Ténis: Aryna Sabalenka afirma que mulheres enfrentarem atletas transgénero seria injusto

Sabalenka pronunciou-se sobre a participação de atletas transgénero no desporto feminino
Sabalenka pronunciou-se sobre a participação de atletas transgénero no desporto femininoADAM HUNGER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

A número um do mundo Aryna Sabalenka pronunciou-se sobre a participação de atletas transgénero no desporto feminino, afirmando que seria injusto para as mulheres enfrentarem "homens biológicos" no ténis profissional.

A Política de Participação de Género do WTA Tour permite atualmente que mulheres transgénero participem, desde que tenham declarado o género feminino há pelo menos quatro anos, tenham níveis de testosterona reduzidos e aceitem os procedimentos de controlo.

Estas condições podem ser ajustadas pelo Gestor Médico da WTA, caso a caso.

Questionada sobre atletas transgénero numa entrevista com Piers Morgan divulgada na terça-feira, a quatro vezes campeã de Grand Slam Sabalenka afirmou: "É uma questão delicada. Não tenho nada contra eles."

"Mas sinto que continuam a ter uma grande vantagem sobre as mulheres e penso que não é justo para as mulheres enfrentarem, basicamente, homens biológicos," acrescentou a bielorrussa, que participou no programa para promover o seu duelo "batalha dos sexos" com Nick Kyrgios a 28 de dezembro.

"Não é justo. A mulher trabalhou toda a vida para atingir o seu limite e depois tem de enfrentar um homem, que é biologicamente muito mais forte, por isso, para mim, não concordo com este tipo de situação no desporto."

A WTA não respondeu de imediato ao pedido de comentário enviado por email.

O antigo finalista de Wimbledon Kyrgios disse concordar com Sabalenka, acrescentando: "Acho que ela acertou em cheio."

Não há exemplos recentes de jogadores transgénero a competir no ténis profissional. A tenista transgénero Renee Richards competiu no circuito profissional feminino entre 1977 e 1981, antes de treinar a lenda do ténis e pioneira dos direitos LGBT Martina Navratilova.

Navratilova, campeã de Grand Slam em singulares por 18 vezes, tem sido uma crítica vocal da inclusão de atletas transgénero no desporto feminino.

Outras figuras, como Billie Jean King – campeã de Grand Slam em singulares por 12 vezes e vencedora da primeira "batalha dos sexos" em 1973 – consideram a exclusão de transgéneros uma forma de discriminação.

Em 2024, a Lawn Tennis Association britânica atualizou as suas regras para impedir mulheres transgénero de competir em provas femininas nacionais e interclubes.

Nos últimos dois anos, várias federações desportivas lançaram estudos próprios ou alteraram regulamentos para proibir quem passou pela puberdade masculina de competir na categoria feminina ao mais alto nível.

Grupos de defesa dos direitos transgénero afirmam que excluir atletas trans equivale a discriminação.

Os críticos da inclusão de transgéneros no desporto feminino defendem que passar pela puberdade masculina confere aos atletas uma enorme vantagem músculo-esquelética que a transição não elimina.