Solidez defensiva
Com um esquema de três centrais a Polónia preocupou-se em criar solidez defensiva, com Krychowiak a servir de tampão à frente da linha defensiva onde Matty Cash não tinha autorização para muitas veleidades na frente, ao contrário de Zalewski que funcionou praticamente como extremo, com Bereszynsky a fazer cobertura.
No lado do México, o habitual 4x3x3 de Gerardo Martino, em que Edson Álvarez servia de pivô, permitindo os avanços de Herrera e Chávez, com Vega muitas vezes a aproximar-se de Martín, no centro do ataque, ele que ficou com o lugar Raúl Jiménez, sem ritmo de jogo. Nota para Guillermo Ochoa, titular aos 37 anos no quinto Mundial, um recorde (ao lado de Messi, Antonio Carbajal, Rafa Márquez e Lothar Matthaus).

Atacar sim, mas com cuidado
A surpresa da manhã mexeu claramente com esta partida. À entrada para o Mundial dir-se-ia que Polónia e México iam disputar o segundo lugar atrás da Argentina, fazendo deste primeiro jogo uma autêntica final. Contudo, a derrota da Albiceleste diante da Arábia Saudita veio mexer com as contas e trazer um carácter ainda mais decisivo a este encontro.
Perante este cenário foi visível a cautela de ambos os lados. Mais importante do que ganhar era não perder e antes de pensar em atacar, cada lado procurava assegurar que não ia ser apanhado desequilibrado.
Feitas as contas, os espectadores que estiveram nas bancadas do Estádio 974 assistiram a um primeiro tempo muito dividido, em que apenas um remate foi na direção da baliza: Aos 45 minutos, um misto entre remate e cruzamento de Jorge Sánchez saiu mais desviado e Szczesny teve de se aplicar para desviar a bola.
Nome maior dos que estavam em campo, Lewandowski aparecia muito isolado na frente de ataque. Zielinski não conseguia fazer a ligação e o bloco baixo não ajudava o avançado do Barcelona a associar-se com outros colegas. O que ajuda a explicar o apagão polaco em termos ofensivos no primeiro tempo.

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Acordar depois do susto
A segunda parte começou com a mesma toada, mas perto do quarto de hora chegou o momento que mudou o jogo. Numa disputa de bola na área, Lewandowski caiu na área, agarrado por Héctor Moreno. Num primeiro momento Chris Beath não considerou penálti, mas convidado pelo VAR a rever as imagens, o australiano não teve dúvidas e apontou para a marca de grande penalidade.

Chamado a converter, o capitão da Polónia teve nos pés uma oportunidade de ouro para desfazer o nulo no marcador e marcar pela primeira vez um golo num Campeonato do Mundo. Contudo, se há nome ao qual o Mundial está associado é o de Guillermo Ochoa. Reconhecido pelas exibições com que deslumbra o mundo do futebol de quatro em quatro anos, o guarda-redes de 37 anos voltou a mostrar-se a grande nível e, felino, atirou-se para o lado esquerdo e defendeu o remate de Lewandowski.

O penálti teve o condão de despertar o México. Depois de estar à beira do golo sofrido, o conjunto azteca partiu para cima da Polónia, nem sempre com o melhor critério, mas esteve perto de desfazer o nulo. Aos 64 minutos, Edson Álvarez colocou a bola na área e Henry Martín, com um desvio subtil obrigou Szczesny a mostrar reflexos apurados.
O apito final carimbou o segundo nulo deste Campeonato do Mundo, foi um mal menor para ambos os conjuntos e deixou a Arábia Saudita a sorrir. Quem diria que no final da primeira jornada do Grupo C fossem os sauditas a liderar isolados com três pontos...
Homem do jogo Flashscore: Guillermo Ochoa (México)
