonesa.
Entre essas adaptações, destaca-se o regresso do yuko, um terceiro valor de pontuação, atrás do ippon e do waza-ari. A partir de agora, por exemplo, nos combates no solo, imobilizar o adversário durante pelo menos cinco segundos será recompensado com um yuko, um valor que desapareceu no final de 2016.
Esta reintrodução tem por objetivo aperfeiçoar a avaliação dos combates, oferecendo uma gradação mais precisa das vantagens, e evitar demasiados combates extra (golden score).
A utilização da cabeça para lançar ou defender-se passa a ser autorizada (apenas na categoria sénior), assim como as pegas de casaco e as pegas abaixo do cinto até ao nível da parte superior inferior da coxa. Esta adaptação da regra não vai tão longe como a reintrodução efectiva dos ataques com as pernas.
Os judocas poderão voltar a praticar o "bear hold", que consiste em golpear o adversário diretamente pela frente, desde que não juntem os dois braços atrás das costas do adversário.
Para evitar arranques lentos, os judocas disporão igualmente de 30 segundos para iniciar um ataque após a contenção kumikata (guarda).
Estas regras serão aplicadas provisoriamente até ao Campeonato do Mundo de Budapeste, em junho, após o que serão reavaliadas com vista a 2028.
Estas alterações surgem num contexto de intenso debate sobre a arbitragem, exacerbado durante os Jogos de Paris. Algumas decisões causaram polémica, nomeadamente no Japão, país de origem do judo, onde algumas derrotas foram atribuídas a decisões de arbitragem contestadas.
Crítico em relação à IJF - tal como a França, outro país forte no judo - o Japão tinha antecipado a situação nos seus campeonatos nacionais anteriores, nomeadamente ao reintroduzir o yuko e a varredura de pernas.