Apesar de Max Verstappen ter conquistado o quarto título consecutivo em 2024, o ritmo dos McLaren de Lando Norris e Oscar Piastri na segunda metade da época fazia antever uma luta renhida este ano.
E assim se confirmou, com os três ainda a batalhar pelo título à medida que a temporada de 24 corridas chega ao fim em Abu Dhabi, no domingo, com Norris 12 pontos à frente de Verstappen e Piastri a mais quatro pontos de distância.
A AFP recorda alguns dos momentos decisivos que conduziram a este desfecho emocionante:
Serviço na China
Se a época começou bem para a McLaren, com a vitória de Norris em Melbourne, foi quase perfeita na segunda corrida, em Xangai, quando Piastri liderou uma dobradinha que deixou o paddock em alerta.
Os McLaren eram claramente os melhores carros em pista – seria preciso algo extraordinário para os travar.
Verstappen terminou em quarto pela Red Bull, mas a equipa anunciou mais tarde que o seu colega Liam Lawson seria imediatamente despromovido para a equipa-irmã Racing Bulls, sendo substituído por Yuki Tsunoda.
Miami em alta
Piastri começou a afirmar-se como o piloto dominante da McLaren e principal candidato ao título mundial, ao somar três vitórias consecutivas: no Bahrein, na Arábia Saudita e em Miami, totalizando quatro triunfos nas primeiras seis corridas.
Esse triunfo em Miami aumentou a sua vantagem sobre Norris para 16 pontos.
Foi também um fim de semana complicado para Verstappen, que terminou em 17.º na sprint – a sua primeira corrida sem pontos em qualquer formato desde o Grande Prémio da Bélgica de 2016 – e depois foi quarto na corrida principal, apesar de ter partido da pole position.
Saída de Horner
Na primeira metade da época, já se sentiam rumores no paddock de que algo não estava bem na Red Bull, situação que se arrastava desde a polémica de 2024, quando uma funcionária acusou o chefe de equipa, Christian Horner, de má conduta sexual.
No início de julho, o carro de Verstappen tinha dificuldades em acompanhar o ritmo dos McLaren, o que levou a especulações de que a Mercedes estaria a preparar uma proposta para o contratar.
A Red Bull teve de reagir e fê-lo ao despedir Horner.
Não foi uma solução imediata, mas na terceira corrida sob o comando do novo chefe, Laurent Mekies, em casa, nos Países Baixos, Verstappen regressou ao pódio.
Continuava a 104 pontos do líder do campeonato, Piastri, mas venceu as duas provas seguintes, em Monza e no Azerbaijão.
Toques e arranhões
A McLaren manteve Verstappen na luta, ao permitir que os seus dois pilotos competissem livremente, sem ordens de equipa.
Isso resultou em alguns momentos intensos em pista, com Norris a não terminar no Canadá após colidir com Piastri.
Norris pediu desculpa, mas mostrou-se mais determinado ao ultrapassar Piastri para garantir um pódio em Singapura, corrida que deu à McLaren o título de construtores com seis jornadas ainda por disputar.
Piastri ficou furioso, mas Norris defendeu o seu direito a lutar. A rivalidade estava ao rubro.
Saída de Las Vegas
Depois de duas vitórias de Norris na Cidade do México e em São Paulo, o título parecia encaminhar-se para o britânico, que recuperou uma desvantagem de 32 pontos para Piastri e passou a liderar com 24 pontos de vantagem a três corridas do fim.
Não podia garantir o título em Las Vegas, mas podia afastar Verstappen da luta.
No entanto, foi o neerlandês quem sorriu, ao ultrapassar Norris, que partiu da pole, logo na primeira curva, e a manter a liderança até à bandeira de xadrez.
Norris foi segundo e Piastri quarto – até que uma investigação dos comissários desclassificou ambos os McLaren por uma infração técnica. Pontos cruciais perdidos para os dois pilotos.
Uma semana depois, no Catar, os dois pilotos da McLaren voltaram a ser prejudicados pela equipa.
Foram os mais rápidos durante todo o fim de semana e, com Piastri na frente, foram os únicos a não parar para trocar pneus durante o período de safety car. Isso entregou a iniciativa a Verstappen, que somou a segunda vitória consecutiva e aumentou ainda mais a emoção para a última corrida da época.
