Embora 2025 tenha sido um ano marcante para a Fórmula 1 em muitos aspetos, foi também uma temporada que vários pilotos vão querer esquecer rapidamente.
Eis como classifico esses pilotos, incluindo aqueles que, na minha opinião, não estiveram entre os 10 melhores do ano.
21.º Jack Doohan
Muitos duvidaram que Doohan conseguisse manter o seu lugar na Alpine até ao final da temporada e o australiano não conseguiu provar o contrário.
Não somou qualquer ponto nas seis rondas em que participou, nunca terminando acima do 13.º lugar, e cometeu vários erros.
Teria sido melhor com mais tempo e/ou um carro mais competitivo? Talvez, mas só posso avaliá-lo pelo que fez durante o pouco tempo que esteve na grelha.
20.º Franco Colapinto
Doohan pode consolar-se com o facto de o seu substituto não ter feito muito melhor, já que Colapinto ficou aquém das expectativas.
Regressou à grelha como um talento promissor depois de impressionar pela Williams em 2024, mas, sem qualquer resultado no top 10 e sendo claramente superado pelo colega de equipa Pierre Gasly, a sua reputação saiu prejudicada.
19.º Yuki Tsunoda
Tsunoda recebeu um lugar na Red Bull após dois fins de semana iniciais muito fortes na RB, mas depois teve enormes dificuldades ao lado de Max Verstappen.
Somou pontos apenas em sete dos 21 fins de semana e nunca teve andamento para se aproximar do seu colega de equipa, perdendo assim o lugar na grelha para 2026.
18.º Lance Stroll
Mais um ano de Fórmula 1 e mais um ano em que Lance Stroll foi completamente ultrapassado pelo colega de equipa.
O canadiano foi batido por Fernando Alonso em todas as sessões de qualificação, só o superou em três dos 17 Grandes Prémios em que ambos terminaram e marcou menos 22 pontos.
Houve algumas boas exibições, mas é cada vez mais evidente que Stroll só é piloto da Aston Martin porque o seu pai é o dono da equipa.
17.º Liam Lawson
A temporada de Lawson não podia ter começado pior, com o neozelandês a ser dispensado pela Red Bull após apenas duas corridas, estando a anos-luz de Verstappen.
As coisas melhoraram quando regressou à equipa-irmã RB, conseguindo algumas boas prestações e terminando no top 10 em sete domingos. No entanto, continuou claramente atrás do colega de equipa Isack Hadjar.
16.º Lewis Hamilton
Parece estranho colocar uma lenda da F1 como Hamilton tão abaixo nesta lista, mas foi, sem dúvida, a pior época da sua carreira.
Começou bem, com uma vitória na corrida sprint na China, mas a partir daí foi sempre a descer. No resto da temporada, não conseguiu subir ao pódio em nenhum Grande Prémio e raramente incomodou o colega de equipa Charles Leclerc, sendo especialmente fraco na segunda metade do ano.
Algumas boas corridas antes da pausa de verão mostram que ainda é cedo para dizer que os seus dias como piloto de topo acabaram, mas se não provar o contrário na próxima época, poderá mesmo ser a última.
15.º Esteban Ocon
Custou-me recordar um único momento da temporada de 2025 de Ocon antes de ir pesquisar, o que diz praticamente tudo. Não foi um desastre, mas também não foi positiva.
Esperava-se que se afirmasse como o líder da Haas na sua primeira época na equipa, mas acabou ofuscado pelo estreante Ollie Bearman, sendo quase sempre o segundo tanto nas qualificações como nas corridas.
O francês ainda fez algumas boas corridas e foi vítima de algum azar, mas será o primeiro a admitir que a sua época ficou aquém do esperado.
14.º Gabriel Bortoleto
Chegámos agora aos pilotos que, no geral, ficarão satisfeitos com o que fizeram em 2025, e o primeiro é o estreante brasileiro Bortoleto.
Esteve em grande plano nas qualificações, vencendo o frente a frente de sábado com o colega de equipa Nico Hulkenberg por 12-11, e embora as suas prestações em corrida não tenham sido tão boas, a excelente sequência no verão, em que pontuou em quatro das seis provas, mostrou que é um talento a ter em conta.
O jovem de 21 anos pecou pela falta de consistência, cometendo alguns erros em corrida, mas, no cômputo geral, foi uma estreia sólida na grelha.
13.º Nico Hulkenberg
Foi uma época diferente para Hulkenberg. Durante grande parte da carreira, o veterano destacou-se nas qualificações, mas teve dificuldades em manter esse ritmo nas corridas; em 2025, teve menos velocidade pura, mas mostrou-se mais forte aos domingos.
O maior prémio foi finalmente alcançar um pódio, terminando a mais longa espera por um top 3 de sempre na F1, no Grande Prémio da Grã-Bretanha, uma de várias exibições de grande nível.
O piloto de 38 anos já não tem andamento para lutar consistentemente na frente do pelotão intermédio e, se essa velocidade desapareceu de vez ou não, poderá ditar o seu sucesso ao liderar o projeto da Audi na F1, mas continua a ser um piloto de topo.
12.º Alex Albon
Foi uma época de duas metades para Albon, que começou como o grande destaque da Williams, mas terminou completamente eclipsado por Carlos Sainz.
Esperava que ficasse atrás de Sainz no duelo interno, mas arrancou o ano em grande, somando pontos em sete das primeiras oito rondas, incluindo dois top 5. No entanto, perdeu fulgor e não voltou a terminar no top 10 em nenhuma das últimas oito corridas, enquanto Sainz conseguiu dois pódios nesse período.
Isso pode tê-lo deixado desanimado no final do ano, mas não se pode esquecer que foi talvez o melhor piloto fora das equipas de topo na fase inicial da temporada. A dúvida agora é se conseguirá reencontrar essa forma em 2026 e evitar ser apenas o escudeiro de Sainz.
11.º Pierre Gasly
Gasly registou o menor número de pontos da sua carreira na F1 em 2025, mas, em termos de condução, foi mais uma época muito positiva para o francês.
Teve de guiar aquele que foi, durante grande parte do ano, o pior carro da grelha, mas fez o melhor possível, superando claramente ambos os colegas de equipa e somando todos os pontos da Alpine com exibições de grande nível.
Pela quinta época consecutiva, Gasly mostrou ser um piloto extremamente completo, que merece um carro bem melhor do que aquele em que tem estado preso.
