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40+1 razões que tornam a final do Mundial-2022 única

Messi e Mbappé foram as grandes estrelas da final
Messi e Mbappé foram as grandes estrelas da finalAFP
Até Pelé, normalmente crítico do atual estado daquele que é o desporto mais popular do mundo reconheceu: Foi um presente assistir a este espetáculo. Uma final absolutamente única na história dos Mundiais aconteceu no passado domingo, no Catar. Teve drama, exibições excecionais dos principais atores e registos históricos. O que fez desta batalha pela taça mais famosa do mundo única?

Elementos dramáticos

Pela primeira vez, ambas as equipas marcaram pelo menos três golos, incluindo o prolongamento. Até agora, o máximo que a equipa derrotada tinha conseguido foi apontar dois tentos (aconteceu sete vezes, a última em 2018, quando a Croácia perdeu com a França, 2-4).

Nunca antes uma equipa que esteve a perder por uma difrença de dois golos à entrada para os 10 minutos finais conseguiu forçar o prolongamento. O fim mais dramático até então aconteceu em 1986, quando a Alemanha conseguiu empatar com golos de Rummenigge (74 minutos) e Rudi Voller (80 minutos), mas Jorge Burruchaga (83 minutos), assistido por Maradona, foi decisivo para garantir a vitória da Argentina.

A França é também a primeira equipa a marcar dois golos nos últimos 10 minutos de uma final.

Foi a decisão mais longa da história. Seguindo a marca deste Campeonato do Mundo, o árbitro adicionou 22 minutos aos 120 definidos.

Durante a caminhada vitoriosa, a Argentina esteve em campo durante 792,09 minutos. Um recorde, deixando para trás a marca de 778,42 minutos, estabelecida pela Croácia em 2018.

Até domingo, só dois jogadores acima dos 34 anos tinham marcado na final de um Mundial - Nils Liedholm, em 1958, e Zidane, em 2006). Contra a França, Lionel Messi (35 anos) e Ángel Di María (34) foram os autores dos golos da Argentina.

O dois golos de Mbappé que obrigaram a partida a ir a prolongamento aconteceram no espaço de 97 segundos. Um recorde na história dos Mundiais, batendo os 100 segundos que distaram entre o golo de Josef Masopust e a resposta de Amarildo, na final de 1962.

Ao mesmo tempo, França tornou-se na equipa mais rápida a marcar dois golos na final do Mundial. Até agora, o recorde pertencia à Hungria, com Ferenc Puskás e Zoltán Czibor a fazerem o gosto ao pé no espaço de 120 segundos.

Mbappé tornou-se também no jogador mais rápido a bisar, batendo, por larga margem, os nove minutos que Geoff Hurst precisou para fazer dois golos em 1966.

Kylian Mbappé também se tornou no jogador mais rápido a mais rápido a fazer um hat-trick (38 minutos) 56 anos, Hurst precisou de 102 minutos para fazer três golos.

É a primeira vez que ambas as equipas marcaram durante o prolongamento. 

De forma inédita, os dois conjuntos tiveram pelo menos um jogador a bisar (Mbappé fez três para França).

Nunca tinha acontecido colegas de equipas marcarem por equipas diferentes na final do Campeonato do Mundial. Messi e Mbappé fazem ambos parte do PSG, sendo que Di María, o autor do outro golo esteve ligado ao emblema parisiense até junho deste ano.

Foi a final com mais penáltis (excluíndo o desempate) da história. Os três assinalado ultrapassam os dois (um para cada lado) na final de 1974 entre Alemanha e Países Baixos.

Os números da partida
Os números da partidaOpta by Stats Perform

O árbitro polaco Szymon Marciniak tornou-se no primeiro a marcar um penálti durante o prolongamento.

Foi também a primeira vez que uma equipa teve direito a duas grandes penalidades na final.

A França tornou-se assim no primeiro país a ter mais penáltis que o adversário em três finais diferentes (2006, 2018 e 2022). Dois oito golos marcados pelos bleus na decisão do Campeonato do Mundo, metade foram apontados da marca de 11 metros.

Quanto ao desempate por penáltis foi o quinto da fase a eliminar do Mundial-2022, um recorde. Até então o máximo tinham sido quatro em 1990, 2010, 2014 e 2018.

