Jorge Vieira revela: "É óbvio que Pichardo ainda tem a situação com Benfica em suspenso"
Em declarações à agência Lusa, Jorge Vieira realçou a valia da marca obtida por Pichardo, a 20 de abril, em Xiamen, na China, onde, após quase um ano de ausência, saltou 17,51 metros e assegurou a presença na capital francesa.
“O atleta tem estado a treinar e a treinar bem. Agora, até com mais um elemento na equipa técnica dele, com o apoio médico também da FPA. Portanto, o atleta está em pleno, e como se viu pelo resultado que, aliás como eu previa, logo no primeiro salto conseguiu a marca de qualificação”, recordou Jorge Vieira.
Questionado sobre o litígio entre Pichardo e o Benfica, o dirigente reconheceu que se trata de “uma situação em suspenso”, mantendo-se a “tensão”, sem que receie o impacto no desempenho desportivo do campeão olímpico.
“Tudo isso vai sendo ultrapassado. É óbvio que ainda tem a situação com o Benfica em suspenso. Aquela tensão que existe – e que eu espero que vá ser ultrapassada -, mas que não conflitua com a participação competitiva dele”, rematou.
Jorge Vieira está, contudo, menos otimista relativamente à recuperação da lançadora Auriol Dongmo, quarta no lançamento do peso em Tóquio-2020.
“Aí estou muito mais preocupado com a Auriol. Eu diria que é muito difícil, muito improvável a participação nos Jogos, mas, sobretudo, a participação nos Jogos a um nível elevado. A participar, dificilmente poderá estar no nível mais elevado dela, porque todo o processo até agora tem sido de recuperação da saúde, não da recuperação do estado de forma”, referiu.
Segundo Jorge Vieira, a atleta do Sporting, que não compete desde meados de setembro de 2023, embora já tenha assegurado mínimos para Paris-2024, “estará, agora, a começar a fazer os primeiros exercícios de treino, mas tem muito pouco tempo para os Jogos”.
“É uma interrogação muito grande”, reconheceu Jorge Vieira, que diz acreditar numa representação lusa a rondar os 20 atletas que estiveram presentes na capital japonesa, em 2021.
Em idêntica situação está Patrícia Mamona, prata no triplo salto em Tóquio-2020, a contas com várias dores, depois de ter recuperado das lesões nos joelhos que a afetam há praticamente um ano.
“Relativamente à Patrícia, é a mesma situação ao nível da saúde também. Como é que ela irá recuperar das pequenas, mas várias lesões que se têm manifestado ao longo dos últimos tempos? Isso é uma questão que é uma questão que me preocupa muito, mas naturalmente não está nas nossas mãos, mas na da biologia”, salientou.
Mesmo assim, Jorge Vieira assume-se otimista: “Temos estes casos menos bons, mas temos o Pedro Pichardo, como defensor do seu título olímpico, e que eu espero que possa repetir o título agora em Paris”.
O dirigente está também confiante na repescagem da estafeta mista de marcha atlética constituída por João Vieira e Vitória Oliveira, através do ranking - no qual os portugueses ocupam a última vaga -, depois de falhado o apuramento direto, no dia 21 de abril, em Antalya, na Turquia, e na elegibilidade de Agate de Sousa a tempo de Paris-2024.
“A Agate de Sousa veio para Portugal em 2019, já tem a naturalização, portanto já tem a cidadania portuguesa. Estamos à espera, estamos à espera ainda da luz verde da World Athletics. Falta esse pequeno grande pormenor. Não é um pormenor, é um pormaior”, explicou, confiando que esta autorização chegue antes dos Campeonatos da Europa Roma2024, em junho.
A ainda são-tomense do Benfica Agate de Sousa alcançou os mínimos para Paris-2024 no salto em comprimento, com os 6,88 metros obtidos em 25 de abril último, em Lisboa.
Os Jogos Olímpicos Paris 2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.