“É um momento diferente no futebol português que nos fez refletir muito e tomar decisão. Se calhar faria mais sentido ficar em casa, tenho contrato com um clube cumpridor e não me metia no risco, mas acredito no meu trabalho. O projeto foi interrompido porque não existia resultados e no futebol infelizmente é assim, vive-se de resultados e as pessoas tem de tomar decisões na tentativa de fazer o melhor para o clube. Volto de cabeça levantada, porque sou apaixonado pelo trabalho e convicto de que posso tentar fazer melhor, tentar dar a volta. Sei que vai ser difícil, mas temos de estar todos unidos, vai ser até à última. Vamos acreditar até ao final”.
Foram estas as primeiras palavras de César Peixoto no regresso ao Paços de Ferreira. Depois de ter saído em outubro com apenas dois empates e oito derrotas em 10 jogos, o treinador de 42 anos volta para render José Mota e mantém as condições contratuais que vigoravam antes.
De resto, o cenário continua a não ser muito diferente na Mata Real. Último classificado da Liga e já eliminado da Taça de Portugal e Taça da Liga, o Paços de Ferreira ainda procura o primeiro triunfo esta época (quatro empates e 14 derrotas em 18 jogos oficiais), de forma a alcançar a manutenção.
A estreia acontece este domingo, na receção ao Chaves, na 15.ª jornada da Liga.
“Não é um treinador de recurso”
Antes de César Peixoto falar aos jornalistas, coube Paulo Menzes, que lidera a direção do Paços de Ferreira justificar uma escolha inaudita. O presidente dos castores assumiu que fez um convite a um outro treinador, mas recusa falar numa opção de recurso.
“O César Peixoto regressa pela convicção que temos. Ficou a imagem que esta equipa técnica voltou porque outras recusaram, mas quero dizer-vos aqui, como disse ao mister de forma frontal, que convidei um treinador para estar aqui. Não tenho dúvidas nenhumas que o César Peixoto nunca estaria aqui se fosse um treinador de recurso, porque não o é. Recordo o que foi dito há um ano quando esta equipa técnica foi contratada. Na altura todos previam o pior desfecho e ele mostrou que estavam errados. Eu acredito que vamos conseguir os nossos objetivos, nomeadamente a manutenção”, explicou, justificando, também a saída em outubro: “Fizemo-lo de forma consciente, foi uma decisão ponderada dos dois lados, pensando que a equipa precisava de um abanão. Não surtiu efeito”.
Por último, Paulo Menezes recusou também que tenha acedido a um pedido dos jogadores
“Passou-se muito a ideia de que havia um pedido por parte dos jogadores para que esta equipa técnica regressasse. Em momento algum permitiria que os treinadores fossem escolhido pelos jogadores. E, se assim fosse, o mister nunca teria saída do Paços de Ferreira”, concluiu.