Os quatro candidatos a selecionador do Brasil

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Os quatro candidatos a selecionador do Brasil
Abel Ferreira e Fernando Diniz são dois dos fortes candidatos a selecionador brasileiro
Abel Ferreira e Fernando Diniz são dois dos fortes candidatos a selecionador brasileiro
Guilherme Bianchini
Depois de mais um Mundial frustrante, com a eliminação nos quartos de final do Mundial-2022, no Catar, é hora do Brasil planear o futuro. A missão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é substituir o treinador que mais tempo esteve à frente do comando técnico da canarinha, com o fim do ciclo de seis anos de Tite.

Pela primeira vez em quase um século, surge a opção real de um estrangeiro comandar a seleção brasileira — o próprio presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, admitiu a possibilidade. Os treinadores portugueses que reinaram no futebol brasileiro nos últimos anos, Abel Ferreira (Palmeiras) e Jorge Jesus (Fenerbahçe) são alguns dos mais cotados.

Oficialmente, o único treinador de outro país a comandar a seleção do Brasil de forma definitiva foi o uruguaio Ramón Platero, no Sul-Americano de 1925. O português Joreca, em 1944, e o argentino Filpo Núñez, em 1965, chegaram a estar à frente da equipa, mas apenas em jogos particulares.

Pep Guardiola e Carlo Ancelotti, ambos do plano principal do futebol mundial, também estão entre os sonhos da CBF, mas a contratação de qualquer um deles é praticamente impossível.

Perante a dificuldade de competir, em termos financeiros, com os grandes clubes da Europa, técnicos brasileiros de destaque no cenário nacional também aparecem como alternativas. Dois nomes, em especial, estão no radar, segundo o próprio Ednaldo Rodrigues: Dorival Júnior e Fernando Diniz. 

Cuca, Renato Gaúcho e Rogério Ceni chegaram a despontar nos últimos anos como eventuais sucessores de Tite, mas perderam espaço após trabalhos recentes. Já Mano Menezes fez um ótimo ano de 2022 com o Internacional, porém o desgaste de uma passagem frustrante pela seleção (2010-2012) dificulta a vida do gaúcho.

Principais candidatos a selecionador brasileiro:

Abel Ferreira

Abel Ferreira com a taça de campeão brasileiro
Cesar Greco/Palmeiras

O trabalho do treinador português, em pouco mais de dois anos à frente do Palmeiras, fala por si. Bicampeonato da Libertadores, título categórico do Brasileirão, Copa do Brasil, Campeonato Paulista… Abel Ferreira conquistou tudo o que podia nos cenários nacional e continental. O técnico de 43 anos provou o seu valor, tanto na maratona (o Brasileirão) como na corrida de 100 metros (os jogos a eliminar).

O estilo de jogo do Palmeiras de Abel chegou a ser alvo de críticas em alguns momentos — assim como o seu temperamento nas conferências de imprensa. A eficiência do trabalho, porém, é incontestável, e o treinador já mostrou muita capacidade de adaptação a diferentes adversários. O nome de Abel está na mesa da CBF e surge como uma das principais opções.

Dorival Júnior

Dorival conquistou Copa do Brasil e Libertadores pelo Flamengo
Gilvan de Souza/Flamengo

O treinador de 60 anos ficou em evidência ao revolucionar o Flamengo em pouco tempo e levar a equipa aos títulos da Copa do Brasil e da Libertadores em 2022. Sem acordo pela renovação, Dorival Júnior deixou o clube, após passagem vitoriosa em pouco mais de cinco meses. As conquistas recentes e o futebol ofensivo credenciam-no como um dos candidatos à sucessão de Tite.

Dorival, inclusive, foi o responsável pela ascensão de Pedro, que era suplente no Flamengo até à sua chegada. O crescimento do avançado de 25 anos foi tão meteórico que culminou na convocatória para o Mundial.

Em toda a carreira, o treinador paulista mostrou capacidade de desenvolver o talento de jovens jogadores, algo crucial para a nova geração da Seleção. Será a hora da reconciliação definitiva com Neymar, após a discussão que causou a demissão do técnico do Santos em 2010?

Fernando Diniz

Fernando Diniz fez bom ano pelo Fluminense em 2022
Marcelo Gonçalves/Fluminense

A divisão em torno de Fernando Diniz, de 48 anos, é quase tão grande quanto a polarização política no Brasil nos últimos anos. Os dinizistas pregam o jogo vistoso e ofensivo que resgata a essência do futebol brasileiro, com toques curtos e posse de bola, além da potencialização dos talentos individuais; os críticos ressaltam a falta de conquistas relevantes e a instabilidade dos seus trabalhos.

Em 2022, o Fluminense de Diniz foi consistente e regular, algo raro nas equipas anteriores do treinador. Os títulos não vieram, mas o terceiro lugar no Brasileirão e a meia-final da Copa do Brasil superaram as expectativas e colocaram-no como um candidato real à seleção brasileira. Conta, também, com o apoio de muitos jogadores, que gostam do futebol praticado pelas suas equipas. Até mesmo Neymar já expressou admiração pelo técnico.

O que pesa contra Diniz, além da escassez de títulos, é o facto de nunca ter assumido uma equipa que era favorita nas grandes competições, apesar de já ter treinado grandes clubes. Até agora, surgiu sempre como aposta para ir além do óbvio. Carregar uma responsabilidade do tamanho da seleção brasileira pode ser um passo grande demais na fase atual da sua carreira.

Jorge Jesus

Jorge Jesus marcou uma era no Flamengo
Alexandre Vidal/Flamengo

O treinador português de 68 anos fez um dos grandes trabalhos da história do futebol brasileiro no Flamengo de 2019. Conquistou Brasileirão e Libertadores com uma dominância poucas vezes vista nas últimas décadas, e deixa saudades até hoje na torcida rubro-negra.

Depois da passagem avassaladora pelo país, Jorge Jesus optou pelo retorno ao Benfica, mas não convenceu. Agora no Fenerbahçe, é líder do campeonato turco e está nos oitavos de final da Liga Europa, após passar em primeiro na fase de grupos. Um convite da seleção brasileira, no entanto, pode fazer o treinador repensar a sua permanência no futebol europeu.

O nome de Jorge Jesus é, provavelmente, o que menos divide opiniões entre os cotados para a seleção brasileira. Embora já se tenham passado três anos das suas principais conquistas pelo Flamengo, o português ainda é uma referência de um futebol vitorioso e bem jogado para os adeptos brasileiros. Esse prestígio pode pesar para a CBF escolher, finalmente, um treinador estrangeiro.