"A implacabilidade de dez anos da FIFA e de alguns procuradores federais suíços terminou agora", disse o tricampeão da Bola de Ouro à imprensa, à saída do Tribunal Extraordinário de Recurso de Muttenz (noroeste).
O francês de 69 anos disse estar "aliviado", depois de sempre ter afirmado que os dois milhões de francos suíços (1,8 milhões de euros) que lhe foram pagos pela FIFA no início de 2011 eram salários em atraso por um trabalho como conselheiro que remontava a 1998-2002.
"Ninguém em casa acreditava que eu era responsável por nada", reiterou o antigo capitão dos Bleus, acusado de ter defraudado a FIFA ao apresentar-lhe uma fatura falsa.
No entanto, no final da audiência de recurso, no início de março, o antigo jogador dos Bleus decidiu não fazer uma declaração final, explicando que as suas palavras "estavam sempre marcadas por muita raiva".
"Conheço a história desde o início e sei que era uma história para me impedir de ser presidente da FIFA", acrescentou esta terça-feira o francês, que se considera agora "demasiado velho" para procurar novas responsabilidades no futebol.
A revelação deste pagamento suspeito, em 2015, levou à suspensão disciplinar de Michel Platini, então presidente da UEFA, no preciso momento em que parecia estar na posição ideal para suceder ao suíço Sepp Blatter à frente da FIFA.
A sua demissão abriu caminho ao seu braço direito na UEFA, o italo-suíço Gianni Infantino, que se tornou o chefe do futebol mundial em fevereiro de 2016 e foi reeleito até 2027.
"Sei que, para os meus inimigos, o importante era o tempo. Eles não se importam com os 2 milhões: o que importa é o tempo. Mantiveram-me afastado durante 10 anos", continuou Platini.
Referindo-se à ausência da FIFA na audiência de Muttenz, apesar de o seu advogado ter sido muito ativo na primeira instância, o francês acrescentou: "Eles nem sequer vêm ao recurso. Eles sabem muito bem que ganharam. Nós sabemos isso."