Os argentinos venceram o sexto desempate por penáltis (só perderam um), sendo a equipa mais bem-sucedida na história dos Campeonatos do Mundo. Depois do Brasil (1994) e Itália (2006) são a terceira nação a sagrar-se campeã mundial desta forma.

França é a primeira equipa a perder a segunda final nos penáltis. A primeira aconteceu em 2006, diante de Itália.

É a primeira vez, desde o novo formato do torneio (introduzido em 1986) que o campeão não conseguiu manter a balizada inviolada em pelo menos dois jogos. Só a Croácia não conseguiu marcar à Argentina, nas meias-finais. Um contraste com a Espanha de 2010 que venceu o torneio com quatro vitórias por 1-0.

Pela primeira vez na história, a França não fez um único remate durante a primeira parte, nem sequer conseguiu tocar a bola dentro da área adversária.

Os seus golos na final elevaram o total para 172 durante o Mundial-2022, um recorde. Até agora, em 1998 e 2014 tinham sido apontados 2014.

Lionel Messi

Graças à titularidade na final, bateu o recorde de jogos em Mundiais. Foi o 26.º, deixando para trás o alemão Lothar Matthaus, com 25.

O bis elevou para 13 o número de golos, a que junta 13 assistências. São então 21 contribuições para golos, mais uma que o registo de Pelé.

O sete vezes eleito melhor jogador do Mundo foi o primeiro a marcar em todas as fases de um Campeonato do Mundo (grupos, oitavos, quartos, meias-finais e final). Em 2002, Ronaldo só falhou este objetivo ao ficar em branco diante de Inglaterra, nos quartos de final. Foi o único jogo onde não cosneguiu marcar.

Messi tornou-se no primeiro a ser eleito o melhor jogador em dois Mundiais (2014 e 2022). O prémio, recorde-se, é atribuido desde 1982.

No 24.º minuto da final, tornou-se no recordista de minutos em Campeonatos do Mundo. Tem agora 2314, ultrapassando Paolo Maldini, com 2217.

Frente a França foi também o 19.º jogo que fez como capitão. Novo registo máximo.

Kylian Mbappé

Com o hat-trick tornou-se não só o segundo jogador a marcar em duas finais consecutivas (tal como Vavá, em 1958 e 1962), mas também o melhor marcador da históriai em finais.

Os oito golos são o máximo que um jogador abaixo dos 24 anos conseguiu num só Mundial. Tal como o facto de ter marcado oito tento em fases a eliminar (três em 2018 e cinco em 2022).

Ao mesmo tempo, é o mais jovem da história do torneio a ultrapassar o registo dos 10 golos. Conseguiu com 23 anos e 363 dias, batendo o registo de Gerd Muller (24 anos e 226 dias).

Mbappé é o primeiro jogador a converter dois penáltis na final de um Mundial-2022, mas com o do desempate por penáltis torna-se no único a marcar três grandes penalidades numa só decisão.

Outros

Ángel Di María tornou-se no primeiro jogador da história a marcar na final de um Mundial (2022), torneio continental (Copa América 2020) e Jogos Olímpicos (2008). Marcou, também, na Finalíssima com a Itália, no verão passado, que colocou frente a frente os detentores dos títulos da América do Sul e Europa.

O guarda-redes francés, Hugo Lloris começou o 20.º jogo em Mundiais, um recorde da posição, deixando para trás os 19 de Manuel Neuer.

Pela primeira vez, um jogador que entrou em campo nos instantes antes do desempate por penáltis conseguiu converter o remate. Paulo Dybala foi quem quebrou esta maldição que tinha afetado outros sete jogadores. 

O jogo foi o programa mais visto da história da televisão francesa. 24,08 milhões de telespectadores assistiram à emissão da TF1. O máximo anterior era a meia-final de 2006 entre Portugal e França, que teve 22,2 milhões de telespectadores.

O duelo para a Google foi um absoluto sucesso. A companhia fevelou que a final foi o termo mais pesquisado no motor de busca desde o início, em 1998.

A foto de Messi com a taça é a que mais gostos recebeu no Instagram. Mais de 60 milhões de pessoas clicaram na fotografia. 

E o bónus desta extraordinária final? Messi concretizou o desejo de muitos adeptos e não falhou naquela que seria a última oportunidade de subir ao Olimpo imaginária do futebol, onde completa uma tríada de divindades com Pelé e Maradona.