É um dos obreiros do primeiro sucesso mundial do Brasil. Pelé deixou a sua enorme marca no futebol e continuou a ser a grande referência da modalidade com o passar dos tempos e das épocas.
Para celebrar o homem, e também para homenageá-lo, eis uma retrospectiva das premissas da sua carreira e da sua primeira grande conquista, que o elevou ao posto de "Rei".
"O Campeoanto do Mundo de 1958 mudou a minha vida e moldou o meu destino"
"Em 1958 fiz o meu primeiro jogo contra a França (na meia-final do Mundial). No final da partida, os espectadores gritavam o meu nome. Pelé! Pelé! Como se algo novo e inesperado tivesse acabado de acontecer. O Campeonato do Mundo de 1958 mudou a minha vida e moldou o meu destino. Para sempre. Foi ao acompanhar as minhas façanhas na Suécia que uma revista francesa me homenageou com o título de "Rei do futebol". Um título que se espalhou pelo mundo e ajudou a moldar a minha lenda".
Seis golos, incluindo dois na final. Assim nasceu o incontornável Pelé. Um jogador de futebol de 17 anos, que disputava um Campeonato do Mundo na Suécia no "grupo da morte", com Inglaterra, Áustria e URSS. Grupo do qual o Brasil saiu vencedor. Nesse percurso, Pelé encontrou o País de Gales e foi durante esse jogo dos quartos de final que demonstrou a sua genialidade. De costas para a baliza, recebeu a bola e virou-se para a baliza, passando-a por cima da perna do defesa que o marcava, antes de rematar para o único golo do encontro, o seu primeiro em Mundiais.
Aquela era a sua competição. Na meia-final, frente à França, brilhou e fez um hat-trick e o jogo terminou com triunfo do Brasil por 5-2. O mundo rendia-se, deslumbrado, ao talento do jovem. "O pequenino Pelé, com 17 anos e meio, marcou-nos três golos naquele dia. A partir de 58, percebemos que ia tornar-se num grande jogador" declarou Just Fontaine.
A coroação do Brasil
À época, o Brasil nunca havia vencido um torneio mundial. A atmosfera na Suécia era eletrizante. A selecção da casa cedeu, tal como a França, perante o talento de Pelé e da canarinha (5-2). Mas a história só vai lembrar o bis marcado pelo brasileiro. Um feito único para um jovem futebolista naquela altura. A dar os primeiros passos no futebol, Pelé disputou quatro partidas durante o Campeonato do Mundo e acabou aclamado e impulsionado para a glória.
O Brasil comprovou a sua superioridade contra uma seleção europeia, quando nunca antes uma nação de continente diferente da do país anfitrião havia prevalecido. Derrotada na final do Mundial de 1950, diante do Uruguai, e nos quartos de final em 1954, frente à Hungria, a seleção brasileira exultou a 29 de junho de 1958.
"Ele ainda nem tinha 18 anos. Quando pensamos em tudo o que conquistou naquela final do Campeonaoto do Mundo... 99% dos adeptos suecos estavam a apoiá-lo, imagine. Pelé era um extraterrestre", disse José Macia Pepe, em declarações à FIFA.
Essa diferença, esse talento em bruto, foi o ponto de partida da imensa carreira do craque brasileiro. Continua assim, ainda hoje, a ser um "Rei" e um "Deus" do futebol.