O número um mundial Jannik Sinner conquistou dois Grand Slams, incluindo uma vitória histórica na final de Wimbledon contra Alcaraz, desde que triunfou em Turim, há um ano.
Sinner e Alcaraz estão praticamente garantidos na qualificação a partir dos respetivos grupos Bjorn Borg e Jimmy Connors, e um novo confronto épico entre os dois melhores jogadores do mundo, seja nas meias-finais ou na final do torneio de oito participantes, é uma perspetiva entusiasmante.
"Se conseguir, ótimo, se não, tive na mesma uma época incrível, com poucos torneios mas muitos encontros disputados e bastantes vitórias", afirmou Sinner aos jornalistas.
"O primeiro encontro é mesmo importante porque normalmente não se joga contra um dos oito melhores do mundo, e é isso que torna tudo diferente para todos", acrescentou.
O ano de 2025 de Sinner também ficou marcado pela polémica, com uma suspensão de três meses a retirar uma parte significativa da sua temporada, apesar da Agência Mundial Antidopagem ter reconhecido que o italiano foi contaminado acidentalmente com clostebol, proibido no ano passado.
A sua decisão de não participar na defesa do título da Taça Davis por Itália, em Bolonha, gerou duras críticas por parte de alguns setores da imprensa nacional, que nunca se mostraram verdadeiramente entusiasmados com a maior estrela desportiva do país.
As origens de Sinner nas zonas de língua alemã do Tirol do Sul e a sua residência no Mónaco têm sido frequentemente usadas para pôr em causa se é realmente italiano.
O jogador de 24 anos garantiu estar "orgulhoso de ser italiano" numa longa entrevista concedida esta semana à Sky, em Itália, o principal apoiante mediático de Sinner desde que se tornou profissional.
Apesar de tudo, é adorado pelo público italiano e será apoiado por uma verdadeira legião de adeptos em Turim, onde no ano passado venceu sem perder qualquer encontro, enquanto Alcaraz foi eliminado na fase de grupos.
Rivalidade amigável
Sinner chega às Finals como líder do ranking mundial, mas pode perder o topo mesmo que vença o torneio. Alcaraz pode alcançar o número um do final do ano se melhorar o seu desempenho em relação ao torneio do ano passado.
Alcaraz treinou com Sinner na sexta-feira, antes de tentar conquistar o seu primeiro título das Finals. O espanhol procura também somar aos dois Grand Slams conquistados este ano, com a final de Roland Garros vencida frente a Sinner a ser considerada um dos melhores encontros de sempre.
Apesar de serem claramente os dois melhores jogadores do planeta, há pouca tensão entre ambos.
"Provavelmente as pessoas podem ficar surpreendidas, porque quando pensam na nossa rivalidade, quando pensam em lutar por grandes objetivos, lutar pelo número um, acham que temos de nos odiar, mas eu penso que isso não corresponde à verdade" disse Alcaraz.
"Quando entramos em campo, temos os nossos objetivos, queremos dar o nosso melhor para vencer. Mas depois, ao cumprimentarmo-nos fora do campo, somos as mesmas pessoas. E penso que é uma rivalidade muito saudável", acrescentou.
As Finals decorrem num momento em que existe tensão entre os principais jogadores do ténis masculino e feminino e os Grand Slams, devido à partilha de receitas, bem-estar dos jogadores e consultas.
Os principais jogadores dos circuitos ATP e WTA uniram-se este ano e pediram aos Grand Slams uma percentagem mais elevada das receitas dos torneios e contribuições para programas de apoio financiados pelo circuito, como pensões.
Na quinta-feira, a número um feminina, Aryna Sabalenka, manifestou frustração perante a aparente falta de vontade dos organizadores dos Grand Slams em dialogar com os jogadores, depois das negociações terem ficado paradas desde o US Open, em setembro.
Na sexta-feira, os homens mostraram-se reservados sobre o tema, apesar de Sinner e o sétimo cabeça de série, Alex de Minaur, terem sido representantes dos jogadores na primeira reunião com os Grand Slams em Paris, em Roland Garros, em maio.