Do lado do País de Gales, Robert Page operou uma única alteração em relação ao jogo contra os Estados Unidos, abdicando de Daniel James em detrimento de Kieffer Moore, avançado que entrou no decorrer do jogo inaugural para dar maior capacidade aos galeses de segurarem a bola e ganharem posição no terreno.
Carlos Queiroz, por seu lado, promoveu uma autêntica revolução no onze titular, quando em comparação com a derrota por 6-2 frente a Inglaterra, sabendo que nova derrota ditaria, desde logo, o afastamento do Mundial-2022. Entraram Hossein Hosseini, Ramin Rezaeian, Saeid Ezatolahi, Ali Gholizadeh e Sardar Azmoun para os lugares de Alireza Beiranvand - que se lesionou no primeiro encontro -, Sadegh Moharrami, Roozbeh Cheshmi, Ali Karimi e Alireza Jahanbakhsh.

E foi um Irão diferente, aquele que se apresentou no estádio Ahmad bin Ali. Mais intenso e pressionante, o conjunto do Golfo Pérsico foi dividindo as despesas do encontro com os galeses, conseguindo, a espaços, chegar com perigo ao último terço.
O primeiro aviso chegou com um remate de Azmoun para defesa segura de Wayne Hennessey, já depois de Neco Williams, de pé direito, ter tentado visar a baliza guardada por Hosseini.
Numa primeira parte com poucos lances de registo, os principais aconteceram dentro dos 15 minutos de jogo iniciais. Primeiro por Moore, que, já na pequena área, desviou com a sola um cruzamento de Connor Roberts, obrigando Hosseini a defesa muito apertada, e logo de seguida houve golo, festejos e... VAR. Gholizadeh recuperou a bola na zona de construção do País de Gales, combinou a um toque com Azmoun, com o avançado a optar por servir novamente o médio, que marcou, mas foi apanhado em posição de fora de jogo.

Até ao descanso, o desgaste começou a notar-se de parte a parte, o ritmo baixou e a bola andou afastada das zonas de perigo. O mais próximo que se viu de uma oportunidade de golo foi um cruzamento de Ezatolahi para o coração da área, que por muito pouco não foi desviado por Azmoun.

Ainda assim, o Irão parecia mais perigoso e a confirmação veio logo no início da segunda metade, com uma chance em dose tripla. Ehsan Hajsafi, com um passe fantástico, isolou Azmoun, mas o avançado, na cara de Hennessey, atirou com estrondo ao poste. Na sequência, os iranianos insistiram, Gholizadeh foi da direita para o meio, atirou em arco, mas viu o golo negado... pelo outro poste. E, como se não bastasse, a recarga de Azmoun, de cabeça, foi para direitinha às mãos do guarda-redes galês, que segurou.

À procura do seu terceiro triunfo em Mundiais, o conjunto asiático aparecia co maior perigo junto da área contrária e Ezatolahi foi quem se seguiu na tentativa de dar vantagem à sua seleção, mas com espaço e tempo para tudo, atirou para grande defesa, com a ponta dos dedos, de Hennessey.
A resposta chegou a sete minutos dos 90. Ben Davies, à entrada da grande área iraniana, atirou uma "bomba" para defesa fantástica de Hosseini, imediatamente antes daquela que foi a primeira expulsão do Mundial-2022. Depois de recuperada a bola pela defesa do Irão, Taremi foi lançado na frente e Hennessey, completamente fora de tempo, "atropelou" o avançado. Numa primeira instância, Mario Escobar deu cartão amarelo ao guarda-redes, mas, alertado pelo VAR, alterou a decisão, confirmando a expulsão com vermelho direto.
Os comandados de Carlos Queiroz animaram-se e, nos minutos seguintes, rondaram a baliza que passou a ser guardada por Danny Ward, tendo saído dos pés de Mehdi Torabi mais um remate perigoso, que passou a centímetros do poste.
Falhou Torabi, não errou Roozbeh Cheshmi. No último minuto dos nove dados de compensação, o defesa aproximou-se da área adversária e, com espaço, encheu-se de confiança e disparou para o fundo das redes galesas, para delírio de equipa e adeptos.

O jogo parecia decidido, mas não estava terminado. O País de Gales lançou-se na frente à procura do empate e o Irão aproveitou para fechar o jogo. Numa transição rápida, Ramin Rezaeian surgiu na cara de Ward, picou a bola e confirmou a vitória iraniana, com muita festa à mistura.

Homem do jogo Flashscore: Ali Gholizadeh (Irão).
