Fórmula 1: Entre glória e frustração, os grandes protagonistas da temporada

A equipa da McLaren celebra a vitória de Norris
A equipa da McLaren celebra a vitória de NorrisLapeyre Antoine/ABACA / Shutterstock Editorial / Profimedia

A temporada de 2025 terminou em alta tensão no circuito de Abu Dhabi, com Lando Norris a sagrar-se campeão após um emocionante duelo a três. A AFP analisa os vencedores e vencidos de um ano marcado por reviravoltas, drama e talento ao mais alto nível.

Norris: sonho de infância

Lando Norris sonhava em ser campeão do mundo desde os cinco anos e, finalmente, concretizou esse desejo 21 anos depois.

Teve momentos de instabilidade ao longo da época, com muitos a questionarem a sua força interior, mas o piloto da McLaren recuperou e venceu sete corridas, ultrapassou o seu colega de equipa Oscar Piastri e conseguiu resistir ao ímpeto de Max Verstappen.

Foi veloz e, no final, mostrou coragem. E tornou-se campeão. Para a McLaren, este foi o 13.º título de pilotos e o primeiro desde Lewis Hamilton em 2008. Além disso, conquistaram o título de construtores pela segunda vez consecutiva.

Estilo rookie

Dos seis estreantes que iniciaram a temporada de 2025, Kimi Antonelli, da Mercedes, foi quem mais se destacou, ao conquistar a pole position na corrida sprint em Miami, tornando-se o mais jovem de sempre a partir da pole na história da F1, com apenas 18 anos e 251 dias.

Isack Hadjar, que fez 21 anos em setembro, somou 10 presenças no top-10, incluindo o seu primeiro pódio ao terminar em terceiro nos Países Baixos, e garantiu a promoção da equipa júnior da Red Bull, Racing Bulls, para um lugar ao lado de Verstappen na equipa principal.

Max: lenda absoluta

Apesar de não ter conquistado o quinto título consecutivo, Verstappen reforçou a sua reputação com uma impressionante luta solitária contra os McLaren de Piastri e Norris.

Com um carro inferior, o neerlandês batalhou, lutou e, por vezes, simplesmente superou os adversários em inteligência. Parecia afastado da luta pelo título quando estava a mais de 100 pontos de distância, mas quase conseguiu surpreender em Abu Dhabi e terminou a época com oito vitórias, mais do que qualquer um dos seus rivais.

Em maio, tornou-se pai, talvez o seu maior triunfo em 2025.

Fórmula 1

Pode parecer estranho, mas o próprio desporto viveu um ano de grande crescimento, impulsionado pela série da Netflix 'Drive to Survive' e pelo lançamento, em junho, do filme 'F1 The Movie', protagonizado por Brad Pitt.

O filme, que conta com Lewis Hamilton como co-produtor, chegou aos cinemas com estrondo e já arrecadou mais de 600 milhões de dólares em bilheteira, tornando-se o maior sucesso da carreira de Pitt.

Hamilton e Ferrari

A saída de Hamilton da Mercedes para a Ferrari foi recebida com surpresa. No final, apesar das grandes expectativas, os resultados ficaram aquém do prometido.

O heptacampeão mundial terminou em sexto na luta pelo título e, pela primeira vez na carreira, não subiu ao pódio. A vitória no sprint na China não serviu de consolo.

Hamilton raramente esteve satisfeito com o carro e chegou a ser aconselhado pelo presidente da Ferrari F1, John Elkann, a "falar menos e conduzir mais". A Scuderia terminou em quarto na classificação, sem qualquer vitória ou segundo lugar.

Cálice envenenado

Apesar do desempenho excecional de Verstappen, o papel de segundo piloto na Red Bull tornou-se cada vez mais desconfortável.

Depois de Sergio Perez ter sido afastado, Liam Lawson começou a época como parceiro de Verstappen, mas durou apenas duas corridas antes de ser despromovido para a Racing Bulls, com o mais experiente Yuki Tsunoda a assumir o lugar.

Deveria ter sido um momento de afirmação para o piloto japonês, mas conseguiu apenas sete presenças no top-10 e nunca ameaçou o pódio, acabando por perder o lugar para Hadjar.

Horner encostado às cordas

Desde que surgiram acusações de má conduta sexual (que negou) contra Christian Horner em 2024, a Red Bull pareceu perder rumo.

Terminaram essa temporada em baixa e Verstappen venceu apenas duas das primeiras 12 corridas de 2025, dando a sensação de que iriam ceder os títulos à McLaren.

Com os rumores sobre uma possível saída de Verstappen a aumentarem, Horner foi substituído como chefe de equipa em julho por Laurent Mekies. O ambiente melhorou, os resultados subiram e Verstappen esteve a um passo de conquistar o quinto título consecutivo.

Após 20 anos no comando, Horner recebeu uma indemnização de cerca de 75 milhões de libras e tem sido apontado a um regresso à F1.